A igreja da freguesia de Parada, em Vila do Conde.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A igreja da freguesia de Parada, em Vila do Conde, foi, ontem, demolida, sem autorização da diocese. A obra não tem licença nem projecto e o presidente da Junta vai, amanhã, apresentar queixa no tribunal por atentado contra o património.
"Segunda-feira vieram cá e demoliram uma parede. Chamei a fiscalização da Câmara, que embargou a obra. Hoje [ontem], como sabem que ao sábado não há fiscalização, demoliram o resto", explicou o presidente da Junta de Parada, Aníbal Pereira, que, ontem de manhã, chamou a GNR, mas já pouco pode fazer para "salvar" a igreja. Com a confusão instalada, o empreiteiro abandonou o local, antes da chegada da GNR.
Ao JN, Aníbal Pereira explicou o caso: há cinco anos, a freguesia começou a pensar as obras de restauro e ampliação da igreja. Em 2007, o projecto, custeado pela Junta, foi aprovado pela diocese de Braga e pela Câmara. Feito o concurso, a obra estava, agora, pronta a avançar e do templo tinham já sido retiradas as imagens e toda a arte sacra.
Mas um grupo de cidadãos da freguesia, entre os quais se incluem elementos da comissão fabriqueira, e que recusou prestar esclarecimentos ao JN, parece não ter gostado do projecto e decidiu demolir a Igreja e construir uma nova. "Intitulam-se PAC e exploram um bar, a funcionar sem autorização de ninguém, no salão paroquial", continuou o autarca.
O grupo terá contratado um empreiteiro e, na segunda-feira, arrancou com a demolição. "A obra que estavam a fazer está sem licença. Nem projecto aprovado tem", explicou, ao JN, o presidente da Câmara, lamentando o "atentado contra o património".
Mário Almeida já falou com o arciprestado Póvoa/Vila do Conde, que alertou a diocese. Para todos a demolição, "recebida com muita preocupação", foi "uma surpresa infeliz", já que se trata de uma igreja, que embora pequena, tem mais de dois séculos. "O senhor padre, já com mais de 70 anos, diz que foi enganado por eles", lamentou Aníbal Pereira
"Isto é de loucos", diz Delfina Silva, ainda incrédula. A pequena freguesia, com cerca de 400 habitantes, está revoltada: primeiro, ocupam "ilegalmente" o salão paroquial "e as crianças nem sequer têm lugar para ter catequese", depois "atiram a igreja abaixo sem ordem". "Alguém tem que ser responsabilizado", remata um outro morador, Filipe Silva, lembrando que agora há missa apenas numa pequena capela, "onde cabem meia dúzia de pessoas".

Fonte: JN

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