domingo, 26 de janeiro de 2020

Capela de Santo António da Praça. (Braga)

A capela de Santo António da Praça, passou por várias alterações, desse que foi fundada, inicialmente como uma singela ermida, no entanto, esteve mais de quatrocentos anos, localizada na antiga Praça de Touros, mais conhecida actualmente por Praça do Município. 
A capela era então propriedade da confraria de Santo António da Praça, uma confraria que nos dias de hoje ainda continua em funcionamento.

Capela de Santo António, ainda rebocada e caiada de branco, antes da demolição para permitir a abertura da Rua Eça de Queiroz
O desenvolvimento urbanístico de Braga, ao longo da primeira metade do séc. XX, conjuntamente com o aumento da população, conduziu a que a Autarquia de Braga projectasse uma nova artéria de ligação entre a Praça do Município e a rua Francisco Sanches. 
Essa nova ligação, condenava a capela à demolição.

Antiga Capela de Santo António da Praça de Touros, c.1949, na Praça Municipal de Braga. Situava-se ao lado da Biblioteca Pública, sendo demolida nesse mesmo ano
Em 1949 e só após um acordo entre a Câmara Municipal e a confraria, a capela de Santo António, seria demolida.

Abertura da Rua Eça de Queiroz, em 1949, vendo-se ainda a fachada lateral da Capela de Santo António na esquerda da imagem. Cliché in SIPA  
Rua Eça de Queiroz, já após a demolição da Capela de Santo António

Fontes parciais:
-C.M.B.
-Biblioteca Municipal
-SIPA

sábado, 11 de janeiro de 2020

Palacete Morais Alão Amorim. (Porto)

Já aqui abordamos ao longo dos anos e em diversas publicações, o Palacete que existiu na antiga Praça de D. Pedro, onde por muitos anos, mais exactamente desde 1819, funcionaram os Paços do Concelho do Porto e que foi propriedade de Monteiro Moreira.
Falemos agora um pouco de um edifício adjacente, talvez algo menos imponente, mas não menos importante.
Adjacente aos Paços do Concelho, erguia-se um outro edifício majestoso, o Palacete de Morais Alão Amorim. O conjunto destes dois edifícios, definiam a Praça de D. Pedro a Norte.
Praça de D. Pedro IV, antes das demolições de 1916. Vemos o Palacete de Monteiro Moreira, que serviu de Paços do Concelho, na direita da imagem e na esquerda o Palacete de Morais Alão Amorim. Cliché in AHMP
Palacete Morais Alão, "atrás" do poste de iluminação pública, na esquerda da imagem. Cliché in AHMP

O bonito Palacete de Morais Alão Amorim, que serviria também como edifício de apoio aos Paços do Concelho, era tal como este último, datado da primeira metade do séc. XVIII e ostentava Pedra de Armas, ou Brasão.
Brasão in AHMP
O Palacete de Morais Alão teria no futuro exactamente o mesmo destino do edifício ocupado pelos Paços do Concelho (Palacete de Monteiro Moreira)
Ambos "sobreviveram" até 1916, quando foram demolidos para permitir a abertura da Avenida dos Aliados, como já referimos em publicações anteriores.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Fonte das Águas Férreas. (Porto)

Fonte das Águas Férreas no seu local original (J. Bahia. Júnior, 1909: 71) - Ed. Porto Desconhecido e Insólito, Porto Editora
Localizada junto à Rua das Águas Férreas e a escassos metros da Rua da Boavista, a Fonte das Águas Férreas, era abastecida por um manancial descoberto em 1784 e teria sido edificada cerca de uns 5 anos após a descoberta do mesmo. 
Era uma fonte em alvenaria de granito, que possuía duas bicas de onde brotavam águas ferruginosas e assim, à luz da época, consideradas águas medicinais. 
A maior afluência a esta fonte decorreria durante o séc. XIX, pelo que a fonte chegou a ter um guarda, o célebre "Cartola" assim chamado por usar sempre uma cartola na cabeça. 
Grande parte da população que procurava esta fonte, eram raparigas jovens, pelo que os rapazes tinham por hábito dar uma moeda ao "Cartola" para que ele os deixasse beber pela mesma caneca usada pela moças.
A fonte esteve abandonada e literalmente coberta por mato, muitos anos, até ser desmontada, pedra a pedra e voltada a ser erguida no actual Parque da Cidade do Porto, local em que pode ser vista.

Citamos:
“A Fonte das Aguas Férreas situada dentro da quinta de Santo Antonio das Aguas Férreas foi por muito tempo considerada como agua minero-medicinal e ainda, parece contar alguns crentes. De muito boa construcção, está colloeada a nivel inferior do solo e a ella se desce por uma larga escadaria de pedra.
Tem duas bicas, sendo cada uma d'ellas de nascente propria e, ainda, ao lado direito da fonte, se encontra um recipiente rectangular, de granito, medindo 0,70m de comprimento por 0,28m de largura e com uma profundidade de 0,64m onde propria mente é a nascente medicinal das Aguas Férreas. Este óculo está fechado com tampa de ferro e cadeado, estando de posse da chave um guarda que, tem a seu cargo vigiar esta fonte. No jardim, por detraz d'ella, vê-se o óculo de entrada para as suas duas minas.” 

J. Bahia Junior

Fonte das Águas Férreas in JN
 Local onde esteve localizada a fonte. Actualmente é um Parque de Estacionamento. A fonte estava aproximadamente onde vemos a letra -P-
In Google Maps
 Actual Parque de Estacionamento. Local onde esteve a fonte, in Google Maps
Fonte das Águas Férreas no Parque da Cidade