Quinta das Tílias - Sociedade Protectora dos Animais. (Porto)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Quinta das Tílias - Entrada
José Maria Nascimento Cordeiro foi o 30.º Presidente da história do Futebol Clube do Porto, entre 1961 e 1965. Mas isso não é o mais relevante nesta publicação.
O que é importante referir aqui, foi que no ano de 1969 este homem concretizou o sonho de muitas gerações, ao doar a Quinta das Tílias, situada no Monte da Costa, à Sociedade Protectora dos Animais, o que permitiu criar um pavilhão clínico e dar abrigo aos animais que vadiavam pelas ruas do Porto. Entre 1970 e 1974, a SPA construiu cem canis e deu protecção a 300 animais.
«A Sociedade Protectora dos Animais, do Porto, que é, entre as congéneres, a mais antiga do país, pois vai a caminho do século -entrou numa fase deveras notável, grandiosa, arrojada mesmo.
Graças a uma generosa dádiva dum grande amigo dos animais -o sr. José Maria do Nascimento Cordeiro - a Sociedade Protectora dos Animais do Porto está de posse de uma bonita quinta, no Monte da Costa.
A configuração da sua orografia, a localização e a riqueza do seu solo – tudo reúne para que o Porto, e num futuro que não virá longe, disponha de mais um motivo turístico que poderá incluir no seu roteiro, e que não deixará de despertar o interesse e a curiosidade do visitante. Há dias, e na companhia de alguns colaboradores do «Mundo Canino», tivemos o prazer de passar uns gratos momentos na Quinta das Tílias. Nós achamos que a designação não corresponde perfeitamente ao que vimos ali.
«Quinta-Jardim», lhe chamamos, tal a profusão e variedade de flores que ali se vê por toda a parte, que embelezam o local e que representam uma fonte de rendimento.
Recebeu-nos o sr. Carlos Faria, secretário geral da Sociedade Protectora dos Animais e director de «0 Zoo», orgão mensal daquele organismo. A maneira como nos recebeu e o entusiasmo com que nos falou de tudo o que ali é já realidade, e não é pouco, ficamos com a impressão que, num futuro que não vem longe, a grande obra em curso, naquela quinta-jardim, - seria um facto. Já conhecida, a «Pensão» e o «Hotel» para cães, pareceu-nos da maior utilidade.
Assim, aqueles que por qualquer motivo tenham que ausentar-se e que não queiram fazer-se acompanhar dos canídeos, podem ir ali deixá-Ios e ficar descansados. Serão bem tratados e não correm o risco de fugir.
- E quanto paga, sr. Faria, o interessado que venha confiar um animal à guarda da Sociedade?
- Na pensão 15$00 por dia, no hotel, 25$00.
- Tem muitos sócios a Sociedade?
- Três mil.
- De quanto é a cota ?
- É variável. O mínimo, um escudo.
- Um escudo ? !
- Sim, um escudo.
- É irrisório! E se calhar ainda se julgam no direito de fazer exigências...
- Alguns, assim pensam.»

In Jornal “O Mundo Canino” - Outubro de 1969 
 Memorial ao benemérito José Maria Nascimento Cordeiro

Imagens:
- Arquivo Municipal do Porto

Casas de habitação para pessoal superior administradas pela Santa Casa da Misericórdia. (Porto)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Quem passou ao longo dos anos pela Rua de Costa Cabral, frente ao Hospital do Conde de Ferreira, por certo reparou em 3 casarões antigos, com frondosos jardins, sendo o do meio o mais imponente, que por décadas estiveram tão abandonados, que alcançaram um ponto de quase colapso total. Estas casas não se situavam propriamente dito na Rua Costa Cabral, mas sim na Rua da Cruz, (perto da praça de táxis) no entanto faziam frente com o Hospital dos Alienados, visto não existirem outras construções entre eles, mas apenas um passeio e uma ou outra árvore.
Phototipia representativa dos edifícios que se acham instalados os estabelecimentos administrados pela Misericórdia do Porto. Photo Moderna c. 1900
Phototipia recortada. Photo Moderna c. 1900
Segundo informações obtidas, estas formidáveis casas eram o edifício de habitação do pessoal superior do Hospital Conde de Ferreira, que se situa mesmo em frente. 
Completamente abandonadas por muitas décadas, ficaram em total estado de ruína, como podemos observar nas imagens de baixo e assim se manteriam até finais de 2014, onde foram vítimas de mais um crime atroz. 
Foram derrubadas, permitindo-lhes manter apenas a fachada frontal, que nesta data em que escrevemos, se encontra ainda, escorada com vigas de ferro, para que não desmorone. 
 Vista aérea dos edifícios, em 2012 ou 2013. Bing Maps
 Pormenor das 3 casas vistas do ar. Bing Maps

Abertura / alargamento da Avenida de Fernão de Magalhães em 1952. (Porto)

Porto - Abertura da Avenida Fernão de Magalhães.
Cliché: Alvão (1940-1960)
In, Centro Português de Fotografia
O espaço visível, corresponde à zona ocupada actualmente por edifícios como o Hotel Nave e a Clínica do Bonfim. Todo o velho casario desapareceu
Imagens das obras de abertura parcial / alargamento, da Avenida de Fernão de Magalhães no Porto, em 1952, no seguimento do Plano Regulador, de Antão de Almeida Garrett. A zona em intervenção, localiza-se junto do actual entroncamento com a Rua Cardeal D. Américo e permitiria o alargamento e continuidade da Avenida.
Abertura da Av. de Fernão de Magalhães em 1952. Frente ao actual Hotel Nave 
Clique aqui para ver este mesmo local actualmente
Abertura da Av. de Fernão de Magalhães 1952. Frente ao Hotel Nave. Perto das Eirinhas 
Vista do lado da Praça de 24 de Agosto
 Pormenor das obras de demolição
 Demolição do casario
Cerca de 10 anos após as obras. A Avenida e o Bairro de Fernão de Magalhães, em 1962 

Imagens: 
- Arquivo Municipal do Porto