sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Casa Oriental. (Porto)

A Casa Oriental, no Porto, não desapareceu... modernizou-se.
A Casa Oriental foi fundada em 1910 no Campo dos Mártires da Pátria, n.º 111/112, próximo à Torre dos Clérigos tendo começado por comercializar produtos das colónias orientais e africanas. O café, o chocolate e os chás vendidos desde o início do século XIX, ainda hoje são evidenciados na fachada desta famosa mercearia, com a representação de uma cena da África Colonial, um atractivo para todos os turistas que visitam o Porto.
Após a 2ª Guerra Mundial, a gama de produtos aumenta e a Casa Oriental passou a vender produtos regionais portugueses: doçaria, enchidos e carnes fumadas, frutas, legumes, queijos, azeitonas, vinhos e licores. Passado o 25 de Abril de 1974 a loja é adquirida pelo actual proprietário, José Maria Gama, que decide fazer do bacalhau a imagem de marca da casa.
Casa Oriental antigamente
Reconhecendo a importância histórica do daquele espaço e compreendendo o impulso que o mesmo deu no passado a outros produtos icónicos da gastronomia portuguesa, a COMUR – Fábrica das Conservas da Murtosa confiou recentemente à Casa Oriental o exclusivo para toda a cidade do Porto da colecção “Valor do Tempo®”. 
Duas marcas de elevadíssima reputação que se unem por um só objectivo: retribuir à Sardinha Portuguesa o muito que esta já fez por Portugal.
A Casa Oriental é actualmente uma Mercearia Fina, com um interior remodelado, onde a beleza do estilo antigo se enquadra harmoniosamente com o novo, despertando a curiosidade da massa turística que actualmente visita o Porto.
Casa Oriental actualmente
Interior da Casa Oriental
 Enlatados da firma COMUR - Fábrica de Conservas da Murtosa
Fontes parciais: 
- casaoriental.pt
- www.conservasportuguesas.com/

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Padaria Flor do Paraíso. (Porto)

Padaria Flor do Paraíso
A rua do Paraíso foi aberta em 1784, inicialmente baptizada como Rua da Senhora da Lapa e informalmente chamada Rua dos Ferreiros, até que  em meados do século XIX a rua passou a ter o nome que conhecemos hoje (Paraíso). Nesta rua existia a Padaria Flor do Paraiso possuindo um painel de azulejos histórico e protegido que foi preservado, pelo seu valor, pois foi criado pela mais famosa fábrica de azulejos publicitários portugueses, a Fábrica do Carvalhinho. O antigo edifício foi reabilitado, no ano de 2018, para habitação.

Cliché: Alexandre Silva

domingo, 14 de outubro de 2018

O Teatro Camões. (Porto)

O «Theatro Camões» situava-se no que hoje designamos por centro da cidade, no local ocupado actualmente por uma boa parte da Estação de Metro da Trindade.
Foi erguido no correr da antiga Rua das Liceiras, próximo da Feira dos Carneiros (já aqui falada noutra publicação) em esquina com a Rua de Alferes Malheiro.
O «Theatro Camões» seria, a meio do séc. XIX, frequentado por figuras públicas de destaque, como o escritor Camilo Castelo Branco, ou o grande negociante Manuel Pinheiro Alves, marido de Ana Plácido (mulher que se tornaria amante do escritor).
Posteriormente, a 05 de Junho de 1858, o «Theatro Camões» passaria a denominar-se «Teatro das Variedades». Curiosamente, o escritor Camilo Castelo Branco, chamava ao já então Teatro das Variedades  "A barraca de Liceiras".
A Feira do Carvão na Praça de Camões
O Theatro Camões, é perceptível atrás das árvores - Emílio Biel
Em 1887, surgiu no local o «Theatro Chalet» que estreou com o drama “A escravatura na América”. O seu último espectáculo aconteceria em 02-04-1899, tendo sido em seguida demolido, para  permitir a ampliação do Horto Municipal. 

Fontes parciais:
-Arquivo Histórico Municipal do Porto
- Jornal "O Comércio do Porto"

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Casa de Pasto "O Arranjadinho Barcelense". (Porto)

 Casa de Pasto «O Arranjadinho Barcelense», n.º 96
Clichés in AHMP
Vista da desaparecida Casa de Pasto, denominada por "Arranjadinho Barcelense" no nº 96 da Rua da Picaria, durante as obras de beneficiação da mesma, em 1939.
Posteriormente seria um stand de motocicletas, como pode ser visto clicando aqui
Perpectiva das obras de beneficiação da Rua da Picaria em 1939

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Dois edifícios centenários demolidos. (Porto)

Quem conheça, frequente ou resida na cidade do Porto e por hábito ou necessidade, costume passar pela Praça da República, por certo se recordará destes dois edifícios antigos, situados entre a Rua dos Mártires e a Rua do Almada. Um era mais alto e possuía uma fachada frontal mais simples, sendo o outro mais rico (e a nosso ver) mais bonito.
 Edifícios demolidos na Praça da República in Google Maps

 Edifícios demolidos na Praça da República in Google Maps

  Edifícios demolidos na Praça da República 
Pormenor da fachada in Google Maps
Devolutos por muitos anos, esperávamos que a "azáfama turística" que envolve a cidade actualmente e que promove obras, restauros, construções e até destruições, fosse reabilitar estes dois prédios, mais que não fosse, mantendo as suas paredes exteriores de granito. Foi uma esperança vã!
Demolidos meses atrás, o lugar é, neste momento exacto em que escrevemos esta publicação, um estaleiro de obras, local de onde provavelmente de erguerá mais uma torre de betão... é uma pena.

Palacete Samora Correia. (Lisboa)

Edificado entre a Avenida da Liberdade e a Rua Júlio César Machado e com acessos (frontaria) para ambas as artérias, este sumptuoso edifício era propriedade e foi residência de Carlos Ferreira Prego, 3.º Barão de Samora Correia.
Seria posteriormente adquirido pela Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas, SARL, com o objectivo de ali erguerem o Cinema São Jorge. Isto levou a que o palacete fosse demolido entre 1946 e 1948. O Cinema São Jorge seria inaugurado em 24 de Fevereiro de 1950.
Palacete Samora Correia. Fachada para a avenida da Liberdade
Cliché de Eduardo Portugal in AML
Palacete Samora Correia. Fachada para a rua Júlio César Machado
 Cliché de Eduardo Portugal in AML

terça-feira, 17 de abril de 2018

Casino do Palácio de Cristal. (Porto)

O formidável e demolido em 1951, Palácio de Cristal do Porto, que em 2009 mereceu da nossa parte uma dedicada e extensa publicação, a qual pode ser consultada clicando aquifoi um local dedicado tanto à cultura, como ao divertimento e lazer.
 Palácio de Cristal - BPI
Portuenses nos seus passeios de Domingo à tarde, aproveitando o sol Outonal que irradiava sobre a Avenida das Tílias, no palácio de Cristal
Conforme já referimos na nossa publicação datada de 2009, tendo o lançamento da primeira pedra ocorrido em 03/09/1861 e sido posteriormente inaugurado, em 1865, as instalações do majestoso edifício não dispensavam um Casino (algo muito na moda de então), que integrava também um Dancing, bem como um Restaurante.
 Casino do Palácio de Cristal - Dancing
 Casino do Palácio de Cristal - Sala D. Pedro V
 Casino do Palácio de Cristal - Sala Holandeza
Imagens:
- Casa Alvão
- AHCMP
- BPI (Digitalização)

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Caixas de Toques de Incêndio. (Porto)

Na cidade do Porto, durante o século XIX, foram criadas e espalhadas pelas várias freguesias da localidade, cerca de vinte e uma caixas de ferro fundido, sendo as mesmas sempre cravadas nas paredes da igreja principal das mesmas freguesias.
Na tampa, das caixas estava uma lista elaborada em alto-relevo de “Toques de Incêndio”, como por exemplo: Sé - 4 ou Carmo -15 (como podemos observar na fotografia).
 Caixa de Toques de Incêndio c.Alexandre Silva
Dentro destas caixas existia um manípulo ligado a um cabo ou corda, que se encontrava protegida por um cano de ferro e fazia ligação ao sino da igreja.
Em caso de incêndio, os populares simplesmente recorriam à caixa mais próxima, e puxavam o manípulo no número de vezes referentes à sua freguesia de forma a identificar o local.
Toques de Incêndio in AHMP

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Obeliscos da Quinta da Prelada. (Porto)

Os dois obeliscos com 12,6 metros de altura que actualmente se encontram no Jardim do Passeio Alegre (Foz) são os mesmo que originalmente se encontravam à entrada da Quinta da Prelada, tendo sido idealizados por Nicolau Nasoni, quando no século XVIII projectou aquela quinta, com a respectiva residência, jardins e os outros elementos decorativo, para a família dos Noronhas e Meneses. 
Obelisco trabalhado integrado no muro de vedação da Quinta da Prelada em 1936
 Guilherme Bomfim Barreiros in AHMP
Robert C. Smith, o maior especialista da obra do célebre arquitecto toscano, na obra "Nicolau Nasoni - Arquitecto do Porto", descreve do seguinte modo estes monumentos, classificados como imóveis de interesse público em 22 de Março de 1938: 
"Estes esbeltos obeliscos assentes em bolas, segundo um motivo maneirista dos séculos XVI e XVII, terminando em torres de dois 'corpos' ou andares, tirados do brasão dos Noronhas. Na base dos obeliscos figura o anel de aliança dos Meneses, no meio de um pesado bloco, cujo perfil sugere o da imafronte da Capela de Fafiães. Por cima da cornija aparecem volutas típicas de Nasoni, formando uma peanha de corte prismático, como transição às esbeltas superfícies diagonais dos obeliscos, sensivelmente ajustadas para capturar expressivos efeitos de luz e sombra". 
Obeliscos da Quinta da Prelada, integrados no muro de vedação da 
mesma e voltados para a Rua dos Castelos em 1936
Obeliscos de Nasoni na Foz. BPI
Os dois obeliscos projectados por Nicolau Nasoni, que marcam uma das entradas do jardim, foram trazidos para este local já no séc. XX.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Fonte da Firmeza. (Porto)

A Fonte da Firmeza na esquina da Rua da Firmeza com a Rua D. João IV 
 Ed. J. Bahia Júnior, 1909, pág. 39
A Fonte da Firmeza, foi cons­truída em meados do século XIX, com mate­riais provenientes da antiga Fonte da Trindade, demolida em 1853, era abastecida pela água proveniente do manancial da Póvoa de Cima, cuja nascente ficava na tal Póvoa de Cima, sensivelmente ao cimo da Rua de Santos Pousada. 
A Fonte da Firmeza foi erguida na esquina das ruas da Firmeza e de D. João IV, sensivelmente no local onde agora está o edifício da actual Escola de Turismo. Quando se construiu este imóvel, a fonte foi mudada para a Praça das Flores onde ainda hoje se encontra. Grande parte dos portuenses desconhece no entanto a sua origem.
Fonte da Firmeza, já na Praça das Flores - Teófilo Rego em 1961

Capela do Senhor Jesus da Boavista. (Porto)

Esta capela não desapareceu, felizmente. O que desapareceu, ou melhor, se modificou e muito, foi o espaço que a envolvia, que foi absorvido pelo urbanismo crescente da cidade.
Segundo Germano Silva, a nosso ver, um dos mais conceituados eruditos sobre a cidade do Porto, há pouco mais de duzentos anos, antes de toda aquela zona se envolver em urbanismo, aquele local tinha mesmo o aspecto medonho de um barranco inóspito, de um perigoso precipício.
«Aquele morro altíssimo que fica entre a Rua das Antas e a igreja paroquial do Bonfim chamou-se, antigamente, o Fojo - palavra que significa "cova funda com uma abertu­ra disfarçada para apanhar animais".» 
No cimo do penhasco foram construídas, há muitos anos, por viandantes piedosos, umas "alminhas" que no século XVIII, mais concretamente em 1767, a generosi­dade do cónego da Sé do Porto José Maria de Sousa e as esmolas do povo devoto transformaram numa capela sob a invoca­ção do Senhor Jesus do Fojo que, anos mais tarde, passaria a chamar-se Senhor Jesus da Boavista.
O nome de Senhor Jesus da Boavista, assim como o topónimo Montebelo (actual Avenida de Fernão de Magalhães) têm a ver com o ambiente rural que naqueles recua­dos tempos envolvia o Fojo. 
Descrições da zona feitas ainda nos mea­dos do século XIX fazem referências a "am­plas zonas cobertas de férteis campos" e de um "panorama verdadeiramente paradisíaco" que, por esses tempos, era possível des­frutar do pequeno adro que havia em fren­te da capela, "todo circundado de arvoredo, o que o toma (ao adro) muito agradável para quem ali quiser pousar". 
Capela do Senhor da Boa-Vista - BPI - Alberto Ferreira N.º 159
Este panorama já não é possível contemplar, devido ao denso urbanismo envolvente. 
Durante o Cerco, motivado pela invasões Francesas (1832/1833) foi construí­da uma linha de defesa do Porto que, nesta zona da cidade, passava junto da capela do Se­nhor Jesus da Boavista. Por causa disso, o pe­queno templo foi muito danificado pelos obuses que a atingiram durante os renhidos combates que se travaram no alto do penhas­co do Fojo. O sítio era privilegiado porque dele era possível atingir a sempre muito mo­vimentada estrada de Valongo. A ampliação da capela feita em 1864 teve, também, entre outros, o objectivo de reparar as mazelas cau­sadas pela guerra civil que opôs as tropas de D. Miguel ao exército de D. Pedro IV. 
Assim, a capela, depois de ter sido reconstruída e obviamente ampliada em 1864, ainda lá se encontra e nela se celebra a festividade da Senhora do Porto cuja imagem se venera em altar próprio no inte­rior do pequeno templo. 

Bibliografia:
- Germano Silva in JORNAL DE NOTÍCIAS de 21-09-2014
- Biblioteca Municipal do Porto

sábado, 31 de março de 2018

Tabacaria Africana. (Porto)

A Tabacaria Africana ocupou o espaço que hoje corresponde a um pronto a vestir. Localizada na esquina da Rua de Santo António / 31 de Janeiro e Praça da Batalha, foi um conhecido estabelecimento comercial que pertenceu a António de Almeida Campos até 1902 e foi posteriormente trespassado a Alberto Vieira da Cruz. 
Em tempos, além de tabaco e todos os itens que eram comuns estarem à venda numa tabacaria, a Tabacaria Africana também editava postais ilustrados, com clichés dos mais ilustres fotógrafos portuenses.
Chegou a possuir uma belíssima frontaria metálica, que formava um bucólico conjunto com a antiga Ourivesaria Reis Filhos, (mesmo em frente) e cuja fachada ainda se mantém e o cunhal da Livraria Latina, na esquina do lado da igreja de Santo Ildefonso. 
O edifício seria alvo de uma colossal obra de ampliação por volta de 1952, que removeu do mesmo a imponente frontaria.
Tabacaria Africana (antes de 1910) ao cimo da Rua de Santo António
 Tabacaria Africana depois de 1910
Cliché da Casa Alvão
Tabacaria Africana BPI - A magnífica frontaria metálica
Tabacaria Africana - A frontaria "recente" - Cliché de autor desconhecido

Nota: Artigo actualizado 

quarta-feira, 14 de março de 2018

A Casa Grande de Romarigães. (Romarigães, Paredes de Coura)

Quando falamos sobre "A Casa Grande de Romarigães" é impossível não nos saltar à ideia o escritor Aquilino Ribeiro (1885-1965) e a obra que o mesmo escreveu, com esse título.
Aquilino Ribeiro, esse escritor beirão, está de facto intimamente ligado à vida cultural da freguesia de Romarigães, concelho de Paredes de Coura, graças ao seu romance datado de 1957. 
Na verdade, a casa retratada no livro foi morada do ex-Presidente Bernardino Machado e do próprio Aquilino, que se casou com uma filha daquele presidente.
A "Casa Grande de Romarigães" não é um mito nem foi pura ficção do escritor. 
A casa ainda existe actualmente, em Romarigães, no sudoeste de Paredes de Coura, embora ao longo das décadas tenha sido muito alvo de descuido.
A Casa Grande de Romarigães in Arquivo Histórico
Aquilino Ribeiro Machado e Aquilino Ribeiro - Casa Grande de Romarigães in CCB
A Casa Grande de Romarigães - Livro - Circulo de Leitores
A construção desta casa deverá ter-se iniciado na segunda década do século XVII, época em que se instituiu o vínculo de Nossa Senhora do Amparo. Depois de algumas vicissitudes, a quinta foi adquirida em processo judicial pelo Par do Reino, Conselheiro Miguel de Antas, à família Meneses de Montenegro. A propriedade só viria a conhecer uma intervenção de restauro no século XX, quando, depois de ter passado pela posse do genro de Bernardino Machado (Presidente da primeira Republica), foi herdada pela mulher de Aquilino Ribeiro (CUNHA, 1909). É o próprio Aquilino que nos relata, no prefácio que escreve ao seu romance, como a casa estava em mau estado e como, no decorrer das obras, encontrou uma série de documentação que o levariam a escrever a "Casa Grande de Romarigães: "Quando se procedeu ao restauro da Casa Grande, que foi solar dos Meneses e Montenegros, houve que demolir paredes de côvado e meio de bitola em que há um século lavrava a ruína, ocasionando-lhes fendas por onde entravam os andorinhões de asas abertas e desníveis com tal bojo que a derrocada parecia por horas. Num armário, não maior que o nicho dum santo, embutido na ombreira da janela, que a portada, em geral aberta, dissimulava atrás de si, encontrou-se uma volumosa rima de papéis velhos"
O conjunto formado pela casa, anexos de função rural e capela do Amparo. Casa nobre, oitocentista, antecedida por um grande portal armoreado. A capela do Amparo apresenta a fachada decorada com nichos, imagens, carrancas, volutas, frontões e um óculo, tudo lavrado em pedra da região. A fachada é rematada por um campanário.
"A Casa Grande de Romarigães", está classificada como Imóvel de Interesse Público, desde o ano de 1986.
A Casa Grande de Romarigães - Fachada voltada à rua. Cliché in patrimoniocultural.gov.pt

Bibliografia:
"Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado" - IPPAR, 1993
patrimoniocultural.gov.pt

sexta-feira, 9 de março de 2018

Igreja da Exaltação de Santa Cruz, matriz da Batalha.

Igreja Matriz da Batalha, antes das obras de restauro de 1938 in AHMP
Igreja Matriz da Batalha, antes das obras de restauro de 1938 - BPI
 Igreja Matriz da Batalha antes de 1938
A Igreja da Exaltação de Santa Cruz, matriz da Batalha, foi mandada erguer pelo próprio Rei D. Manuel I em 1514, com o intuito de servir como matriz à paróquia batalhense criada pelo Prior Mor de Santa Cruz de Coimbra em 14 de Setembro de 1512.
Presume-se que o seu arquitecto original teria sido Mateus Fernandes, mestre das obras do Mosteiro e que é também o único mestre, por nós conhecido, que foi sepultado no Mosteiro, numa campa rasa à entrada da Igreja conventual.
Matriz da Batalha in www.jf-batalha.pt
O autor do pórtico manuelino do templo é o Mestre Boitaca (Boytac), genro e continuador de Mateus Fernandes, que assinalou as duas ombreiras do pórtico com a sua sigla pessoal, um "b" gótico. 
Esta obra só terminaria em 1532. Serviu de matriz ou paroquial da Batalha até 1834, ano em que a matriz passa para o Mosteiro, conforme pedido do povo à Rainha D. Maria II, por o templo já estar muito arruinado
Em 1858, um sismo de grande intensidade derrubou-lhe a cobertura da nave.
Na sua construção original, a igreja tinha uma empena com um campanário de três ventanas  e um torreão. 
Apenas nos anos 30 (1938) do século XX, esse conjunto daria lugar à actual torre sineira, devido ao seu lamentável estado de ruína. O grande responsável por esta obra, foi o pároco batalhense Dr. Joaquim Coelho Pereira. 
Igreja da Exaltação de Santa Cruz. Cliché de Célia Ascenso in Wikimedia

Bibliografia:
- www.mosteirobatalha.gov.pt
- www.patrimoniocultural.gov.pt
- www.jf-batalha.pt

terça-feira, 6 de março de 2018

Antiga Estação Ferroviária de Contumil. (Porto)

Fachada da antiga Estação Ferroviária de Contumil, em Campanhã, anos 80 in AHMP
A Estação Ferroviária de Contumil, originalmente denominada por Estação de "Contomil", é uma interface ferroviária da Linha do Minho, que funciona como ponto de entroncamento com a Linha de Leixões, e que serve a zona de Contumil, no Concelho do Porto, em Portugal. Foi planeada nos finais do Século XIX para servir como ponto de bifurcação entre as duas linhas e como ponto de gestão e manutenção de material circulante, tendo entrado ao serviço na Década de 1910 apenas com funções técnicas, devido ao atraso na construção da linha para Leixões, que só abriu à exploração em 18 de Setembro de 1938.
Estação Ferroviária de Contumil, c.1970
Construção da nova Estação de Contumil, vendo-se o edifício da Estação antiga
Imagens de arquivo, extraídas da LUISFER TV, a quem agradecemos
Tendo este local sofrido enormes obras de ampliação, sabe-se que no Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005, publicado em 13 de Outubro de 2004 pela Rede Ferroviária Nacional, a estação de Contumil contava já com 11 vias de circulação. No Directório da Rede de 2011, de 25 de Março de 2010, ainda existia o mesmo número de vias de circulação, cuja extensão variava entre os 63 e os 481 m; as plataformas tinham 210 e 180 m de comprimento, e uma altura de 90 cm.


Bibliografia:
- SOUSA, José Fernando de (1 de Outubro de 1938). «Linha de Circunvalação do Porto» (PDF)Gazeta dos Caminhos de Ferro50(1219). p. 439-442.
-  «Linhas de Circulação em Estações». Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005. Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. p. 59-64
 - «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2011. Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 67-89

Quinta de Salgueiros. (Lapa, Porto)

A escassos metros da Igreja da Lapa e quase no coração da cidade do Porto, ainda existe, na data em que escrevemos este artigo, aquela que é conhecida por "Quinta de Salgueiros", delimitada pela antiga rua de Salgueiros, actual rua de Cervantes. Debaixo dos terrenos desta quinta existe uma mina subterrânea, que não é nada mais nada menos, que um dos corredores do antiquíssimo manancial de Arca d`Água.
Quinta de Salgueiros - Terrenos para a construção dos Viveiros da Lapa - 1967 in AHMP
 Os terrenos, vendo-se na imagem um dos acessos à antiquíssima mina de água

Vista aérea da zona residencial e comercial de Cedofeita e Santo Ildefonso, desde a Rua de Cervantes, antiga Rua de Salgueiros que contorna a Quinta (Norte), à Praça da República (Sudeste) in AMP
Casa rural da Quinta de Salgueiros, na rua de Cervantes, que será demolida
Cliché original de Alexandre Silva
Salgueiros - Casa rural - Fachada traseira. Cliché original de Alexandre Silva
Quinta de Salgueiros (centro da imagem) - Lapa. In Google Maps
Quinta de Salgueiros (antes do desmatamento) vista da rua de Cervantes in Google Maps
Quinta de Salgueiros - Bing Maps
No canto inferior direito: A casa rural
Quinta de Salgueiros (antes do desmatamento) in Google Earth
Casa e Quinta de Salgueiros (antes do desmatamento) com vista parcial da rua de Cervantes in Google Earth
Casa e Quinta de Salgueiros (antes do desmatamento) com vista parcial da rua de Cervantes in Google Earth
Este terreno que por muitos anos foi pertence da Companhia Aurificia, esteve arrendado por décadas a um elemento da PSP que mantinha a quinta limpa e cultivada com o profissionalismo de qualquer lavrador de outrora. Criava animais de médio e grande porte, aves (galinhas, patos, etc.). Há cerca de uma década (talvez ainda nem isso), conseguiram afastar do terreno esse homem (na altura já pouco jovem) e o terreno ficou devoluto e coberto por silvas e mato...  Com 22 mil m2, na rua de Cervantes, à Lapa, esse terreno esteve destinado para zona verde, para construção dos viveiros da Lapa e consta-se também que em tempos, foi adquirido, para lá ser construído um bairro operário, o que nunca chegou a acontecer. Não temos a certeza desta última realidade, visto existirem de facto bairros, muito perto (como o bairro da Bouça), todos eles construídos entre as décadas de 60 e 70, o que pode gerar alguma confusão.
Recentemente, a quinta, foi limpa do seu mato (e não só). Lamentavelmente cortaram todas as árvores de grande porte (algumas centenárias) que a propriedade possuía. Aparentemente, também querem expulsar o último casal de moradores da casa rural, pessoas septuagenárias e octogenárias. 
Aditamento: (Soubemos, algum tempo após esta publicação, mais exactamente em 2019, que o casal que ainda habitava a casa, já havia sido desalojado. A habitação já foi alvo de "saque" e vandalismo, ao que restava no seu interior)
Motivos??? 
Aparentemente, os interesses imobiliários!!! Mas, para já,  ainda parece ser tudo um pouco especulativo. Falam em mais um Hotel...  um Hostel... habitação... Alojamento Local e até mesmo num Hipermercado. 
Independentemente disso o resultado será o mesmo: A insubstituível perda de uma mancha verde, um pequeno pulmão, no centro da Invicta. As majestosas árvores já foram abatidas.
Novo aditamento (Maio de 2021): Na Quinta de Salgueiros, estão a edificar (mais) um Hotel, como já se adivinhava...