Mosteiro de Santa Clara. (Cidade do Porto)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Esta importantíssima construção não desapareceu, felizmente, apenas "se adaptou". Construída ao lado do mais visível lanço das Muralhas Fernandinas, a Igreja de Santa Clara ficou concluída em 1457 e é actualmente uma obra de grande valor. No seu interior podemos encontrar um dos melhores exemplares da arte da talha dourada do Barroco Joanino.
Com a supressão de vários mosteiros mais pequenos nas diversas localidades entre o século XV e o século XVI, as freiras foram-se agregando em Santa Clara levando para lá as suas rendas, sendo uma delas uma portagem por todas as mercadorias que passavam pelo Rio Douro.
Imagens de grande dimensão, clique para ampliar
Ruínas do Mosteiro

Mosteiro de Santa Clara. Vista obtida da muralha Fernandina junto aos Guindais
Nos finais do século XIX, com a morte da última freira, o mosteiro foi extinto o que causou alguma degradação do edifício. Posteriormente, património do estado, e feitas as obras necessárias foi adaptado para Centro de Saúde e outras instituições de cariz social e público.

Estação de Vila Real - Chegada do 1.º Comboio.

Linha do Corgo, originalmente denominada de Linha do Valle do Corgoe de Caminho de Ferro da Regoa a Chaves, foi uma ligação ferroviária entre a Estação de Régua, na Linha do Douro, e a cidade de Chaves, no Distrito de Vila Real.
Foi no dia 1 de Abril do ano de 1906 que o primeiro comboio chegou a estação de Vila Real. Quase 103 anos depois, a Refer decidiu suspender a circulação de comboios na linha do Corgo.

Imagens:
- Folha Semanal "O Povo do Norte"
- A. Pinheiro

Rede de Eléctricos do Porto em 1913.


Eléctricos na cidade do Porto. Na imagem de cima: O "19" subindo a rua dos Clérigos e na imagem de baixo, mais antiga, vemos o eléctrico após descer a rua 31 de Janeiro (antiga rua de Stº António).

Antiga Estação de Cadouços. (Cidade do Porto)

Estação de Cadouços - 1874-1878
A Estação de Cadouços tratava-se da estação no final da linha do «Americano», puxado por cavalos, (antecessor do eléctrico) que se localizava na belíssima Foz do Douro, mais exactamente no actual Largo do Capitão Pinheiro Torres Meireles. Serviu também de estação à "máquina", um pequeno comboio a vapor ao qual já dedicamos uma publicação.
Imagem da Praça com os seus jardins, nos finais do século XIX
Clique nesta imagem para a ampliar
Cadouços, c.1905 - BPI, Editor Alberto Ferreira
Em baixo temos uma fotografia do Largo de Cadouços, onde podemos ainda visualizar o edifício da estação.
A “máquina” na Estação do Largo de Cadouços, c. 1900
Antiga Estação de Cadouços
Cadouços, c.1905 - BPI, Editor Alberto Ferreira
A "Máquina" chegando a Cadouços, c.1907

Central de Eléctricos do Largo do Ouro.

Em cima vemos a central de eléctricos do Largo do Ouro (cidade do Porto) que funcionou entre 1895 e 1904.

A Antiga Ponte do Saltadouro.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Ponte do Saltadouro tem 9 metros de altura e 23 de comprimento. É de cantaria e tem um só arco. Viçosas eras cobrem-na quase integramente, o que lhe dá um aspecto rústico muito bizarro. Foi reconstruída anos depois de ter sido cortada. Actualmente (1942) tem uma parte das guardas derrubadas e na extremidade oeste (lado de Salamonde) apresenta uma funda escavação, que um devoto do «Livro de S. Cipriano» abriu à cata de um tesouro escondido pelos franceses. Segundo nos consta, o explorador partiu de mãos a abanar... Os franceses, com a pressa de fugirem, não tiveram tempo de esconder tesouros, antes abandonavam pelos caminhos o produto dos seus saques.
Com a abertura da Estrada Nacional n. 14 (1ª) esta ponte perdeu quase todo o trânsito.

Escusado será dizer que esta ponte geralmente está submersa. Uma nova ponte foi construida pela HICA (actual EDP) aquando da construção da barragem.

Antiga Ponte sobre o Rio Caldo - Estrada da Vila do Gerês.

As duas antigas pontes sobre o rio Caldo, muito antes da Barragem da Caniçada transformar o estreito leito deste rio no colossal caudal de água que as cobriu por completo. Uma imagem de um passado para sempre perdido...
Pontes antigas sobre o rio Caldo, actualmente submersas
Gerez - Antiga e nova ponte sobre o Rio Caldo
Duas edições de BPI, baseados no mesmo cliché
GEREZ - PONTES SOBRE O RIO CALDO
Gerez - Ponte romana e actual, no rio Caldo
Gerez - Ponte sobre o rio Caldo e caminho do Gerez
Foz do rio Caldo. Antigas pontes. Setembro de 1944
Pontes no rio Caldo
MOINHOS EM RIO CALDO,  CIRCA 1900
GEREZ - Ponte Romana e actual
Gerez - Pontes sobre o Caldo
Um bonito BPI (imagem de baixo) onde além das antigas pontes, é já perceptível em segundo plano, os pilares de uma das pontes novas em betão, que em breve as iriam substituir...
Na imagem imediatamente abaixo deste texto, podemos ver as antigas pontes sobre o rio Caldo no Gerês, bem como a velha estrada que ligava a Vila do Gerês. 
Esta fotografia é de 1978 (desconhecemos o autor) e foi tirada numa altura em que as águas represadas na Barragem da Caniçada baixaram drasticamente, permitindo que os rios Caldo e Cávado voltassem aos seus níveis originais.
A Barragem da Caniçada está localizada nos concelhos de Terras de Bouro e de Vieira do Minho, na bacia hidrográfica do rio Cávado, no norte de Portugal. A sua construção foi concluída em 1955. A barragem tem uma altura de 76 m e um comprimento do coroamento de 246 m.
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Cliché de autor desconhecido, 1978. A propriedade do cliché original,
está atribuída, segundo informação recebida, ao AUTO CLUB DE AMARES
O mesmo local, a ponte nova... Na imagem de cima com a albufeira vazia em 1978 e com ela cheia mais recentemente na imagem de baixo
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Cliché de autor desconhecido (fotos net)

Imagens:
- BPI (digitalização)
- EDP
- Autores desconhecidos
- AUTO CLUB DE AMARES

A Antiga Ponte Vale da Ursa. (Albufeira de Castelo de Bode)

Já neste Blog dedicamos um "post" a esta antiga ponte, clique aqui para confirmar, no entanto achamos a mesma ser merecedora de uma análise mais profunda, bem como a zona geográfica envolvente.
Nas fotos de baixo é possível ver a antiga ponte Vale da Ursa, inaugurada em 1885 por Fontes Pereira de Melo, que actualmente se encontra submersa, desde os anos 50. A antiga ponte era composta por pilares de granito, nos quais assentava um tabuleiro metálico e teria cerca de 20 metros de altura.
Imagens de grande dimensão, clique para ampliar.

Entrada do tabuleiro da ponte

Ponte antiga e ponte nova sobre o rio Zêzere, durante a subida das águas
Em baixo temos uma fotografia posterior, quando a albufeira já se encontrava cheia.
O nível da água na albufeira desceu bastante esse ano em particular e a parte superior do tabuleiro da antiga ponte Vale da Ursa ficou visível.
O tabuleiro da antiga ponte "saindo" das águas do rio Zêzere, numa altura de seca 
Nas duas imagens de baixo: 
- Uma comparação entre o antes e depois da Barragem de Castelo do Bode em Dornes.

Esta imagem (em baixo) ilustra uma gravura de Alfredo Keil de 1907. Ao fundo é possível ver a igreja de Dornes.

Rio Zêzere antes da barragem de Castelo do Bode
Antiga Roda no Rio Fundeiro

Fonte:
- BNP
Imagens:
- Alfredo Keil
- Autores desconhecidos

A Ponte Henriques.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Ponte Henriques foi mandada construir em Barqueiros pela rainha D. Mafalda que, pelo que se vê, muito quis a estes sítios (para esta construção o marido deixou no testamento 3000 maravedis, dela restando apenas um pedregulho e, submersos no rio Douro, dois pilares, facto que deu o nome de Pilar ao local onde se encontram por corruptela de pilar).
Diz ainda que tinha um rego pelo meio da rua, de fundo a cima, dividindo a povoação em dois concelhos, cada um com o seu mestre de pedreiros, juiz e oficiais (este rego ainda existe e esteve à vista até 1948, tendo tido por ele o seu curso “ a água de rega dos Ameais” que foi motivo de grandes brigas com Vila Marim no tempo do rei D. Sancho I).
Barqueiros actualmente pertence a Mesão-Frio.

A Ponte de Vale de Espinho.

A ponte de Vale de Espinho, à qual a tradição popular atribui origem romana, foi também desmontada para evitar o avanço dos franceses, tendo a actual reconstrução sido mandada fazer pelo ministro Júlio da Silva Sanches, de Pombeiro da Beira, em 1839.
Imagens de grande dimensão, clique para ampliar
(Fotografias de S. Martinho à conversa)
Esta antiquissima ponte foi submersa pelas águas do Rio Alva quando do enchimento da albufeira da Barragem das Fronhas em 1985. Mais um monumento sacrificado em prol do progresso...
Em cima vemos a antiga Ponte do Vale de Espinho vista do lado de Pombeiro.

Fábrica de Fibra Comercial Lusitana. (Cidade do Porto)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ocupando uma grande àrea de terreno, situava-se na Avenida da Boavista no Porto com fachada voltada para a mesma. Esteve abandonada muitos anos, sendo posteriormente comprada por uma empresa do grupo Salvador Caetano e demolida para dar lugar a uma urbanização de luxo.

A Fábrica de Lanifícios de Lordelo. (Cidade do Porto)

A Fábrica de Lanifícios de Lordelo, conhecido nos seus primórdios como “Fábrica de Panos”, foi fundada entre 1803 e 1805 por Plácido Lino dos Santos Teixeira que construiu este edifício com dois andares: o primeiro seria para a sua habitação e o piso térreo para a fábrica de lanifícios.
No relatório apresentado ao Excelentíssimo Senhor Governador Civil do distrito do Porto em 1881 refere que a Fábrica de Lanifícios de Lordelo foi criada com a protecção das leis protectoras do Marquês de Pombal
.
Imagens de grande dimensão, clique para ampliar e observar pormenores

Fábrica de Lanifícios de Lordelo, c.1918
O local onde a fábrica está implantada acabou por ter influência, dado que a zona virada a Oeste tem a Ribeira da Granja. Este género de indústria carece de energia hidráulica como força motriz e de água limpa para o processo de fabrico, como a lavagem de lãs, fabrico dos tintos e oacabamento dos tecidos. Assim, as águas da Ribeira da Granja possibilitariam todas estas operações.
Paralelamente o local em causa estaria rodeado de uma boa rede terrestre: estradas para o Porto e Matosinhos, consideradas como sendo as duas principais direcções; rede marítima através do Cais do Ouro possibilitando um fácil desembarque da matéria-prima, neste caso a lã, e o embarque do produto acabado, que seriam panos, tecidos, entre outros.
Estes factos talvez acabassem por influenciar Plácido Lino dos Santos Teixeira na escolha do local para implantar a sua fábrica de lanifícios.
A Fábrica de Lanifícios de Lordelo seria uma das primeiras indústrias deste género a instalar-se no local. Não existe nenhum registo de plantas da fábrica antiga o que impede saber quais eram as características das fases do edifício do século XIX.
Joaquim Morais Oliveira indica no seu estudo sobre a unidade industrial a existência de dois momentos construtivos entre 1805 e 1832. O primeiro seria a construção da fábrica ao estilo inglês e o segundo a ampliação com acrescento de outras naves até formar um pátio central.
O edifício fabril estaria distanciado da estrada de Matosinhos. Não fazia fachada para a rua, pelo contrário assumia-se como algo interiorizado. A frente urbana era ocupada pela habitação do proprietário.

Fotografia aérea de 1939
Fábrica de Lanifícios de Lordelo, c.1918
 Fábrica de Lanifícios de Lordelo, interior
Como já foi referido a água era fundamental para todas as operações. Deste modo, era fulcral garantir a chegada e saída da água. Daí o desvio da Ribeira da Granja e o seu encosto ao edifício na fachada Sul. Realizou-se o encanamento da água limpa e outro para a suja. Este poderá corresponder à levada, que actualmente ainda se encontrano local.
Em 1832 altura do cerco do Porto, a fábrica deixa de funcionar e é ocupada militarmente pelas tropas de D. Miguel.
Nesta altura verifica-se uma destruição do estabelecimento. No relatório de apresentado ao Excelentíssimo Senhor Governador Civil em 1881 na descrição feita do edifício antigo refere que as paredes se encontram esburacadas, muito provavelmente pelos impactes de projecteis durante o cerco do Porto. No que resta do edifício antigo numa das paredes virada a Oeste verificam-se varias marcas produtos de impactes balísticos.
A actividade industrial foi retomada por volta de 1852 com a sociedade Garcia & Barbedo. O edifício foi alugado por Francisco Garcia a José Joaquim Fernandes de Sousa. Contudo, Francisco Garcia acabou por se associar a esta sociedade e fundaram a já referida colectividade.
A firma reparou o edifício, encontrando-se talvez em muito mau estado devido ao cerco do Porto. A uma escala limitada adquiriu algumas máquinas e começou a fabricar lanifícios.
Em 1853 assiste-se a uma viragem nesta unidade industrial. A manufactura passou a ser uma sociedade anónima, pertencendo a diversos indivíduos, com o nome. 
Sondagens arqueológicas recentes, em 2007 detectaram a existência de três estruturas diferenciadas: Uma fábrica do século XX, uma fábrica do século XIX, a "Fábrica de panos" e um reduto militar das guerras liberais, o Forte de Serralves, possivelmente no local da cisterna de abastecimento de água à fábrica do século XX.
Em Setembro de 2011 a fábrica estava já demolida, dando origem a um estaleiro de construção de habitações.