quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Palácio de Cristal. (Cidade do Porto)

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O Palácio de Cristal (1865 - 1951) foi um edifício que existiu no antigo campo da Torre da Marca, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota.
O Palácio de Cristal ainda na fase de construção entre 1861 e 1865
O Palácio de Cristal em construção 
Imagem in O Porto e os seus Fotógrafos
O Palácio de Cristal, da autoria do arquitecto inglês Thomas Dillen Jones, foi construído em granito, ferro e vidro, tendo o Crystal Palace londrino por modelo. Media 150 metros de comprimento por 72 metros de largura e era dividido em três naves. O Palácio apresentou desde a sua construção, sérios problemas económicos que puseram em causa a sua conclusão. 
No entanto existiu uma pessoa que foi decisiva para a viabilização do mesmo, colocando todos os seus bens a cauciona-lo, o médico-cirurgião Dr. António Ferreira Braga, uma pessoa de grande capital. Dado que a exploração do Palácio de Cristal foi sempre deficitária, os bens do benemérito médico foram hipotecados, tendo o mesmo falecido em 1870 na mais profunda pobreza. 
Avenida de entrada do Palácio de Cristal
Palácio de Cristal
Diversos ângulos do palácio

A sua construção iniciou-se em 1861, sendo inaugurado em 18 de Setembro de 1865 pelo próprio rei D. Luís.
Foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada pela então Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial de Portugal.
Vista parcial de Miragaia e Massarelos, numa imagem obtida por volta de 1865.
No canto superior esquerdo da imagem, vemos o Palácio de Cristal
A Exposição Industrial, para além de contar com a visita oficial do rei D. Luís, de Dona Maria Pia e do príncipe herdeiro, contou ainda com 3.139 expositores, dos quais 499 franceses, 265 alemães, 107 britânicos, 89 belgas, 62 brasileiros, 24 espanhóis, 16 dinamarqueses e ainda representantes da Rússia, Holanda, Turquia, Estados Unidos e Japão.
O Palácio de Cristal, vendo-se a fachada frontal e parte da fachada lateral. 
Phot.ª Guedes, 1910
Palácio de Cristal. BPI: Editor - Alberto Ferreira
Palácio de Cristal
Em 1933, o edifício e os respectivos jardins foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto.
Ao longo dos seus 86 anos de existência, o Palácio de Cristal acolheu muitas outras exposições, destacando-se a exposição das rosas, em 1879, a exposição agrícola, em 1903 e a Exposição Colonial, inaugurada em Junho de 1934. Desta última exposição sobrevive o Monumento ao Esforço Colonizador Português, actualmente colocado no topo oeste da Avenida do Marechal Gomes da Costa.
Palácio de Cristal. Vista aérea
Palácio de Cristal durante a Exposição Colonial de 1934
"Comboinho de passeio" nos jardins do antigo Palácio de Cristal, nos anos 30
O Palácio de Cristal foi ainda um importante espaço de cultura, contendo um órgão de tubos que era dos maiores do mundo. Foi neste palácio que se realizaram importantes concertos do compositor Viana da Mota ou da virtuosa violoncelista Guilhermina Suggia.
Nave central do antigo Palácio de Cristal. Ao fundo, o órgão de tubos
Palácio de Cristal. Nave central 
Exposição de floricultura no Palácio de Cristal em 1908
Exposição de floricultura no Palácio de Cristal. Aurélio da Paz dos Reis
Encontro das escolas evangélicas do Porto e de Gaia em 1908, no Palácio de Cristal
Festa na nave central do Palácio de Cristal
Exposição automóvel em 1933
O palácio foi destruído em 1951, tendo-se erguido no seu lugar uma nave de betão armado, a que foi dado o nome de Pavilhão dos Desportos, segundo projecto do Arquitecto Carlos Loureiro e a pretexto do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. O edifício foi demolido em menos de um ano, sendo destruído à martelada o órgão de tubos
Palácio de Cristal - Jardins e fachada frontal
Vista aérea dos jardins do Palácio de Cristal, estando a ser já construído o Pavilhão dos Desportos. Notemos na imagem que a fachada do antigo Palácio ainda existe, estando o Pavilhão ao seu lado apenas desprovido de cúpula.
Devido à contestação popular à demolição, a designação Palácio de Cristal tem sobrevivido até aos nossos dias.
O edifício visto de dois ângulos diferentes
Fachado posterior do demolido Palácio de Cristal
Uma vista aérea do extinto Palácio

 Em baixo temos uma imagem da fachada frontal do extinto Palácio de Cristal 
Palácio de Cristal (miniatura) -  In, Museu de Santa Maria de Lamas
Maqueta actualmente conservada e arquivada nas áreas de reserva deste complexo museológico


Imagens:
- Aurélio da Paz dos Reis
- Alvão
- Phot.ª Guedes
- Beleza
- BPI - Editor - Alberto Ferreira
- AMP
- Museu de Santa Maria de Lamas

13 comentários:

  1. A demolição do Palácio de Cristal foi um crime de Património de que Porto nunca se esquecerá. O 'Pavilhão dos Desportos' que se construiu em sua substituição para o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins deveria ter sido erguido em outro local. A cidade ficou empobrecida.

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  2. Orgao poderia ter sido desmontado. Crime enorme mesmo

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  3. Os milhões que se estão a gastar para reconstruir a meia bola inútil deveriam ser usados para reconstruir o antigo edifício....muitos turistas ainda perguntam onde está o Palácio famoso

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  4. Os milhões que se estão a gastar para reconstruir a meia bola inútil deveriam ser usados para reconstruir o antigo edifício....muitos turistas ainda perguntam onde está o Palácio famoso

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  5. A MONARQUIA EDIFICOU !!!! a réles republica destrói o que não quer que SEJA LEMBRADO!!!!

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  6. Inacreditável ... como se destrói uma obra prima e em seu lugar se ergue um mamarracho.

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  7. Gostava de saber quem foi quem deu a ordem de execução, de tão hediondo crime! Esse individuo, com toda a certeza já não pertence ao mundo dos vivos, e por isso mesmo que arda no inferno!

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  8. O projecto original ainda deve existir em papel. Era reconstruir como está a ser feito o bolhao - igual ao projeto original

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  9. Tacanhez, ganância, corrupção e estupidez. E, claro, impunidade. Tb queria saber o nome do nojo do mandante.

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  10. Quando se refere à ralé, refere o povo Portuense? Se sim está equivocado, não por acaso que a tigela de betão ainda hoje se chama palácio de cristal, e Também não creio que a" nobreza", que no Porto não existe desde do tempo de D. João II, pois se os de sangue azul, não consta que tenha saído um tostão para que este crime fosse impedido e que tenha sido um médico da "ralé" que se empenhou literalmente para salvar esta "joia da coroa" morrendo na miséria pela sua paixão pelo edifício e pela sua cidade, as vossas senhorias, nada fizeram, e agora atiram pedras, a minha cidade orgulha-se de rejeitar essa gente parasitária.

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