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Entreposto Frigorífico do Peixe (Porto).

terça-feira, 20 de maio de 2025

Da Lota à Hotelaria: Metamorfose de um Ícone da Arquitectura Industrial Portuense.

O edifício conhecido como Entreposto Frigorífico do Peixe, também designado por «Bolsa do Pescado» ou «Lota do Peixe de Massarelos», constitui um notável testemunho da arquitectura industrial moderna em Portugal. Projectado pelo arquitecto Januário Godinho e edificado entre 1933 e 1935, este imóvel situado na confluência da Alameda Basílio Teles com a Rua D. Pedro V, na cidade do Porto, foi concebido para acolher a primeira lota mecanizada do país, dedicada à receção, conservação e comercialização de pescado

A sua arquitectura funcionalista, marcada pelo uso inovador do betão armado e por uma linguagem estética depurada, reflecte as correntes modernistas da época. No seu interior, destacavam-se a ampla nave da bolsa e os armazéns frigoríficos no piso inferior, essenciais ao armazenamento do pescado.

Após a cessação da sua função original, o edifício conheceu diversos usos. Em 1961, foi adquirido pela Companhia de Cimentos de Leiria, sendo reconvertido em armazém. Na sequência da Revolução de Abril de 1974, foi ocupado por movimentos populares, passando a albergar uma associação de moradores que o adaptou para fins sociais e culturais, nomeadamente creche, lar de dia e centro de actividades lúdicas.

Em 2013, findou essa ocupação, e em 2014 iniciou-se a sua reabilitação profunda, conduzida pelo Grupo Nelson Quintas, que culminou na transformação do imóvel num hotel de quatro estrelas. A intervenção preservou a integridade da fachada original, bem como alguns elementos decorativos de relevo, como os baixos-relevos alusivos à faina piscatória, reinterpretando o espaço com respeito pela sua memória histórica.

Actualmente, o antigo entreposto subsiste como o Hotel Bolsa do Pescado, integrando-se na paisagem urbana ribeirinha do Porto como um exemplar requalificado do património industrial da cidade.

Clichés in Centro Português de Fotografia (CPF)

Hotel Cidnay (Santo Tirso).

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

O Hotel Cidnay, foi edificado na década de 20 do séc. XX. Era um belíssimo edifício que delimitava o Largo Coronel Baptista Coelho em Santo Tirso.

Aspectos do magnífico Hotel Cidnay 

Em 16 de Abril de 1982, foi aprovada a viabilidade da construção de um edifício moderno no local exacto do Hotel. Em 22 de Desconto de 1982 a autarquia concedeu licença de construção o que obviamente implicava a demolição do Hotel Cidnay.
No ano de 1983 este magnífico edifício desapareceria da paisagem urbana de Santo Tirso. A nosso ver uma perda lamentável 

Hotel Cidnay - Vista parcial 



Imagens:
- Casa Alvão
- Bilhete Postal Ilustrado (Digitalização)

Os Modestos (Porto).

domingo, 15 de outubro de 2023

Em 1856, foi construído um edifício para servir de sede à Associação de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas.

Segundo Germano Silva, no ano de 1906, o edifício, que se situava na Rua de Gonçalo Cristóvão, encontrava-se abandonado e foi nesse ano que "Os Modestos" o ocuparam, fizeram dele a sua sede e o transformaram, diga-se em abono da verdade, numa bela casa de espectáculos.      

   Entrada do edifício. Cliché do blogue A Cidade Deprimente

Em 25 de Setembro de 1902 um conjunto de rapazes, amigos da arte, representou "Os sinos de Bonneville", numa loja de um prédio na Rua do Almada. Em 1908, fixou a sua sede na Rua de Gonçalo Cristóvão. O "Grupo dos Modestos" está nas páginas da história da cidade do Porto. Foi escola de muitos actores de teatro, como é o caso de António Reis, que também passou pela direcção do grupo teatral. Ali funcionou até fechar portas, no início dos anos 80. O edifício, que pertenceu à Associação Portuense de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas, permaneceu devoluto, desde então. Até ser comprado para ali ser construído um hotel. Antes da demolição, o imóvel esteve mais de 30 anos submetido ao total abandono.

Fontes parciais:
- JN
- Visão 

Hospital de Rocamador ou de D. Lopo de Almeida

sábado, 23 de julho de 2022

Na época de D. Sancho I foi edificado no Porto, uma albergaria (designação da época para os hospitais), com o objectivo de prestar assistência humanitária a pessoas doentes e enfraquecidas. Quando em 1518 a Rua das Flores foi inaugurada, já esta albergaria (hospital), era extremamente importante, de tal forma que, em 1521, D. Manuel I anexou-o à Santa Casa da Misericórdia do Porto. A designação do hospital variou ao longo dos tempos. Começou por ser de Santa Maria do Rochedo, mais tarde de Rocamador. Em finais do séc. XVI, acabou por adoptar o nome de D. Lopo, pelos avultados bens que o clérigo Lopo de Almeida legou à instituição quando faleceu em 1584. Tais verbas permitiram a reconstrução e alargamento do antigo Rocamador, construindo-se uma nova ala com frente para a rua das Flores.
Claustro do antigo Hospital de D. Lopo, nas traseiras da casa com o n.º 171 da rua das Flores, c.1937 Cliché de Guilherme Bonfim Barreiros in AHMP

Esses melhoramentos todos originaram uma mudança no nome do hospital, passando a ser denominado por Hospital de D. Lopo em homenagem ao seu benfeitor. Apesar do seu sucesso, o crescimento da população iria torná-lo insuficiente. A primeira pedra do Hospital de Santo António (seu substituto), seria lançada em 1770, recebendo os primeiros doentes apenas 25 anos depois, muito antes de estar concluído. 

Edifício na Rua dos Caldeireiros com frente para o Largo dos Lóios, Porto, circa 1960.   A entrada principal em arco, permitia o acesso ao pátio do antigo Hospital D. Lopo de Almeida

Do antigo Hospital de D. Lopo, já só restam vestígios. Aparentemente só se identifica o velho claustro, as celas para os doentes mentais e a entrada da capela, próximo ao edifício (traseiras), com o nº 171 da Rua das Flores.

Fontes parciais:
- AHMP
- Porto XXI 

Hotel Sul-Americano. (Porto)

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Localizado na Praça da Batalha, no Porto, o "Hotel Sul-Americano", marcou o seu tempo.
Este ilustre Hotel foi adquirido por Álvaro de Azevedo, um ex-emigrante no Brasil, após regressar a Portugal. 
Logo após a compra do imóvel, o mesmo foi totalmente remodelado, tornando-o num dos melhores hotéis da cidade do Porto na sua época.
Hotel Sul-Americano, c.1913
Hotel Sul-Americano c.1916
Editor - Papelaria e Typografia Académica
Hotel Sul-Americano
Hotel Sul-Americano na Praça da Batalha, Porto
A decoração tinha vários motivos inspirados na América do Sul, tal como os painéis de azulejos que decoravam o interior do hotel (representando o Alto do Corcovado ou o Caes Pharroux); e deste modo era muito procurado pelos viajantes com proveniência naquele ponto do globo. 
O mobiliário do Hotel era elaborado pela casa Correia d'Abreu, do Porto, sendo de nogueira nos quartos de 1ª classe, e de freixo americano nos de 2ª classe.
Hotel Sul-Americano - Quarto de dormir. BPI - Cliché Alvão
Na segunda metade do ano de 1944, o "Hotel Sul-Americano" daria lugar ao "Grande Hotel do Império", após ter sido adquirido, na data citada, pelo industrial Joaquim Ribeiro de Almeida, que logo após a aquisição do Hotel, remodelou totalmente este edifício, tanto interior como exteriormente. 
O então novo e imponente "Grande Hotel do Império", extremamente elitista e luxuoso, seria inclusive mencionado no filme "O Leão da Estrela".
Actualmente, neste mesmo local, ergue-se o edifício do Hotel "Quality Inn".


Central Hotel. (Matosinhos)

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Central Hotel, na Rua de Brito Capelo - Fachada frontal
 
Central Hotel, localizou-se no n.º 19 da Rua de Brito Capelo em Matosinhos. O Central Hotel abriu as suas portas ao público, em Agosto de 1904, por motivação de José Alves de Brito e Francisco Xavier Gouveia, que já nessa altura eram proprietários do Café Central, instalado no edifício vizinho.
Central Hotel - Matosinhos
Central Hotel. Sala de Refeições in Guia de Leixões
O Central Hotel funcionou durante pelo menos quatro décadas. Foi demolido a meio da década de 40 do séc. XX, tendo sido erguido no seu local o edifício que veio a albergar o Hotel Porto Mar.

Colégio Mouzinho de Albuquerque / Colégio Portuense. (Porto)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O antigo Colégio Mouzinho de Albuquerque funcionou num edifício antigo, estilo palacete, que mais tarde albergaria outro Colégio, o Colégio Portuense.
Localizava-se este edifício, no número 1.500 da Rua de Santa Catarina, quase em frente à “Casa de Saúde de Santa Catarina”.
Colégio Mouzinho de Albuquerque, que também se chamou Colégio Portuense e que existiu na Rua de Santa Catarina n. 1500. Destaque para um cartaz colado no muro do colégio, alusivo ao São João do Porto, de 1939
Jardim do Colégio Mouzinho de Albuquerque, que existiu na Rua de Santa Catarina n. 1500
Festa de final de ano do Colégio Portuense
Cliché remetido por leitor
O Colégio Portuense, foi comprado em 1958 pelo padre António Maria Pereira Barros, que foi durante anos o seu Director. Encerraria portas por altura do 25 de Abril de 1974 e lamentavelmente o palacete seria demolido pouco tempo depois dessa data, pelo que conseguimos saber, a demolição ocorreria em 1975.

Clichés:
-AHMP
- Autor desconhecido

Palacete Morais Alão Amorim. (Porto)

sábado, 11 de janeiro de 2020

Já aqui abordamos ao longo dos anos e em diversas publicações, o Palacete que existiu na antiga Praça de D. Pedro, onde por muitos anos, mais exactamente desde 1819, funcionaram os Paços do Concelho do Porto e que foi propriedade de Monteiro Moreira.
Falemos agora um pouco de um edifício adjacente, talvez algo menos imponente, mas não menos importante.
Adjacente aos Paços do Concelho, erguia-se um outro edifício majestoso, o Palacete de Morais Alão Amorim. O conjunto destes dois edifícios, definiam a Praça de D. Pedro a Norte.
Praça de D. Pedro IV, antes das demolições de 1916. Vemos o Palacete de Monteiro Moreira, que serviu de Paços do Concelho, na direita da imagem e na esquerda o Palacete de Morais Alão Amorim. Cliché in AHMP
Palacete Morais Alão, "atrás" do poste de iluminação pública, na esquerda da imagem. Cliché in AHMP

O bonito Palacete de Morais Alão Amorim, que serviria também como edifício de apoio aos Paços do Concelho, era tal como este último, datado da primeira metade do séc. XVIII e ostentava Pedra de Armas, ou Brasão.
Brasão in AHMP
O Palacete de Morais Alão teria no futuro exactamente o mesmo destino do edifício ocupado pelos Paços do Concelho (Palacete de Monteiro Moreira)
Ambos "sobreviveram" até 1916, quando foram demolidos para permitir a abertura da Avenida dos Aliados, como já referimos em publicações anteriores.

O Hotel de Francfort. (Porto)

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

O Hotel Francfort, foi construído em 1851, por iniciativa do rico negociante da praça do Porto, Luís Domingos da Silva Araújo. O terreno onde se ergueu o Hotel tinha má fama, pois servira, antes, de cemitério de cães. O Porto foi uma das primeiras cidades da Europa a ter um terreno para o exclusivo enterramento de cães. Era um terreno em forma de cunha pois fazia gaveto entre duas das mais movimentadas artérias do Porto do século XIX: a rua do Laranjal que tomou o nome de uma quinta com esse nome; e a rua de D. Pedro (D. Pedro IV de Portugal e D. Pedro I do Brasil) que primitivamente se chamara rua do Bispo, por ter sido aberta em terrenos que eram da Mitra, ou seja, da diocese; e à qual, após a implantação da República, deram o nome de Elias Garcia, um grande propagandista dos ideias republicanos.
Rua de D. Pedro. O Hotel de Francfort, em baixo do qual funcionava o Café Chaves
Rua de D. Pedro. Destaque para o Hotel de Francfort, em baixo do qual funcionava o Café Chaves, que passaria para a Cordoaria, após a demolição, e o edifício do Credit Franco-Portugais
BPI - Editor, Alberto Ferreira 

Hotel de Francfort, circa 1907. Fotografia estereoscópica
Dimensão: 9 x 18 cm (formato estereográfico)
H. C. White Co., publisher
Foi muito procurado, especialmente, por pessoas do Teatro, como actores e músicos, na sua maioria. Uma das celebridades que por lá passou foi a actriz Elisa Hensler que veio a casar com o rei D. Fernando
As obras para a abertura da Avenida das Nações Aliadas, vulgo Avenida dos Aliados, foram inauguradas em 01 de Fevereiro de 1916.
O projecto desta avenida sacrificou todo o casario, ruas e travessas entre a Praça de D. Pedro, actual Praça da Liberdade e a Praça da Trindade.
A rua de D. Pedro (posteriormente iria ser alterado o nome para rua de Elias Garcia, devido à implantação da República em 1910) seria uma das várias artérias a desaparecer.
O Hotel de Francfort ainda funcionava e tinha até hóspedes, quando o camartelo municipal o começou a demolir. 
Ao noticiar a demolição, um jornalista da época escreveu que “algo de saudoso lhe custava a desprender-se do sítio onde estava”.
Início das demolições

Bibliografia e imagens:
- AHMP
- BPI - Editor, Alberto Ferreira
- Germano Silva
- BMP

Hotel Lisbonense. (Porto)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

O magnífico Hotel Lisbonense começou por funcionar no Largo do Carmo, tendo sido mais tarde, transferido para o nº 1 da Rua de Sá da Bandeira, e nas suas antigas instalações, estabeleceu-se então o Hotel Novo Lisbonense que antecedeu no local, o Hotel Âncora de Ouro.
Seria por volta de 1842, que começaria a ser aberta a ligação entre a Praça Nova e a Travessa dos Congregados, a que foi atribuído o topónimo de Rua de Sá da Bandeira. Esta rua, por sua vez "amputou" e substituiu parte da Rua do Bonjardim, ou seja o pequeno troço que ligava à Praça de Almeida Garrett.
Hotel Lisbonense, c.1922
Seria derrubado nos anos 60
O segundo troço, ou fase, desta rua, (entre a travessa dos Congregados e a Rua Formosa) surgiria um pouco mais tarde, apenas entre os anos de 1875 e 1880.
Deste modo, tendo o Hotel Lisbonense sido transferido do Carmo, em 1863, para a Rua de Sá da Bandeira, nº 1, obviamente só poderia ir ocupar o primeiro troço da mesma, a que actualmente denominamos por Rua de Sampaio Bruno.
Deste modo, estando o hotel localizado na esquina com a Rua do Bonjardim, acabou por ocupar o local onde existia, a fonte da Rua de Sá da Bandeira, esquina com a Rua do Bonjardim e já aqui por nós abordada em tempos.
Rua de Sampaio Bruno c.1930
 Vista parcial do Hotel Lisbonense
“O proprietário deste estabelecimento, no largo do Carmo, da cidade do Porto, mudou para a Rua de Sá da Bandeira, nº 1, próximo à praça D. Pedro, aonde oferece aos seus amigos e fregueses muitas boas salas e quartos.”
In “Diário do Povo, 12 de Janeiro de 1863 – 2ª Feira

“Recomendamos ao público o Hotel Lisbonense, situado na rua de Sá da Bandeira, fazendo esquina para a rua do Bonjardim.
Esta casa é uma das melhores do Porto pela limpeza dos quartos e das iguarias.”
In jornal “A Verdade”, 24 Dezembro de 1884 – 4ª Feira

Imagens:
-AHMP

Bibliografia:
-BMP
-AHMP - Casa do Infante

Ginásio Lauret. (Porto)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Em 11 de Fevereiro de 1882, Paulo Lauret fundou no Porto, no Largo da Picaria, o Gymnasio Lauret e Sala D’Armas. Com o sucesso que teve nos primeiros anos, Paulo Lauret transferiu-se, em 24 de Julho de 1884, para o Largo do Laranjal 4, e depois para a Rua do Laranjal 193.
Gravura representando uma vista da antiga Rua do Laranjal e do edifício do Ginásio Lauret, vendo-se na sacada a respectiva placa publicitária. Trata-se da reprodução de uma gravura, a partir de fotografia, publicada na revista O Occidente, em 1887. Responsabilidade: João Ribeiro Cristino da Silva (des.); Domingos Caselas Branco (grav.) Local de edição: [Porto] Editor: [Arquivo Histórico] Preto e branco
A imprensa caracteriza-o como possuindo todas as diversões próprias de um club, embora se tratasse de uma escola de ginástica e sala d’armas onde “se ensina methodicamente estas duas artes, com notavel aproveitamento dos discipulos, tanto creanças como adultos” e considerando que “nesta nova casa acha-se o Gymnasio Lauret perfeitamente instalado, tendo salas de gymnastica, de armas, bilhares, dança, tiro defferentes jogos, electricidade, banhos etc., o que tudo faz um conjuncto de estabelecimento de primeira ordem” (Ginásio Lauret no Porto, 1887, p. 19). Bem equipado, constituía um espaço agradável, arejado e bem iluminado, habilitado para o desenvolvimento de todo o tipo de aulas de ginástica (médica ou profilática, ortopédica, higiénica e artístico recreativa), contando com a colaboração de um médico e de vários professores de competência reconhecida (Ferreira, 1998, pp. 304-305). O ginásio, em 1887, oferecia diferentes cursos adequados à idade e ao sexo, como se sublinhava n’ O Ocidente: O ensino no Gymnasio Lauret está devidido em differentes cursos, conforme as idades dos discipulos, e regulado de modo a dar rezultados mais praticos e proveitosos. A sua frequencia é de 100 alumnos devididos do seguinte modo: meninas 7, meninos 33, adultos 60, tem um medico effectivo, o sr. Dr. Aureliano Cirne, e 250 socios protectores (Ginásio Lauret no Porto, 1887). 

Bibliografia:
-lauret.pt
-Luís Mota, Paulo Lauret e o ensino da Educação Física em Portugal no último quartel do século XIX



Solar da Quinta das Devesas (Devezas).

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Segundo informação da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, a família Conde das Devesas (1875-1945) teve uma acção importantíssima na vida da própria Misericórdia de Gaia, que beneficiou com o trabalho e a generosidade de muitos dos seus membros.
Quinta das Devesas em Gaia, circa 1853. No horizonte da imagem, vemos a cidade do Porto. Prova actual em papel salgado a partir de um calótipo de Frederick William Flower, 1849-1859
O primeiro Conde, Francisco Pereira Pinto Lemos (1849/1916) e a sua esposa D. Maria da Conceição Bandeira de Castro Lemos, Condessa das Devesas (1853/1928), tiveram três filhos, Alfredo, Ernani e Jorge.
Sucedeu a seu pai no título, o segundo Conde, Alfredo Pereira Pinto de Castro Lemos (1875/1945), que se casou com D. Camila Machado dos Santos Castro Lemos (1879/1967), não tendo havido filhos deste casamento.
Por isso, à morte do segundo, seria terceiro Conde das Devesas, o irmão Ernani Carlos Pereira Pinto de Castro Lemos (1876/1965), casado com D. Carlota Alberta Pimentel Maldonado Correia da Silva Araújo Lemos (1884/1971), sem descendentes.
Houve ainda o irmão Jorge Pereira Pinto de Castro Lemos (1884/1962), de quem era esposa D. Maria Amélia Feio de Oliveira Leite de Castro Lemos (1882/1979), que também não tiveram herdeiros legitimários.
O Conde Alfredo, homem profundamente religioso e sempre pronto a auxiliar os mais desfavorecidos, envolveu-se no movimento iniciado no dia 27 de Novembro de 1928 pelo Notário Miguel da Silva Leal Júnior e por outros bons gaienses, para a criação da Misericórdia de Gaia. E quando a 26 de junho de 1929 a Misericórdia foi, oficialmente, constituída, os seus pares quiseram que fosse o Conde Alfredo a ocupar o lugar de Provedor.
Tinha então 54 anos e, durante mais sete, até 1936, ocupou esse cargo, tendo desenvolvido uma tarefa extremamente valiosa, para que fosse devidamente consolidada a vida da jovem e, então, ainda frágil instituição.
Por falecimento dos progenitores Conde Francisco e Condessa D. Maria da Conceição, herdaram os três filhos – Alfredo, Ernani e Jorge – em partes iguais, o património da família, de que era a parcela mais valiosa a chamada Quinta das Devezas, também então conhecida por Quinta do Estado, situada em Vila Nova de Gaia, onde a família tinha o seu solar.
A nível arquitectónico, a Quinta das Devesas é composta por uma casa de planta irregular, capela separada, a O., de planta longitudinal, com sineira adossada, e jardim. Casa com fachada principal composta por vários panos enquadrados por pilastras coroadas por urnas neoclássicas, com pano central mais elevado com pedra de armas, a acesso ao centro, através de escadaria, ao piso nobre. Capela com fachada principal rasgada por portal ladeado por pequenas janelas e encimado por janelão de recorte neogótico.
Ruínas do Solar da Quinta das Devesas (Devezas) - Escadaria principal
Solar da Quinta das Devesas - Vista parcial da fachada frontal
 Solar da Quinta das Devesas - Outra vista parcial da fachada frontal
Solar da Quinta das Devesas - Fachada frontal e lateral
Solar da Quinta das Devesas - Capela em ruínas
Esta propriedade tem a sua entrada principal na Rua D. Leonor de Freitas, junto às instalações da firma Barros, Almeida & C.a. – Vinhos S.A. e era constituída por uma casa apalaçada, de dois andares, capela, anexos, jardim, estufas, pomares, hortas, adegas, casa para gado e terras de lavradio e de vinha, com uma área de 101.500 metros quadrados.
Graças à benemerência desta magnífica família, a referida Quinta é propriedade da Misericórdia de Gaia. Esta passagem realizou-se de forma faseada:
Por legado em testamento do Conde Ernani Carlos Pereira Pinto de Castro Lemos, falecido a 2 de Agosto de 1965, da terça parte desta propriedade.
Por doação feita no dia 8 de Março de 1966, pelas Senhoras D. Camila Machado dos Santos Castro Lemos, viúva do Conde Alfredo, falecida a 20 de maio de 1967, e de D. Maria Amélia Feio de Oliveira Leite Castro Lemos, viúva de Jorge Pereira Pinto de Castro Lemos, falecida a 14 de Fevereiro de 1971, das outras duas terças partes de que eram pertença das mesmas, deduzidas de uma parcela de 21.206 metros quadrados, que as doadoras reservaram para si. Estas doações, segundo os termos da escritura, foram feitas pelo facto de ambas desejarem contribuir para “os altos fins de assistência a que se dedica a Misericórdia de Gaia”.
Na altura da morte da última das senhoras, em 1971, a Misericórdia tornou-se proprietária da Quinta das Devezas.
Entretanto, para homenagear os dadores, a Misericórdia construiu um magnífico lar para idosos, que foi inaugurado no dia 4 de Julho de 1992, a que deu o nome de Lar Residencial Conde das Devezas, actualmente designado de Residências Seniores Conde das Devezas.

Bibliografia:
- In http://scmg.pt
- SIPA 

Imagens:
- Alexandre Silva

Casa Oriental. (Porto)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A Casa Oriental, no Porto, não desapareceu... modernizou-se.
A Casa Oriental foi fundada em 1910 no Campo dos Mártires da Pátria, n.º 111/112, próximo à Torre dos Clérigos tendo começado por comercializar produtos das colónias orientais e africanas. O café, o chocolate e os chás vendidos desde o início do século XIX, ainda hoje são evidenciados na fachada desta famosa mercearia, com a representação de uma cena da África Colonial, um atractivo para todos os turistas que visitam o Porto.
Após a 2ª Guerra Mundial, a gama de produtos aumenta e a Casa Oriental passou a vender produtos regionais portugueses: doçaria, enchidos e carnes fumadas, frutas, legumes, queijos, azeitonas, vinhos e licores. Passado o 25 de Abril de 1974 a loja é adquirida pelo actual proprietário, José Maria Gama, que decide fazer do bacalhau a imagem de marca da casa.
Casa Oriental antigamente
Reconhecendo a importância histórica do daquele espaço e compreendendo o impulso que o mesmo deu no passado a outros produtos icónicos da gastronomia portuguesa, a COMUR – Fábrica das Conservas da Murtosa confiou recentemente à Casa Oriental o exclusivo para toda a cidade do Porto da colecção “Valor do Tempo®”. 
Duas marcas de elevadíssima reputação que se unem por um só objectivo: retribuir à Sardinha Portuguesa o muito que esta já fez por Portugal.
A Casa Oriental é actualmente uma Mercearia Fina, com um interior remodelado, onde a beleza do estilo antigo se enquadra harmoniosamente com o novo, despertando a curiosidade da massa turística que actualmente visita o Porto.
Casa Oriental actualmente
Interior da Casa Oriental
 Enlatados da firma COMUR - Fábrica de Conservas da Murtosa
Fontes parciais: 
- casaoriental.pt
- www.conservasportuguesas.com/