Praça de Carlos Alberto (BPI). O fontanário em primeiro plano
Localizava-se na Praça de Carlos Alberto, no Porto, conforme podemos observar nas imagens. É um marco fontanário (ou fontenário), com duas conchas onde cai a água que saia de uma torneira. É feito em ferro fundido, sendo um dos mais bonitos exemplares da FUNDIÇÃO DO BOM SUCESSO.
Tem duas taças, uma superior para os cavalos beberem e outra inferior para os cães e gatos. No alçado oposto, existe uma torneira para as pessoas poderem beber.
Devido à sua dupla função de fornecer água e iluminação, encontra-se no seu topo um magnifico lampião que remata e embeleza o marco. Foi doado por Júlio D`Andrade.
Fontanário da Praça de Carlos Alberto
Praça de Carlos Alberto (BPI) sendo visível o fontanário
Praça de Carlos Alberto. Edição dos Grandes Armazéns Hermínios.
Praça de Carlos Alberto. BPI - Editor Alberto Ferreira
"Não nos cancemos de
fazer o bem.
O homem é o rei dos
animaes mas não de-
ve ser o seu tyranno
SOCIEDADE
PROTECTORA DOS ANIMAES
FUNDADA NO PORTO EM 1878
Doado a sociedade por
JULIO D`ANDRADE"
Como já em cima referimos encontrava-se instalado na Praça de Carlos Aberto por influência da Sociedade Protectora dos Animais, conforme se verifica pela tabuleta colocada no seu corpo principal.
Actualmente, encontra-se recolhido nos jardins do SMAS, na rua Barão de Nova Sintra, no Porto.
Fontanário/Bebedouro
Fontanário da Praça de Carlos Alberto, actualmente no Jardim do SMAS, c.2020
Fontes:
- SMAS
Imagens:
- BPI (digitalização)
- BPI - Edição dos Armazéns Hermínios
- BPI - Editor Alberto Ferreira
- Alexandre Silva
O Fontenário de Carlos Alberto produzido pela Fundição do Bom Sucesso existente, à data, no Largo do Bom Suceso de meu bisavô Manuel Tavares
ResponderEliminarFoi doado por Júlio D' Andrade, um abastado membro da burguesia lisboeta, que dizia: "O homem é o rei dos animais mas não deve sêr o seu tyranno". Foi a pensar nos animais que foram colocadas duas taças: uma mais alta, para os cavalos, e outra mais baixa, para os cães e gatos. Numa primeira fase foram colocados três fontenários, importados de Paris, no Corpo Santo, na Praça do Comércio e em Santa Apolónia. Os seguintes num total de 14, foram cópias executadas pela Empreza Industrial Portugueza. Actualmente, ainda restam dois, um deles no Príncipe Real e outro em Santa Apolónia, ligeiramente deslocado do seu local original.
Este marco fontenário do Porto apresenta uma particularidade: para além dos doze exemplares que Júlio d’Andrade ofereceu ao Município de Lisboa, mandou construir mais dois, um para Xabregas e outro para Campo de Ourique. No entanto, a Câmara Municipal não os ligou à rede de água durante quatro anos, alegando não ter condições e por isso deles prescindindo. Face a esta situação, ofereceu à Sociedade Protectora dos Animais do Porto, um desses exemplares.
Na posse desse exemplar, a Sociedade do Porto encomendou à Fundição do Bom Sucesso a execução de um molde que reproduzisse uma cópia fiel do original, capaz de se poder executar futuramente o número de fontenários necessários. Que se saiba foram executados dois que poderemos admirar hoje no Parque da Pasteleira e outros dois no Parque das Águas.
O primeiro encontrava-se instalado na Praça de Carlos Alberto, por influência da Sociedade Protectora dos Animais, que aí tinha a sua Sede, num segundo andar onde também funcionava um consultório em que os serviços veterinários, a tempo parcial, eram reservados para associados.
Essa agremiação instalou, ainda, pelo menos, na mesma data, dois outros na Praça da Batalha (Arquivo Histórico – Cota D-CMP/19(26) - Acta de Vereação: 1903-05-07. Mas existem mais dois que terão sido instalados noutros locais da Cidade. No topo das suas estruturas encontramos um candeeiro e um painel informativo.
Examinando-os com cuidado não fui capaz de notar entre eles qualquer diferença pelo que a dúvida surge: qual deles veio de Lisboa? Qual é o original e quais serão as cópias? Ou serão todos cópias e o original manteve-se na Fundição para molde futuro?