Quinta dos Condes Paço Vitorino
"É uma quinta aparentemente abandonada, com campos agrícolas. Parte foi destruída pela EN222. Possui um claustro e capela com algum valor arquitectónico, em estado de ruína."
Vista aérea. Imagem da Google Maps
A Quinta dos Condes Paço Vitorino, é na realidade uma quinta datada de meados do século XVIII, composta de Casa de Quinta e Capela, edifício barroco, em forma de U, sendo o acesso ao edifício nobre feito por escada interior, esta quinta fica situada no gaveto das ruas de Mariz com a de S. João Baptista.
A Quinta de Baixo, também conhecida como Quinta dos Condes de Paço Vitorino, está situada na freguesia de Vilar de Andorinho e existe, pelo menos, desde 1756, com uma configuração muito semelhante à que hoje conhecemos, e onde se articulava já a casa de habitação, a capela anexa e as restantes dependências. Nesta época era propriedade de José Pinto Monteiro, tendo integrado os bens da família Calheiros Lobo, Condes de Vitorino das Donas, cerca de um século depois. A sua designação justifica-se como distinção da Quinta de Soeime, que era a Quinta de Cima.
Como já referimos em cima, de planta em forma de U, um dos modelos mais comuns da arquitectura civil setecentista, a casa da Quinta de Baixo revela uma arquitectura bastante depurada que, apesar da simetria, do ritmo e da dupla escadaria central que domina o alçado principal, tende a afastar-se dos exemplos de tantas outras quintas do norte do país, onde predomina a influência do arquitecto Nicolau Nasoni, em composições de maior exuberância decorativa e cenográfica.
Neste imóvel, a solução empregue é sóbria e linear, sem deixar de procurar desenvolver em profundidade as fachadas que definem o pátio interno, alcançando, assim, uma eficaz sugestão de animação dos panos murários, articulados em profundidade.
Nesta medida, o piso superior é percorrido, em toda a sua extensão, por uma varanda alpendrada, que forma uma arcaria recta, suportada por colunas assentes sobre o peitoril. Correspondem-lhe, no piso inferior, três arcos a pleno centro, abertos nos corpos laterais, uma vez que, no central, se encontra a dupla escadaria de acesso ao andar nobre.
Assim, concebeu-se uma estrutura que parece constituir um corpo diferenciado, adossado ao edifício habitacional desenvolvido atrás. Em todo o caso, com a sua regularidade e sobriedade, a varanda cria um interessante jogo de cheios e vazios, de grande dinamismo, que convergem na escadaria central, esta num plano mais avançado e paralelo à casa.
A entrada nobre. clique na imagem para a ampliar
A capela
No corpo Norte, a capela integra o traçado do edifício, num plano mais recuado, de forma que o alçado lateral é, igualmente, percorrido pela varanda. A fachada principal encontra-se num dos topos do U, mas o acesso é feito por uma zona exterior, e não directamente através do pátio interno, devido à existência de um muro de separação. Neste último, inscreve-se uma fonte de espaldar com nicho.
A fachada da capela é rematada por um frontão trapezoidal, onde se enquadra a torre sineira, cujo volume é equilibrado pelos pináculos laterais.
O portal da quinta é encimado por uma pedra de armas que, apesar de estar muito gasta, parece representar as armas dos Paivas, Azevedos e Monteiros.
As ruínas actuais (que deveriam ser, no meu entender, reconstruidas) servem de palco para a Feira Medieval de Vilar de Andorinho, que se realiza anualmente.
Imagens:
- Google Maps
- Autor desconhecido
- Alexandre Silva
Fonte parcial:
- IPPAR, Instituto Português do Património Arquitectónico
Imagens:
- Google Maps
- Autor desconhecido
- Alexandre Silva
Fonte parcial:
- IPPAR, Instituto Português do Património Arquitectónico
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