sábado, 30 de janeiro de 2010

O Real Theatro de S. João. (Porto)

Mandado construir por Francisco de Almada e Mendonça, Desembargador Corregedor e Provedor do Porto, com projecto de Vicente Mazzoneschi, foi inaugurado com a peça «A Viandeira», a 13 de Maio de 1798, em homenagem ao príncipe regente D. João por ser o seu aniversário.
O edifício na Batalha foi construído para substituir o seu antecessor, o Teatro do Corpo da Guarda, instalado no Palácio do Conde de Miranda e inaugurado a 15 de Maio de 1762, o primeiro teatro lírico do país.
O Real Theatro de S. João, destruído por um incêndio em 1908 e mais tarde substituído pelo edifício actual, que todos os habitantes da Invicta conhecem.
Imagens de grande dimensão, clique para as ampliar
Postal. J. N. B. 241, Arnaldo Soares, [Porto], [c. 1905].
Teatro Nacional S. João (antigo), s.d., postal ilustrado.
Interior do Teatro antes do fatídico incêndio, Phot.ª Guedes
Teatro S. João. Incêndio de 1908
 Real Theatro S. João 
Incêndio em 11-04-1908
O Teatro já depois do fatídico incêndio
Real Theatro de S. João, após o incêndio em 1908
A empresa "Soconstroi" foi a responsável pela edificação do novo Teatro S. João, tendo o mesmo sido concluído em 1918. A sua inauguração, seria no entanto realizada apenas a 7 de Novembro de 1920.
Construção do actual Teatro de S. João
Nas imagens de baixo, o Teatro S. João tal como ainda pode ser visto actualmente. A segunda imagem é de grandes dimensões, clique na mesma para a ampliar.

Postal. 23, Vasconcellos em Cta (Tabacaria Africana), Porto, [c. 1920].

Mercado do Bolhão. (Cidade do Porto)

O Mercado do Bolhão é um dos mercados mais emblemáticos da cidade do Porto, em Portugal, ainda existe (e resiste) embora com um aspecto muito diferente do que possuía na sua origem, tendo sido classificado como imóvel de interesse público em 22 de Fevereiro de 2006.
O Mercado do Bolhão com o aspecto que possuía originalmente
Nas imagens (imediatamente em cima e em baixo) vemos a «Memória do Bolhão» 
Este memorial foi inaugurado em 9 de Julho de 1862 em memória do falecido rei D. Pedro V, sendo constituído por coluna em granito de sete metros e meio de altura assente num pedestal de quatro faces, rematada por uma estrela de bronze e rodeada na sua base por uma grade de ferro fundido.
Acesso setentrional ao Mercado do Bolhão, antes de 1910
 Obelisco dedicado ao rei D. Pedro V, pela fundição do Bolhão
A existência do mercado remonta a 1839, quando a Câmara Municipal do Porto pretendeu concentrar, neste local, todos os mercados existentes na cidade. Inicialmente estava ladeado apenas por um gradeamento em ferro.
Mercado do Bolhão
Entrada (portão de ferro) do antigo Mercado do Bolhão
Vendedeiras do Bolhão (Edição da Camara Municipal do Porto)
Mercado do Bolhão, antes de 1910
Interior do Mercado do Bolhão
Mercado do Bolhão - Emílio Biel 
Construção do actual Mercado do Bolhão, vendo-se ainda a «Memória do Bolhão» 
O actual edifício que todos conhecemos hoje em dia foi inaugurado em 1914, substituindo o anterior mercado existente no local. A obra foi conduzida pelo arquitecto António Correia da Silva por decisão da primeira vereação republicana da Câmara portuense, presidida por Elísio de Melo.
Fachada leste do novo edifício do Bolhão em 1914
A «Memória do Bolhão» foi justamente retirada em 1914, quando da construção do novo mercado.                
Actualmente encontra-se no cemitério do Prado do Repouso junto ao jazigo dos bombeiros falecidos.
Imagens:
- BPI, Edições Arnaldo Soares
- Phot.ª Guedes
- Emílio Biel 
- Alvão
- AMP

Planta da Rua Mousinho da Silveira. (Cidade do Porto)

Clique nas imagens para as ampliar
Projecto apresentado e aprovado pela Câmara Municipal do Porto a 17 de Junho de 1872, assinado por Luís António Nogueira, Director geral da Secretaria, intitulado «Planta do Projecto da Rua da Biquinha paralela à rua das Flores, a qual a Exª Câmara pretende mandar abrir para ligar o Largo da Feira de S. Bento com a Rua de S. João».
Vista da Sé e da igreja dos Grilos, num cliché obtido muito provavelmente a partir do Palácio da Bolsa, na zona posteriormente ocupada pela Praça do Infante.
As traseiras do casario, visível na imagem, pertenciam à desaparecida Rua das Congostas, destruída para a abertura da 2.ª  fase da Rua Mouzinho da Silveira
Na mesma altura foi apresentado um projecto de alargamento e alinhamento da Rua das Congostas entre a Rua de S. João e a Rua dos Ingleses. Em 1875, foi apresentando novo projecto, praticamente igual, mas em que a nova Rua da Biquinha passava de 16 metros para 19 de largura, passando também a ser designada por Mousinho (Mouzinho) da Silveira. Em 1882, por proposta do presidente da CMP viu a Rua das Congostas alterado o nome para Mousinho da Silveira, por se entender ser continuação da mesma.

Imagem:
- Arquivo histórico e municipal do Porto

A Conserveira Portuguesa. (Cidade de Matosinhos)


Na imagem de cima (provavelmente da década de 40 ou inícios de 50 do Séc. XX) vemos a já demolida fábrica de conservas a "Conserveira Portuguesa", na Rua de Brito Capelo, cruzamento com a Sousa Aroso. Vemos também as cancelas do comboio da linha da Póvoa.
Este local actualmente deu lugar as grandes construções de habitação.
Pormenor de uma época: O amola -tesouras, ou guarda soleiro, á esquerda.

sábado, 23 de janeiro de 2010

O Ginásio Haltere do Porto. (Cidade do Porto)

O Ginásio Haltere do Porto foi um dos primeiros Ginásios do País e o primeiro do Norte de Portugal nas modalidades de Halterofilismo e Culturismo, situava-se num edifício Secular, mesmo ao lado do prédio da antiga Sede do Salgueiros Futebol Clube, na Rua de Alvares Cabral, n.º 360 na Cidade do Porto.
Fundado em 01 do 12 de 1955 por personalidades ligadas a estes desportos de força, como o Sr. Manuel Lago Barbosa Campeão Nacional de Halterofilismo em 1957 e Campeão Nacional de Culturismo e o Sr. Torres Vilas (ambos já falecidos), entre outros, o Ginásio Haltere do Porto era uma colectividade, uma Associação Desportiva sem fins lucrativos. Como muitas outras colectividades desportivas similares os atletas que treinavam no Ginásio Haltere do Porto eram sócios e estavam inscritos na colectividade, pagavam uma cota mensal para poder treinar e recebiam um documento comprovativo do pagamento. O ginásio também, como é de lei, periodicamente procedia a eleições, mais exactamente de dois em dois anos onde concorriam diversas listas, a mais votada pelos sócios ganhava elegendo-se assim um Presidente e uma respectiva Direcção que liderava o ginásio até novas eleições. Assim funcionou sem percalços durante décadas, mais precisamente até ao final da década de 80.
Imagens da entrada do Ginásio, a escadaria...


O bar "novo" feito na década de 90
A sala do bar "novo" na sala existente ao cimo (e a direita) da escadaria da entrada, as janelas que vemos na imagem de baixo dão para a rua de Álvares Cabral...
Imagens antigas de antigos atletas, alguns Campeões Nacionais...

Torres Vilas (imagem de cima e de baixo)
Montenegro com 17 anos
A escadaria interior, aqui ainda existia o corrimão de origem do edifício
As salas em actividade




Aspecto interior que manteve até 2005
Atletas da altura... uma época em que o Ginásio "fervilhava" de tanto movimento








As traseiras do Ginásio Haltere com o seu pátio

A intervenção do Sr. “H”

O texto que se segue é um resumo de acontecimentos ocorridos e devidamente testemunhados por inúmeros ex-atletas e sócios do extinto Ginásio Haltere do Porto e que foi relatado pelos mesmos.
O Sr. “H” (omitimos o nome da pessoa por princípio ético) era um atleta entre muitos outros na década de 80. Este indivíduo, figura bastante conhecida nos meios nocturnos de então e pouco amigo do trabalho “em toda a vida só trabalhei um ano” era uma das suas «frases de impacto» preferidas, viu no Ginásio Haltere do Porto uma oportunidade de ganhar dinheiro sem esforço. Em finais da década de 80 o Sr. “H” teve acesso indevido a inúmeras fichas de inscrição em branco das quais se apropriou, graças à cumplicidade, passividade e/ou imbecilidade da Direcção da altura também teve acesso ao carimbo do Ginásio e até à máquina de escrever, que era então usada, no preenchimento das acima referidas fichas de inscrição de novos sócios.
Pessoa como já referimos em cima ligada à noite e com amizades nesse meio, o Sr. “H” conseguiu com o compadrio de outrem arranjar umas dezenas muito largas de pessoas dispostas a ajudá-lo no seu “acto cívico”.
Inscreveu como sócios uma série de indivíduos que NUNCA TINHAM estado no Ginásio Haltere, a maior parte nem o conhecia, de trabalhadores a pessoas com profissões duvidosas, tudo foi inscrito como “sócio” nas vésperas das eleições…

Uma Ocupação já longe do 25 de Abril de 1974

Este evento é igualmente contado por inúmeros sócios/atletas antigos do Ginásio Haltere do Porto que assistiram ao que decorreu, ou que tomaram conhecimento dos factos logo nos dias posteriores!
Estava-se em final da década de 80, no Ginásio Haltere do Porto era dia de eleições, as listas concorrentes estavam presentes bem como os sócios que iriam participar nas votações, que, por norma, eram caras bem conhecidas desde há anos. De repente o inesperado, param duas camionetes em frente ao Ginásio cheias de indivíduos nunca antes lá vistos… esta verdadeira matilha liderada pelo Sr. “H” entra em rompante pelas instalações… “isto são tudo sócios “ Grita o Sr. “H”, a confusão instala-se, dão-se protestos que são abafados pelos berros daquela multidão que parece disposta a tudo, realmente estão inscritos como “sócios” do Ginásio… inscritos pelo próprio Sr. “H” nas vésperas desta eleição, sócios falsos, inscritos de forma ilegal por uma pessoa que não tinha qualquer direito ou poder hierárquico para o fazer.
Apesar de estarem presentes (inclusive nas listas concorrentes) nomes sonantes da sociedade Portuense, a cobardia, a passividade e/ou outros interesses fez com que ninguém tivesse chamado a polícia e impugnado as eleições, pelo que o Sr. “H” ganhou as eleições e se tornou Presidente.

De Associação a negócio particular

Segundo informação directa de várias pessoas presentes na altura, mal tomou o poder o Sr. “H” tornou-se “Presidente”, “Director”, “Monitor” etc. ou seja como havia planeado, tornou-se o auto-proclamado “Dono e Senhor” das instalações do Ginásio. Não formou qualquer Direcção (excepto talvez no papel, uma coisa 100% virtual) mudou de imediato a fechadura da porta do Ginásio, vedando assim o acesso legitimo que outros elementos antigos tinham às instalações do Ginásio, procedeu ao afastamento daqueles mais antigos que a tudo assistiram e pretendiam continuar a treinar (muitos outros recusaram continuar no ginásio após assistirem a esta vergonha) e passou a servir-se da associação como se de um ginásio privado fosse, recebia o dinheiro EM MÃO dos atletas não lhes dando qualquer recibo ou outro documento comprovativo de pagamento, continuou a beneficiar das isenções de impostos da Associação, bem como da sua baixa renda… durante quase duas décadas esta Associação tornou-se uma máquina de fazer dinheiro que revertia totalmente para o bolso da referida pessoa. Nunca mais houve eleições, (a não ser virtuais nos inícios e à porta fechada), cujo resultado era sempre a informação de que a lista vencedora era a mesma da eleição anterior.
É um facto que durante a ocupação o Sr. “H” fez obras de beneficiação nas instalações do Ginásio, como um bar na sala frontal do 1.º andar, arranjou as paredes, expondo o granito, fez uns balneários novos, renovou os quartos de banho… mas tal não merece muito crédito se tivermos em conta que durante mais de uma década e meia usou as instalações como de uma casa própria se trata-se amealhando no seu bolso as mensalidades e inscrições de todos os atletas.
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Fim da farsa e do Ginásio


Em 2005 passou a haver contendas maiores com o senhorio do prédio em parte e ao que parece pelo não pagamento das rendas, o Sr. “H” nunca informou quem lá estava na altura a treinar do que se estava a passar embora certos atletas o soubessem em parte ou em todo através de outras vias. Começou a desmontar e a carregar as máquinas de desporto da Associação, uma a uma no pequeno reboque que usava atrelado a sua viatura e a levá-las para parte incerta*.
Em Agosto de 2005 o Ginásio Haltere do Porto “fechou para férias” a única pessoa que continuou a lá ir diariamente, (segundo pessoas vizinhas e atletas que passavam naquela rua com frequência) era o próprio Sr. “H” no seu contínuo trabalho de transportar para fora das instalações do Ginásio máquinas de exercício e pesos/halteresO ginásio nunca mais reabriu tendo o edifício sido entregue ao senhorio num estado deplorável totalmente diferente do que possuía um ou dois meses antes do seu derradeiro encerramento.

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Imagens desoladoras... As instalações do Ginásio Haltere do Porto quando o edifício foi entregue ao seu proprietário... Um «Tsunami» teria feito menos danos!
"Atitudes cívicas" de um mês reduziram um edifício em bom estado a uma "casa-assombrada"
As instalações foram despojadas de todos os seus equipamentos e espelhos...
A fiação eléctrica foi arrancada, bem como parte da canalização e as loiças dos wc´s
As salas da Direcção, vandalizadas como tudo o resto






O corrimão foi totalmente desmontado e levado por "alguém" para casa por engano...


Imagens:
- Alexandre Silva
- Hugo Lima
- Autores desconhecidos