A Casa Grande de Romarigães. (Romarigães, Paredes de Coura)

quarta-feira, 14 de março de 2018

Quando falamos sobre "A Casa Grande de Romarigães" é impossível não nos saltar à ideia o escritor Aquilino Ribeiro (1885-1965) e a obra que o mesmo escreveu, com esse título.
Aquilino Ribeiro, esse escritor beirão, está de facto intimamente ligado à vida cultural da freguesia de Romarigães, concelho de Paredes de Coura, graças ao seu romance datado de 1957. 
Na verdade, a casa retratada no livro foi morada do ex-Presidente Bernardino Machado e do próprio Aquilino, que se casou com uma filha daquele presidente.
A "Casa Grande de Romarigães" não é um mito nem foi pura ficção do escritor. 
A casa ainda existe actualmente, em Romarigães, no sudoeste de Paredes de Coura, embora ao longo das décadas tenha sido muito alvo de descuido.
A Casa Grande de Romarigães in Arquivo Histórico
Aquilino Ribeiro Machado e Aquilino Ribeiro - Casa Grande de Romarigães in CCB
A Casa Grande de Romarigães - Livro - Circulo de Leitores
A construção desta casa deverá ter-se iniciado na segunda década do século XVII, época em que se instituiu o vínculo de Nossa Senhora do Amparo. Depois de algumas vicissitudes, a quinta foi adquirida em processo judicial pelo Par do Reino, Conselheiro Miguel de Antas, à família Meneses de Montenegro. A propriedade só viria a conhecer uma intervenção de restauro no século XX, quando, depois de ter passado pela posse do genro de Bernardino Machado (Presidente da primeira Republica), foi herdada pela mulher de Aquilino Ribeiro (CUNHA, 1909). É o próprio Aquilino que nos relata, no prefácio que escreve ao seu romance, como a casa estava em mau estado e como, no decorrer das obras, encontrou uma série de documentação que o levariam a escrever a "Casa Grande de Romarigães: "Quando se procedeu ao restauro da Casa Grande, que foi solar dos Meneses e Montenegros, houve que demolir paredes de côvado e meio de bitola em que há um século lavrava a ruína, ocasionando-lhes fendas por onde entravam os andorinhões de asas abertas e desníveis com tal bojo que a derrocada parecia por horas. Num armário, não maior que o nicho dum santo, embutido na ombreira da janela, que a portada, em geral aberta, dissimulava atrás de si, encontrou-se uma volumosa rima de papéis velhos"
O conjunto formado pela casa, anexos de função rural e capela do Amparo. Casa nobre, oitocentista, antecedida por um grande portal armoreado. A capela do Amparo apresenta a fachada decorada com nichos, imagens, carrancas, volutas, frontões e um óculo, tudo lavrado em pedra da região. A fachada é rematada por um campanário.
"A Casa Grande de Romarigães", está classificada como Imóvel de Interesse Público, desde o ano de 1986.
A Casa Grande de Romarigães - Fachada voltada à rua. Cliché in patrimoniocultural.gov.pt

Bibliografia:
"Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado" - IPPAR, 1993
patrimoniocultural.gov.pt

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