Aurélio da Paz dos Reis. (1862-1931)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931)
Aurélio da Paz dos Reis nasceu a 28 de Julho de 1862. Era filho de Miguel da Paz dos Reis, negociante, e Carolina Rosa dos Santos, modista de renome na alta sociedade portuense. Moravam na Praça D. Pedro, no Porto, lugar onde, em 1893, Aurélio da Paz dos Reis vai estabelecer o seu negócio de horticultura e floricultura "Flora Portuense", o primeiro do género, em Portugal. A "Flora Portuense" situava-se onde actualmente encontramos a confeitaria "Ateneia".
Aurélio da Paz dos Reis era floricultor e no seu palacete na Rua de Nova Sintra, no n.º 125 criava as suas flores no jardim. 
Filhos de Aurélio da Paz dos Reis, (Hilda Ophélia no centro) fotografados pelo pai, junto à fonte do jardim de S. Lázaro, c.1900
Aurélio da Paz dos Reis com a sua família, esposa e filhos, na residência da mesma, que se localizava na rua Barão de Nova Sintra, no Porto
Aurélio da Paz dos Reis
Aurélio da Paz dos Reis
Aurélio frequentou o liceu embora nunca o tenha chegado a acabar. Casa-se com Palmira Cândida de Souza Guimarães, filha do Visconde de Corim, no verão de 1886. Têm quatro filhos, Homero Áureo (1887), Horácio Fortunato (1888), Hugo Virgílio (1891) e Hilda Ophélia (1898), dos quais apenas Hugo sobreviverá. 
 O vapor "Veloz" na barra do Douro - Aurélio da Paz dos Reis 
Aurélio da Paz dos Reis foi um comerciante na sua cidade natal, revolucionário republicano, mação convicto, é considerado o pioneiro do cinema em Portugal visto ter sido o primeiro português que produziu e realizou um filme no seu país, A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança, que é uma réplica do primeiro da história do cinema, rodado em França pelos irmãos Lumière, em (1894 - 1895) La Sortie de l'usine Lumière à Lyon. O chamado Kinematógrafo Português termo usado por Paz dos Reis para referir o cinematógrafo inventado pela família Lumière – foi apresentado em sessão pública no Porto, junto com outros onze «quadros», sete nacionais e onze estrangeiros, no Teatro do Príncipe Real, mais tarde chamado Teatro Sá da Bandeira, no dia 12 de Novembro de 1896. Eram filmes com a duração de cerca de um minuto.
Vista parcial da praça de D. Pedro com os Paços do Concelho em demolição em 1916 
Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931). CPF - DGARQ - APR3570
Hilda Ophélia
Hilda Ophélia Paz dos Reis, era filha de Aurélio. Aurélio tinha o hábito de enviar postais fotográficos aos clientes e amigos, a desejar Boas Festas, com a imagem da filha de quem muito gostava e que faleceu muito nova, em 1919, vítima da gripe pneumónica.
Gigantografia exposta no Centro Português de Fotografia
Hilda - Boas Festas e Feliz Anno - 1907
Em nome da minha família, com muito respeito e affecto, desejo a V.a Ex.a um Novo Anno alegre e feliz
Hilda Paz dos Reis. Janeiro - 1908
Correio de Boas-Festas de Hilda Paz dos Reis. Anno feliz - 1910
Correio de Boas Festas de Hilda Paz dos Reis - Anno Feliz - 1910. Cliché de Aurélio da Paz dos Reis, obtido na antiga Praça de D. Pedro, c.1909
Correio de Boas-Festas de Hilda Paz dos Reis. Anno feliz - 1910 (outro cliché)
Aurélio com a filha, Hilda, ao colo
Aurélio da Paz dos Reis foi vereador e presidente substituto da Câmara Municipal do Porto, e participou em numerosas colectividades culturais e de beneficência, salientando-se a colaboração no Ateneu, no Orfeão Portuense, no Asilo de S. João, no Clube dos Fenianos e criou o Conservatório de Música.
Em 1929, interrompeu as investigações de tipos de flores na Rua de Nova Sintra, pois foi perdendo o entusiasmo. Passados dois anos, Aurélio é vítima de congestão cerebral e faleceu a 18 de Setembro de 1931.


Imagens: 
- Aurélio da Paz dos Reis
Fontes:
- Centro Português de Fotografia
- AMP

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