Domingos Alvão. (1872-1946)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Domingos Alvão. (1872-1946)
Domingos do Espírito Santo Alvão foi um dos maiores fotógrafos portugueses do século XX. Nasceu em 1869, no Campo da Regeneração (actual Praça da República), no seio de uma família da nova burguesia. Seus pais eram Francisco Júlio Alvão, de Vila Real, barbeiro, e mais tarde funcionário das finanças; e Corina de Jesus Alvão, natural de Santo Ildefonso, da cidade do Porto. O seu padrinho foi o comendador Domingos José Ramos de Faria, do qual herdou o primeiro nome. Era casado com Virgínia de Jesus Ribeiro.
Domingos Alvão cedo demonstrou interesse pela fotografia. Conheceu Emílio Biel de quem se tornou aprendiz e, depois de um breve estágio em Madrid, entrou como operador para o estabelecimento do capitalista Leopoldo Cyrne na rua de Santa Catarina. Na mesma rua, dirige a Escola Practica de Photographia do Photo-Velo Club. É em 1901/3 que o Photo-Velo Club muda de nome para Fotografia Alvão. 
Esquina das Ruas Santa Catarina e Passos Manuel em 1913
É perceptível a Casa Alvão
O mesmo local, num outro cliché da Casa Alvão
Rua Passos Manuel, num cliché obtido no cruzamento com a Rua de Santa Catarina
Este cliché data provavelmente dos anos 20, desconhecemos o autor
Photographia Alvão
Fotografia Alvão
Em 1901 participa na Exposição Internacional de Leipzig, e em 1907 recebe o Diploma de Mérito no Concurso Mundial de Fotografia Artística e Científica em Turim, Itália, o qual tinha o patrocínio da Princesa Maria Letícia de Sabóia. 
O primeiro comboio chega à estação de São Bento, no Porto em 1896
Fotografia de Alvão
Além de ter sido o fotógrafo oficial das grandes empresas e instituições e do próprio Estado, a sua obra foi vastamente editada em diversas publicações da época como a Ilustração Portugueza ou a Gazeta das Aldeias. De todo um vasto trabalho tem destaque especial a obra Portugal, editada em 1934. No ano seguinte, recebeu a comenda de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.
Um dos últimos trabalhos da Casa Alvão para o Governo do Estado Novo foi aquando da Exposição do Mundo Português, em 1940, em Lisboa. Entretanto divorciado, Domingos Alvão era casado em segundas núpcias com Virgínia de Jesus Ribeiro, de Amarante, a qual veio a falecer em 1943. Quando adoece de cancro no pulmão Domingos Alvão encontra-se a viver com as filhas na Areosa, na estrada da Circunvalação. Morre a 20 de Novembro de 1946, e é sepultado no cemitério da Lapa, mas a Casa Alvão ainda se mantém a funcionar no mesmo local. 

Imagens:
- Domingos Alvão
- Autor desconhecido
Fontes:
United Photo Press.
- Centro Português de Fotografia

2 comentários

João Menéres disse...

Uma época áurea para os que à Fotografia se dedicavam !
Eram poucos e as restrições NENHUMAS !
Toda gente ( por ser ainda novidade )tinha orgulho em ser fotografada.
Não havia a poluição dos paineis publicitários, nem a epidemia dos sacos de plástico !
Os postes ( de iluminação ou de telefones ) ou não existiam , ou eram raros.
O trabalho de Domingos Alvão para os Vinhos Verdes é notável.
Felizmente tenho algumas cópias !

23 de outubro de 2013 às 15:07
Unknown disse...

...Mas "Fotógrafo Alvão" não é apenas Domingos Alvão e,sim,abrange,também, Álvaro Cardoso Azevedo discípulo do mestre desde 1906,gerente em 1914,sócio em 1924.Em 1937 a sociedade é dissolvida e a Fotografia Alvão fica propriedade de Álvaro Cardoso Azevedo que, todavia,mantém nos seus trabalhos(retrato,monumentos nacionais,Douro,obras do Estado etc) a assinatura do mestre e a ele permanecerá indissoluvelmente ligado como artista e como amigo.Em 1943, Álvaro Azevedo é condecorado com a comenda da Ordem de Cristo(Grau Cavaleiro).Faleceu em 1967.

18 de novembro de 2021 às 10:18

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