Fábrica de Lanifícios de Lordelo, interior
Como já foi referido a água era fundamental para todas as operações. Deste modo, era fulcral garantir a chegada e saída da água. Daí o desvio da Ribeira da Granja e o seu encosto ao edifício na fachada Sul. Realizou-se o encanamento da água limpa e outro para a suja. Este poderá corresponder à levada, que actualmente ainda se encontrano local.
Em 1832 altura do cerco do Porto, a fábrica deixa de funcionar e é ocupada militarmente pelas tropas de D. Miguel.
Nesta altura verifica-se uma destruição do estabelecimento. No relatório de apresentado ao Excelentíssimo Senhor Governador Civil em 1881 na descrição feita do edifício antigo refere que as paredes se encontram esburacadas, muito provavelmente pelos impactes de projecteis durante o cerco do Porto. No que resta do edifício antigo numa das paredes virada a Oeste verificam-se varias marcas produtos de impactes balísticos.
A actividade industrial foi retomada por volta de 1852 com a sociedade Garcia & Barbedo. O edifício foi alugado por Francisco Garcia a José Joaquim Fernandes de Sousa. Contudo, Francisco Garcia acabou por se associar a esta sociedade e fundaram a já referida colectividade.
A firma reparou o edifício, encontrando-se talvez em muito mau estado devido ao cerco do Porto. A uma escala limitada adquiriu algumas máquinas e começou a fabricar lanifícios.
Em 1853 assiste-se a uma viragem nesta unidade industrial. A manufactura passou a ser uma sociedade anónima, pertencendo a diversos indivíduos, com o nome.
Sondagens arqueológicas recentes, em 2007 detectaram a existência de três estruturas diferenciadas: Uma fábrica do século XX, uma fábrica do século XIX, a "Fábrica de panos" e um reduto militar das guerras liberais, o Forte de Serralves, possivelmente no local da cisterna de abastecimento de água à fábrica do século XX.
Em Setembro de 2011 a fábrica estava já demolida, dando origem a um estaleiro de construção de habitações.