«Caes dos Guindaes». (Cidade do Porto)

domingo, 30 de janeiro de 2011

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No século XIV a construção naval estava florescente. Havia vários estaleiros na Ribeira e na documentação fala-se das "cordas, cordellas e caabres" fabricados na cidade , do linho com que se fazia o "fulame" para as naus e outras embarcações, e da produção de alimentos para as armadas.
A Praça da Ribeira apesar de ter ficado por concluir do lado oriental - devido a problemas de expropriação - conserva ainda traços de grande sobriedade. A praça da Ribeira foi transformada no século XVIII por iniciativa de João de Almada e Melo. A abertura da rua de S. João, por iniciativa do mesmo, veio melhorar a ligação da praça à zona alta da cidade.
Vários colaboradores de mérito participaram no novo arranjo da praça, entre eles destaca-se o cônsul inglês John Whitehead. Foi deste que partiu a sugestão de dotar a praça de uma arcada, que fecharia interiormente os lados poente-sul-nascente. A parte sul ficava encostada à muralha. O acesso à zona superior era feito por uma escada, o que a transformava numa espécie de varanda passeio, que dominaria o interior da praça e do rio.
O pano da muralha que vedava a praça velha foi demolido em 1821, acontecendo o mesmo à capelinha de Nossa Senhora do Ó (a imagem da padroeira foi transferida para a igreja dos Orfãos e depois para a capela do Largo do Terreiro).
Nos projectos de João de Almada e Melo estava incluída a construção de uma grandiosa fonte que ficaria como pano de fundo da praça. Os restos desta fonte são dos poucos elementos que se mantiveram da reestruturação da praça, isto porque, a arcada sul, a Porta da Ribeira e a Capelinha de Nossa Senhora do Ó desapareceram com a demolição da muralha. A arcada e as casas do lado poente foram também desvirtuadas em relação ao projecto original.
A parte oriental articula-se com a frente urbana do Barredo, paralela ao rio. Esta assenta no chamado muro da Ribeira, no qual foi aberta uma série de arcadas de volta inteira, outrora separadas por pequenos óculos. Os arcos tinham funções comerciais e a passagem superior funcionava como passeio ou viaduto, mediante o qual se acede às casas de habitação situadas em cima do muro. Todos estes elementos são solidários entre si e inspiravam-se nas desaparecidas galerias Adelphi de Londres, constituindo um elemento arquitectónico e urbanístico de raro valor. Algumas arcadas foram convertidas em lojas e outras servem de ligação com as ruas e vielas do Bairro do Barredo. Este conjunto não pode deixar de ser relacionado com as instalações portuárias da primeira metade do século XIX.
Quase no extremo do muro, entre dois dos arcos, encontra-se o memorial consagrado ao desastre da Ponte das Barcas, elegante baixo relevo da autoria de Teixeira Lopes (Pai).
A transformação da praça implicou a remodelação do cais da Ribeira, que se mostrava insuficiente para o movimento e procura que tinha.
Assim, no ano de 1748, João de Almada e Melo e os demais membros da Junta das Obras Públicas elaboraram um documento em que se pretendia o alargamento do cais. Ficou então determinado que se construiria um novo cais de desembarque desde o penedo dos Guindais até ao ancoradouro tradicional.
Cais dos Guindais. Cliché de Aurélio da Paz dos Reis 
Ponte Pênsil vendo-se a lingueta dos Guindais e o posto de controlo do vinho desembarcado 
Calotipo de Frederick William Flower, (1849- 1859). Reprodução de clichés feitos em 1943, a partir do original, em posse da família
Descarga de lenha no Cais dos Guindais. Editor Alberto Ferreira, fototipia, c. 1904
Porto. Vista parcial. BPI datado de 1913
O cais dos Guindais situava-se do lado esquerdo da Ponte Luís I, para quem entra nela a partir do Porto e, foi destruído pela construção do pegão da ponte e do muro da estrada marginal.
No extremo Oeste da rua de São Francisco, localizam-se a Casa do Despacho da Venerável Ordem Terceira de São Francisco e a Igreja de São Francisco.
  Guindaes e Ponte Maria Pia
 
Fontes parciais:
- CMP
- BMP
- Junta de Freguesia de São Nicolau 
Imagens:
- Aurélio da Paz dos Reis
Frederick William Flower
- AMP
- BPI - Editor Alberto Ferreira

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