Ponte medieval de Canaveses. (Marco de Canaveses)

domingo, 31 de julho de 2011


Documentos emitidos entre 1936 e 1940 (brevemente serão postados mais) alusivos a ponte medieval de Canaveses, onde verificamos que o transito de pesados (camionetes) tornou quase uma constante danos na ponte, como o derrube das ameias de granito que a ornamentavam, também há referencias onde verificamos que a sua estrutura geral não se encontraria já no melhor dos estados de conservação, apesar das sucessivas obras de reparo. A solução encontrada foi o seu desmantelamento para ser reedificada outra mais larga e segura, mas que fosse respeitado o aspecto geral original.
 Em baixo, a ponte de Canaveses medieval com o seu aspecto característico


Cliché da Ponte medieval de Canaveses
Ponte Medieval de Canaveses. Vista de Jusante 
Cliché com autoria atribuída a: Abreu, José Antunes Marques (1879-1958)
A imagem de baixo foi publicada no livro de António Monteiro «As Pontes de Canaveses» e mostra o término do tabuleiro da Ponte Medieval, junto a Igreja de S. Nicolau.
Vista da igreja de S. Nicolau em Canaveses, com destaque (em primeiro plano), para o Sr. da Boa Passagem. A imagem terá sido obtida do término do tabuleiro da Ponte Medieval de Canaveses.
Ponte Medieval de Canaveses. Ponte Românica e não «Romana»
Ponte medieval de Canaveses
A ponte de Canaveses era então uma ponte medieval que tinha um tabuleiro de perfil horizontal sobre cinco arcos desiguais, uns redondos e outros algo quebrados. Tinha contrafortes de forma triangular. As guardas ostentavam merlões ou ameias. Constituía um conjunto com as igrejas paroquiais de Santa Maria, junto da entrada na margem direita, e de S. Nicolau, junto da entrada na margem esquerda, e o Cruzeiro do Senhor da Boa Passagem, também à entrada da ponte, junto da igreja de Santa Maria.
A primeira construção desta ponte dataria do séc. XII, a sua reconstrução medieval anda associada à rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, que doou os direitos de portagem e um paço que ai possuía para a instituição de uma albergaria. Em 1300 / 1334 foram registados legados testamentais para obras na ponte de Canavezes. No séc. XVI um dos arcos tinha sido reconstituído no reinado de D. Sebastião. Em 1726 há uma referência à existência de um cruzeiro no meio da ponte com uma inscrição. Em 1809 um dos seus arcos do meio foi demolido durante as invasões Napoleónicas comandadas por Soult. Em 1937 foi feita a reposição do parapeito e ameias derrubadas por uma camioneta. Entre 1941 e 1944 foi desmontada para alargamento  tendo sido construída uma réplica perfeita no mesmo lugar pela Direcção de Pontes. Em 1949 devido as modificações feitas a «nova» ponte foi desclassificada pelo Dec. nº 37 366 de 5 Abril 1949. Em 1988 a barragem do Torrão fechou comportas o que condenou a estrutura à submersão. Após a submersão, mais exactamente no ano de 1991, foi destruída por ordem da EDP, que recorreu ao exército para causar a sua implosão, com a ajuda de explosivos.
Vale do Tâmega, vendo-se a Ponte Românica de Canaveses de Montante 
Na esquerda da imagem, observamos a igreja de S. Nicolau e o casario na 
margem oposta, pertencia à aldeia do Piso (ou Pisão)
Cliché obtido em 02-08-1940. Cód. de Referência PT-CPF-JGGJ-002-000410
Ponte Românica de Canaveses, vista de Jusante
Cliché datado de 08-08-1940. Cód. de Referência PT-CPF-JGGJ-002-000411


Imagens da ponte de Canaveses a ser desmontada durante as obras de alargamento em 1941. Quando foi desmontada apareceram restos de uma ponte  mais antiga, provavelmente de construção romana,  ocultados pela construção medieval e moderna. Foram recolhidas no Museu Soares dos Reis no Porto, pedras com inscrições que apareceram aquando das obras de 1941-1944. Voltaria a abrir ao transito em 12 de Junho de 1944.



A imagem de baixo foi publicada no livro de António Monteiro «As Pontes de Canaveses» e tem a particularidade de nos mostrar a ponte de Canaveses Medieval (direita na imagem) a par com a réplica edificada entre 1941 e 1944. A data exacta desta imagem não é por nós conhecida, mas tendo presente que já estão a colocar as ameias de granito na ponte "nova" e tendo também em conta que a mesma foi inaugurada em Junho de 1944, partimos do pressuposto que esta imagem terá sido obtida no primeiro semestre desse mesmo ano, ou em finais de 1943.
Rio Tâmega em 1922 - Ponte (medieval) de Canaveses

Nota dos eventuais detentores dos direitos Audiovisuais:
«Datado de 1922 este é um documento visual inédito que retrata o funcionamento do Hotel e das Termas de Canavezes, em Marco de Canavezes.
Único documento visual da época, este vídeo ganha extrema importância para comprovar e suportar a história, os escritos e relatos que descreviam o local como sendo um lugar de luxúria, requinte e sofisticação, muito bem frequentado pela alta sociedade portuguesa e internacional.

Este vídeo histórico foi adquirido pelo Grupo Canavezes junto da Cinemateca Portuguesa.
É expressamente proibida a sua utilização indevida, não respeitando a nossa propriedade sobre o mesmo, assim como os direitos de autor.»
O Documentário completo sobre as Termas de Canaveses pode ser visto nos Arquivos da Cinemateca através deste link de acesso directo (clique para aceder): 

Caldevilla Film - Companhia Produtora
Portugal, 1922
Género: documentário
Duração: 00:03:42, 16 fps
Formato: 35 mm, PB, sem som
AR: 1:1,33
ID CP-MC: 3005636-002-00.07.03.01

Ponte medieval de Canaveses c.1931

A «nova» Ponte de Canaveses (1944-1988)
Clique nas imagens para as ampliar
Ponte de Canaveses imortalizada em BPI

Em cima, a «nova» ponte de Canaveses, inaugurada em 12 de Junho de 1944. Uma obra em alvenaria de granito digna da sua antecessora. Os traços principais foram mantidos. Foi um erro o desmantelamento da ponte medieval em 1941 para edificarem esta, embora os motivos fossem válidos, mas penso que talvez tenha sido outro erro igual, senão maior (tendo em conta as datas), terem submerso e posteriormente dinamitado de forma criminosa, aquela que a substituiu, que sem dúvida era também ela um monumento. Actualmente substitui-a uma ponte moderna, e prática, mas sem qualquer interesse Histórico feita em betão e localizada a montante...

Bibliografia
MIRANDA, Abílio, A Ponte Velha de Canaveses, Douro Litoral, 2ª série, t. II, Porto, 1944, pp. 21 - 22; MONTEIRO, António, As pontes de Canaveses. A ponte romana, Douro Litoral, 3ª série, I, Porto, 1948, p. 50 - 64 e II, 1948, p. 26 - 39; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Vias Medievais I. Entre Douro e Minho, Porto, 1968.

Imagens:
- A. Carneiro
- BPI´s (Autores desconhecidos)
- DGEMN
- BPI, Ed.ªº da Empreza
- Centro Português de Fotografia (Arquivos)

Tratamento de imagem:
- Jorge Pereira

Braga antiga vista do céu. (Braga)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

 Clique nas imagens para as ampliar
Duas imagens do centro de Braga mostrando o aspecto que esta possuia entre finais do século XIX e manteve em inícios do século XX (primeiras décadas). Com a Arcada em primeiro plano, chamamos a atenção para a Torre de Menagem, último vestígio do Castelo de Braga. De reparar também o pormenor dos carris que denúnciam a presença do "Americano" e mais tarde o Eléctrico.

Capela de Nossa Senhora da Batalha. (Porto)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Real Teatro S. João após o devastador incêndio
Na praça da Batalha, como podemos ver na imagem de cima encontram-se ainda as ruínas do Real Teatro S. João, já aqui anteriormente falado, inicialmente chamado de Teatro do Príncipe, obra de Vicenzo Mazzoneschi (1747-1807), foi construído a partir de 1796, e inaugurado em 1798.
Este teatro, já com algumas alterações, foi destruído por um incêndio em 11 de Abril de 1908.
Praça da Batalha - BPI circulado em 1904
Vemos a Capela da Batalha, na direita da imagem
                            
Será com a construção do novo Teatro S. João cujo avanço da sua frente correspondendo ao alinhamento da Rua Alexandre Herculano, que implicará a expropriação e demolição da capela de Nossa Senhora da Batalha, cuja existência é praticamente desconhecida nos nossos dias pelos portuenses. 
Capela Nossa Senhora da Batalha. Demolida em 1924
Capela Nossa Senhora da Batalha in CPF

A capela de Nossa Senhora da Batalha que foi demolida, em 1924. para "desafogo da fachada do Teatro de S. João" era já no entanto posterior a uma outra, bastante mais antiga, sob a mesma invocação, num local extramuros, da parte de fora, portanto, da muralha fernandina, mas que pertencia à freguesia de Santo Ildefonso. Nessa capela foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Batalha que antes havia estado numa edícula sobre a porta da muralha fernandina de Cima de Vila.
Em 1686 já se falava "…da fabrica da capella de Nossa senhora da Batalha, Nossa senhora dos Remédios e S. José…"

Capela da Batalha em 1916
No lugar desta antiga ermida é que terá sido construída aquela que foi demolida em 1924 e que pertencia ao Município portuense. Nessa capela teve a sua sede a influente e importante Confraria dos Sirgueiros.
A imagem da padroeira foi recolhida na Catedral em cujo museu está exposta ao público.

Fábrica de Esmaltagem de Mário Navega. (Porto)

 Fábrica de Esmaltagem de Mário Navega
 Inicialmente a fábrica localizava-se no local onde hoje se encontra a antiga unidade da Metalúrgica Duarte Ferreira no Porto, já desactivada, e o seu proprietário era então J. Michin Júnior. Posteriormente, a entrada de um novo sócio para a empresa, Mário Navega, coincide com a mudança da fábrica para o local onde ainda faz dias se encontrava, em ruínas, e marca a designação pela qual passou a ser conhecida até à actualidade. Dedicava-se ao fabrico de todas as variedades de louça esmaltada. Encerrou definitivamente em meados dos anos 1980, tendo entrado e permanecido em ruínas até ao corrente mês de Julho de 2011, o qual marca a sua total demolição.
Citando um texto de Ricardo Fernandes -  "Como se poderá verificar, se passarmos pela rua do Freixo, a Fábrica de Esmaltagem de Mário Navega está a ser desmantelada. É certo que no estado em que estava representava um grande perigo para a via pública. No entanto, como é já comum na cidade do Porto, o património arquitectónico é entendido com uma postura leviana e despreocupada. O método comum é demolir para construir empreendimentos imobiliários mesmo que nas imediações existam edifícios com grande potencialidade de serem reabilitados. Desde modo, o passado industrial da cidade que foi negligenciado nas últimas décadas vai sendo apagado passo a passo, sem soluções criativas de arranjo e optimização dos espaços. Veja-se obras como a SESC Pompeia da arquitecta brasileira Lina Bo Bardi em que um espaço industrial é reconvertido num centro que concilia uma vertente cultural com o lazer, tendo desde teatro, ginásios, restaurante, galerias, etc, transformando assim um espaço à partida desactualizado e descontextualizado num pólo atractivo. Mas não. Os interesses da Mota Engil e outras empresas de construção falam mais alto do que as necessidades urbanas e sociais."

Leiria em finais de 1800.

domingo, 17 de julho de 2011


Leiria, vista da Sé - final do séc. XIX e começo do séc. XX.

O Túmulo de Almeida Garrett. (V. N. Gaia)

Túmulo de Almeida Garrett
O túmulo que serviria para depositar o corpo de Almeida Garrett, foi esculpido entre finais do séc. XIX e inícios do séc. XX por Teixeira Lopes, em estilo neomanuelino.
Escultura realizada por António Teixeira Lopes para o túmulo do escritor Almeida Garrett
Devido a divergências entre Teixeira Lopes e a família de Garrett, o túmulo nunca serviu o seu propósito.
Actualmente encontra-se nos jardins da Casa - Museu Teixeira Lopes em Vila Nova de Gaia.

Túmulo de Almeida Garrett
 Teixeira Lopes ao lado da obra
Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia


Imagem: 
- Phot.ª Guedes

Primeira travessia aéra do Atlântico Sul em 1922.

 Sacadura Cabral (esquerda da imagem) e Gago Coutinho em primeiro plano.


A 30 de Março de 1922, Gago Coutinho e Sacadura Cabral partem, de Lisboa, a bordo do hidrovião Lusitânia, tendo por destino o Rio de Janeiro. Dão, assim, início à primeira travessia aérea do Atântico Sul.
Chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de Junho de 1922.

Grande exposição do mundo Português de 1940- Inauguração.

sábado, 16 de julho de 2011


Inauguração da Grande exposição do mundo Português em 1940.
A exposição foi inaugurada em 23 de Junho de 1940 pelo Chefe de Estado, Marechal Carmona, acompanhado pelo Presidente do Conselho, Dr. António de Oliveira Salazar e pelo Ministro das Obras Públicas, Eng.º Duarte Pacheco.

Tropas Portuguesas na I Guerra Mundial. (1914-1918)


As Tropas Portuguesas na I Guerra Mundial em Flandres.

O Arco de São Bento. (Cidade de Lisboa)

Arco da rua de S. Bento em Lisboa
Arco de S. Bento antes da demolição
O Arco de São Bento foi construído em 1758 sobre a rua de São Bento, em Lisboa.
Estava integrado na Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres. Foi desmontado em 1938 em consequência das obras de remodelação do espaço em frente do Palácio de São Bento.
Arco de S. Bento em Lisboa, in AML
Arco de S. Bento já reconstruído. Cliché de autor desconhecido
Esteve desmontado durante décadas, primeiro nos jardins do Palácio da Ajuda e depois na Praça Espanha, onde foi finalmente reconstruído em 1998.

Imagens:
- BPI (digitalização)
- AML
- Autor desconhecido