sábado, 24 de janeiro de 2015

Teatro Éden. (Porto)

Teatro Éden, na rua de Alexandre Herculano
O Teatro Éden era um teatro existente na rua de Alexandre Herculano, no Porto (nesta rua também existia o Teatro D. Affonso, já aqui abordado anteriormente).
Eden-Teatro in Ilustração Portuguesa
O Teatro Éden ficaria ligado à história do nosso país, pelo papel relevante que desempenhou durante o período da revolução monárquica de Janeiro em 1919. 
O teatro foi um ponto de encontro de simpatizantes da monarquia, sendo por isso escolhido de forma simbólica pelas forças republicanas, como prisão e local de interrogatório. 
Segundo os registos da época, existia no local um piano que tocava enquanto eram levadas a cabo torturas, de forma a "abafar" os gritos das vítimas. O Teatro Éden tornou-se um cinema durante as décadas de 30 e 40, sendo justamente demolido em 1948.

Fontes:
- CMP
- BMP

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Ponte Ferroviária de Magra.

Ponte Ferroviária de Magra. Albumina de Emílio Biel
A antiga Ponte Ferroviária de Magra integrando o troço entre as Estações de Amoreiras-Odemira e Faro da Linha do Sul, onde esta estrutura se localizava, foi inaugurada em 1 de Julho de 1889.
A Ponte de Magra seria uma das contempladas pelo programa de melhoramentos levado a cabo pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses entre 1931 e 1932
Em Julho de 1938, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações aprovou um projecto da Direcção Geral de Caminhos de Ferro para uma variante entre os PKs 237,635.58 e 238,294.72 da Linha do Sul, de forma a substituir esta ponte; o concurso respectivo foi levado a cabo pela Direcção Geral, em 5 de Agosto do mesmo ano.

Fonte parcial:
- REFER
- TORRES, Carlos Manitto. (1 de Fevereiro de 1958). "A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário". Gazeta dos Caminhos de Ferro 70 (1683): 76. 
- SOUSA, José Fernando de. (1 de Março de 1934). "Direcção-Geral de Caminhos de Ferro: Relatório de 1931-1932". Gazeta dos Caminhos de Ferro 47 (1109): 127. 

Imagem: 
- Emílio Biel

sábado, 17 de janeiro de 2015

Torre Eiffel de Tomar. (Tomar, 1914)

"Torre Eiffel". Réplica em madeira. Festa dos Tabuleiros de 1914
No ano de 1914, por altura da Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo (que é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal) em Tomar, foi construída uma réplica da famosa Torre Eiffel, de Paris. A autoria deste projecto foi do professor José Pereira, da Escola Industrial de Tomar, que também era escultor. Esta torre tinha iluminação nocturna, o que permitiria a visualização do seu contorno, na escuridão. 
De muito menor dimensão que a sua «irmã mais velha» esta curiosa réplica possuía apenas 20 metros de altura e era construída em madeira. Foi assim erguida na entrada da Corredoura, junto à ponte velha.
 "Torre Eiffel" na Festa dos Tabuleiros de 1914
Imagens:
- Autor desconhecido

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Submarino "Espadarte". (Portugal, 1913)

O submarino "Espadarte" foi o primeiro submarino a entrar ao serviço activo da Marinha Portuguesa.
Os projetos nacionais não tiveram sucesso, pelo que se optou pela aquisição ao estrangeiro de navios deste tipo. Após prolongados estudos, decidiu-se assinar contrato, em 17 de Junho de 1910, com a firma italiana Fiat San Giorgio, para construção do primeiro submersível português, Espadarte. O Ministro da Marinha que tomou esta opção foi João de Azevedo Coutinho.
Construído no estaleiro Orlando, de Livorno, o Espadarte foi lançado à água em 5 de Outubro de 1912, sendo entregue formalmente a Portugal em 15 de Abril de 1913, em cerimónia realizada em La Spezia, o que tornou a Marinha Portuguesa numa das primeiras do mundo a ser equipada com este tipo de plataforma de armas. 
O lançamento às águas do "Espadarte".  Na esquerda da imagem, o responsável pelo projecto, Eng.º Orlando
O primeiro comandante do submarino "Espadarte" foi o primeiro-tenente Joaquim de Almeida Henriques. 
Características do Espadarte:
Deslocamento à superfície
250 Toneladas
Deslocamento em imersão
301 Toneladas
Comprimento máximo
45,15 Metros
Velocidade máxima à superfície
13 Nós
Velocidade máxima em imersão
8 Nós
Autonomia máxima à superfície
1 524 Milhas
Autonomia máxima numa imersão
79 Milhas
Profundidade máxima
40 Metros
Armamento
2 Tubos lança-torpedos
4 Torpedos
O submarino "Espadarte" in Revista da Marinha 
Juntamente os submarinos da classe «Foca», de características semelhantes mas mais aperfeiçoados, adquiridos em 1917, o "Espadarte" formou a 1ª esquadrilha de submarinos da Marinha Portuguesa. 
Esta esquadrilha serviu durante a 1ª Grande Guerra Mundial sendo desactivada com a entrada ao serviço de novos submarinos em 1934, apesar do Espadarte ter sido desarmado ainda antes, em 1928.
Em 1934 o nome "Espadarte" seria novamente atribuído a um dos submarinos da nova classe «Delfim».

Fontes:
- Revista da Marinha 
- AML
- marinha.pt

D. Pedro II, o Imperador do Brasil, visita o Porto em 1872.

D. Pedro II era filho de D. Pedro IV de Portugal, o imperador D. Pedro I do Brasil, e de D. Maria Leopoldina.
D. Pedro II. Imperador do Brazil (Brasil) em 1870. Vestido com o uniforme de almirante aos 44 anos de idade
Em 1872 e após uma viagem a vários países da Europa, D. Pedro II visita o Porto, instalando-se no Hotel Louvre. 
O primeiro andar do Hotel foi destinado aos Imperadores, e o segundo para a sua comitiva. Segundo consta, Maria Huguette de Melo Lemos e Alves, a proprietária do Hotel apresentou no final da estadia uma conta tão elevada que o Imperador não pagou. A hoteleira queixou-se aos tribunais que lhe deram razão e partiu para o Brasil para cobrar a dívida imperial. Dois portugueses radicados no Brasil acabam por pagar a conta e a Maria Huguette regressou a Portugal.

Hotel do Louvre, Porto c.2019



Durante esta memorável visita ocorre um acontecimento singular e totalmente inesperado. 
D. Pedro manda um recado ao escritor Camilo Castelo Branco para que este o visitasse no Hotel. O escritor recusa, mandando dizer que está doente. O imperador não aceita a desculpa e manda-lhe dizer que se ele não o fizer que o irá visitar na sua casa. Em 1872, Camilo Castelo Branco recebeu D. Pedro II, imperador do Brasil, na sua casa da rua de São Lázaro, no Porto.

No livro “Viagem dos Imperadores do Brasil em Portugal”, os bacharéis José Alberto Corte Real, Manuel António da Silva Rocha e Augusto Mendes Simões de Castro descrevem os preparativos da cidade do Porto para receber D. Pedro II. 
Citamos:
“Era esplendido o aspecto, que a cidade offerecia desde a ponte pênsil até á praça de D. Pedro, e d'ahi pelas ruas dos Clérigos e de Sancto António, íngremes e fronteiras, e por isso em posição apta para o effeito de ornatos e illuminações. Arcos, ricos pavilhões, coretos, postes, bandeiras, damascos, galhardetes, movimento alegre da população, haviam transformado em templo festivo a laboriosa cidade do trabalho e da industria.
Duas linhas de bandeiras tremulavam nas guardas da ponte pênsil, seguindo-se a praça da Ribeira, elegantemente adornada com mastros, bandeiras, columnatas, pyramides e vasos com flores, plantas naturaes, e além d'isto um elegante pavilhão.”
Aspecto que teria a cidade do Porto quando da chegada  de D. Pedro II 
Vista parcial da cidade, com destaque para a ponte D. Maria II ou ponte Pênsil 
Calótipo de Frederick William Flower
Arco triunfal na rua dos Clérigos 
Imagens provenientes de "O Porto e os seus fotógrafos" coord. Teresa Siza Porto 2001
Visita do Imperador D. Pedro II ao Porto
 Arco Triunfal no cimo da rua S. João encimado por rematado por três estátuassimbolizando a da esquerda a Liberdade, a do meio o Porto e a da direita a Justiça
 Arco triunfal, em estilo manuelino na entrada da rua das Flores
Pavilhão da Feira de S. Bento, junto ao demolido Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria
D. Pedro II visita, entre muitos outros sítios (como o palácio da Bolsa ou a igreja de S. Francisco) a igreja da Lapa, local onde se encontra o coração que D. Pedro IV (D. Pedro I do Brasil), seu pai, doou à cidade do Porto 
Cliché da Phot.ª Guedes
Igreja da Lapa. Cliché da Phot.ª Guedes
Na visita aos Paços do Concelho do Porto, presta homenagem à estátua de D. Pedro IV, seu pai

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Entreposto Frigorífico do Peixe. (Porto)

O edifício designado por Entreposto Frigorífico do Peixe, foi vulgarmente conhecido por Bolsa do Pescado, denominação contida aliás nos desenhos de projecto. Com um projecto de autoria do Arquitecto Januário Godinho, este edifício foi construído entre 1933 e 1935.
Esta inovadora construção eminentemente industrial, funcionava como frigorífico, possuindo um salão que abrigava a bolsa/lota do pescado e inferiormente os frigoríficos onde o mesmo era transformado.
Entreposto Frigorífico do Peixe em construção (1933-1935)
  Entreposto Frigorífico do Peixe 
Situa-se na Alameda Basílio Teles, na esquina com a Rua D. Pedro V, em Massarelos, no Porto.
Em 1961 seria adquirido pela Empresa de Cimentos de Leiria transformando-se em armazém. Depois do 25 de Abril de 1974, mais exactamente em 1977, foi classificado como Imóvel de Interesse Público. Já teve diversas ocupações, incluindo parque de jogos, para futebol de salão.
Após muitos anos de um abandono crescente, este edifício seria transformado em (mais um) moderno Hotel, preservando no entanto as suas características arquitectónicas.

Imagens:
- AMP
- BMP