sábado, 2 de julho de 2011

Aldeias, moinhos e pontes submersas no rio Tâmega. Consequências nefastas da barragem do Torrão.

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Perto de Entre-os-Rios, Penafiel e Marco de Canaveses, o Tâmega esconde um património etnográfico para sempre perdido. Na memória afundada pela construção da Barragem do Torrão ficaram aldeias, moinhos de linho a ponte de Abragão (obra notável do Eng.º Edgar Cardoso) e a singular ponte de Canaveses, que além de submersa foi posteriormente destruída com cargas de dinamite, por ordem da EDP, recorrendo a mesma ao exército para a execução de tal crime.
Moinhos que ficaram submersos com a subida das águas do rio Tâmega, devido á construção da barragem do Torrão. Um rio selvagem e prenhe de vida, com águas cristalinas, seria transformado numa verdadeira mega represa, de águas fétidas e poluídas, as quais por vezes passaram a apresentar uma cor esverdeada e um cheiro nauseabundo.
A Ponte de Abragão, ou Ponte do Canal, já abordada em específico neste blogue, era uma ponte sobre o rio Tâmega. Construída em alvenaria de granito, foi mais uma obra notável do Eng.º Edgar Cardoso, tendo sido inaugurada em 1949. Caracterizava-a um vão de 60,00m, flecha de 7,00m 1/9
Foi igualmente submersa nas águas do Tâmega em 1988, quando se concluiu a barragem do Torrão.
Na imagem de baixo, vemos a Ponte de Canaveses (clique aqui para saber mais) uma construção singular, em alvenaria de granito, de alto valor histórico e de grande beleza, que foi tratada como um objecto descartável e sem valor, em pleno ano de 1988, ano em que foi submersa. Poucos anos depois, mais precisamente em 1991, seria mandada dinamitar pela própria EDP, numa decisão envolta de controvérsia e secretismo, isto quando já há muito se faziam esforços pela preservação do nosso património.
Ponte de Canaveses - Clique na imagem para a ampliar

Imagens: 
- Autor desconhecido
- BPI, Edições Bazar do Marco
- Blogue: Vila Boa do Bispo Sempre

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