Igreja de S. Tiago em Alenquer.

sábado, 25 de agosto de 2012

Na imagem de cima: A Torre nos inícios dos anos 80

Segundo Guilherme J. C. Henriques, em "A Vila de Alenquer" (fac-simile da edição de 1902), na pág. 108, pode-se: " nas costas, por assim dizer da Vila de Alenquer, a meia altura do monte, ergue-se presentemente uma torre esguia e solitária, único vestígio que resta de uma igreja (a de S. Tiago) que foi fundada pelo primeiro rei de Portugal, em comemoração de um milagre que teve lugar ao pé do postigo nas muralhas, em frente do sítio dela". Mas, mais adiante, o mesmo autor escreve: "a Igreja, da qual a torre ainda existe, foi edificada por D. Afonso VI, no sítio da primitiva, à custa da fazenda real; a sagração teve lugar a 11 de Setembro de 1663". Portanto, depreende-se que a fundação da Igreja foi obra de D. Afonso Henriques, talvez a seguir ao ano de 1148, ano em que tomou Alenquer aos Mouros, e passados 500 anos foi reedificada por D. Afonso VI. Porém, começou o seu destino de ruína sem vigilância desde a época em que foram extintas as Ordens Religiosas, isto por volta de 1834. A torre sineira, o seu último vestígio existente ainda nos anos 80 do século XX caiu... encontra-se no local transformada num monte de pedras...

"Situada na encosta norte da colina de Alenquer, esta velha torre solitária, quase destruída e encoberta pelo arvoredo envolvente, é o que hoje resta de uma antiga Igreja, sede de freguesia.
O prior de Santiago, em 1758, diz que "foi quase reedificada toda à custa da Fazenda Real por mercê do Rei D. Afonso VI de 11 de Setembro de 1663”
O Dicionário Geográfico (1747) acrescenta que a Igreja tem “um só altar; no retábulo que é obra moderna está colocada a imagem de Santiago, padroeiro da Igreja, de uma parte, e outra, S. Bento e S. Bernardo. Esta Igreja não tem sacrário por estar em lugar solitário, nem irmandade”
O mesmo documento de 1758 refere que Alenquer foi conquistada por D. Afonso Henriques e que “segundo uma memória antiga a entrou (…) pela porta que hoje se chama postigo de Santiago; e por entender a piedade do Rei conquistador que o Santo Apóstolo o socorrera naquela acção lhe mandava edificar junto da mesma porta, e da parte de fora da muralha uma Igreja que é a Paroquial e Matriz”
A este respeito escreveu Guilherme Henriques (1873): “Há poucos annos acabou-se de a desmoronar para aproveitar o material numa ponte que liga à estrada da Merceana”
Em Novembro de 1895, no Almanach Provinciano, publicado em Alenquer por Jayme Ferreira, escrevia Luiz Carlos Pereira d’Azambuja: “A torre de S. Thiago é um venerável Padrão Histórico, que presentemente está votado ao mais completo desprezo, e cujos restos, que alguma coisa representam, teem direito a serem resguardados do furioso vandalismo d’um povo, que vive mais das tradições...


Fontes Bibliográficas e de imagem:  
O Concelho de Alenquer, Subsídios para um roteiro de arte e Etnografia, 3ª edição; António de Oliveira Melo, António Rodrigues Guapo, Padre José Eduardo Martins, 3ª edição.
-  AL AIN KEIR, José Henrique Tomé Leitão Lourenço.
-  A Vila de Alenquer  - fac-simile da edição de 1902, de Guilherme João Carlos Henriques.
-   Lendas e Narrativas, de Alexandre Herculano.

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