sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Convento de Nossa Senhora das Mercês.(Funchal)


Segundo elementos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Convento estava situado na Travessa das Capuchinhas, freguesia de São Pedro, cidade do Funchal.
O Convento de acordo com a instituição e profissão de religião da Primeira Regra de Santa Clara, não podia possuir propriedades.
Antes da sua erecção em mosteiro, servia de recolhimento de algumas moças nobres, virtuosas e pobres.
Foi fundado pelo capitão Gaspar Berenguer de Andrade, e sua mulher D. Isabel de França, existindo à data da sua fundação, na casa religiosa, dezassete recolhidas, que viviam unicamente das esmolas dos fiéis, e de três móios de trigo de renda que possuíam.
Por escritura de 1 de Julho de 167, feita na nota do tabelião Manuel Fernandes Silva, por capitão Gaspar Berenguer de Andrade e os seus três filhos, o padre Bartolomeu César Berenguer, José de França Berenguer e Gaspar Berenguer de Andrade, passou a Mosteiro.
Dotaram-no com onze móios de trigo em cada ano, no caso de lhes faltarem as esmolas dos fiéis. As recolhidas contribuíram com três móios para a sustentação de vinte e uma religiosas, um confessor, um capelão feitor, e um servente de fora.
Os fundadores e seus sucessores podiam ainda conceder mais dois lugares a quem quisessem, sendo pessoas beneméritas da sua geração ou de outras, declarando que assim como foram fundadores do dito recolhimento, o eram do Convento, no qual teriam o direito, padroado, administração, proeminências, honras e isenções que o direito lhes concedia.
Esta doação e contrato, só entrava em vigor, no caso do recolhimento passar a convento.
Foi regulada a sucessão da administração e padroado do Convento pelo fundador, por esta escritura e por testamento feito em 21 de Dezembro de 1686.
Sendo-lhe concedida por Alvará de 20 de Dezembro de 1663, e licença da Sé Apostólica, de 17 de Agosto de 1665.
Os rendimentos descritos eram provenientes de dotações, doações, pensões e esmolas.
Foi extinto em 26 de Março de 1895, por morte da última religiosa a madre Ana Joaquina das Mercês e tendo sido ainda pensado utilizar este edifício como cadeia, o mesmo acabou sendo demolido em 1911. 
No local do edifício passa actualmente a Cota 40. 

Bibliografia parcial:
Torre do Tombo, Arquivo Nacional 

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