Ponte velha do Faial. (Ilha da Madeira)

segunda-feira, 30 de março de 2015

Ponte Velha do Faial
A "Ponte velha do Faial", na Ilha da Madeira, também conhecida como “Ponte das sete bocas”, pelos seus 7 arcos, localiza-se no sítio da Fajã, na freguesia do Faial. 
Originalmente atravessava a Ribeira do Faial e foi construída para unir as duas margens da freguesia, separadas pela ribeira, no início do século XX. 
Seria inaugurada em 1904 e foi, durante muitos anos, a maior ponte, em extensão, da ilha da Madeira, apresentando 130 metros. 
No ano de 1984 um forte temporal assolou a costa norte, levando a que a ponte não resistisse à fúria das águas da ribeira, acabando por desmoronar-se 4 dos seus 7 arcos. A sua reconstrução foi posta de parte, tendo sido construída uma nova ponte em betão, a "Ponte 1 de Julho" a escassos metros. 
O resto da estrutura da ponte permanece como um marco histórico desta freguesia e do concelho, símbolo do que resta de um verdadeiro monumento perdido...

Imagem:
- Autor desconhecido

Duelo entre Afonso Costa e Alexandre de Albuquerque. (Benfica)

quinta-feira, 26 de março de 2015

O duelo entre Afonso Costa e Alexandre de Albuquerque. Joshua Benoliel c. 1910
O Dr. Alexandre de Albuquerque escreveu em «O Liberal» um artigo contra o Dr. Afonso Costa, a título puxou: «Mentira, traição, calúnia, ladroeira». 
Albuquerque acusava Afonso Costa do roubo das cartas, de ser «a vergonha do parlamento, da advocacia, do partido republicano e da pátria». 
Afonso Costa mostrou-se ofendido e desafiou-o para um duelo à espada. 
O duelo não se fez na via pública, como aconteceu com o de Penha e Garcia. Foi em local "escondido" mesmo atrás dos muros da Quinta dos Loureiros, em Benfica, a 06 de Junho de 1910. 
Os jornalistas foram impedidos de assistir, no entanto Joshua Benoliel, fotografo da "Ilustração Portuguesa", subindo para cima do automóvel de um dos duelistas, conseguiu o seu intento.
Afonso Costa ganhou o duelo, ao atingir Alexandre de Albuquerque no peito, o que lhe provocou um corte, sem muita gravidade.
Joshua Benoliel, em cima do automóvel de um dos duelistas, para fotografar
Imagens:
- Joshua Benoliel 
- Ilustração Portuguesa
- AML

Quiosque da Avenida da Liberdade. (Lisboa)

Quiosque da Av. da Liberdade em Lisboa. 1908
A Avenida da Liberdade, em Lisboa, foi construída entre 1879 e 1886, à imagem dos boulevards de Paris. 
A sua criação foi um marco na expansão da cidade para norte, e tornou-se rapidamente uma referência para as classes mais abastadas aí localizarem as suas residências.
Muitos dos edifícios originais da avenida foram sendo substituídos nas últimas décadas por edifícios de escritórios e hotéis. Hoje a avenida ainda contém edifícios muito interessantes do ponto de vista artístico e arquitectónico, sobretudo do século XIX tardio e século XX inicial. 
 Quiosque da Av. da Liberdade em Lisboa. 1917
Actualmente ainda existe o neoclássico Teatro Tivoli, com um quiosque da década de 1920 no exterior, bem com algumas mansões. Muitas das fachadas no estilo arte nova deram lugar a edifícios de betão ocupados por escritórios, hotéis ou complexos comerciais, como já referimos em cima.
Como se faz crer que vivemos num país de "gente rica", apesar da CML nesta data em que escrevemos, ter um Presidente que se proclama "socialista", os automóveis com matrículas anteriores ao ano 2000 passaram a estar proibidos, a partir de 15 de Janeiro de 2015, de circular, entre as 07:00 e as 21:00 dos dias úteis, na Avenida da Liberdade. Uma medida, a nosso entender de pura exclusão social, para mais não referirmos. 

Imagens:
- Arquivo Municipal de Lisboa (AML)

As escadas das Padeiras. (Porto)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Escadas das Padeiras
As escadas das Padeiras (Ribeira, Porto) ainda existem, aliás foram recentemente vítimas de restauro. 
As escadas são de granito e têm essa designação porque era mesmo junto delas que atracavam os barcos valboeiros, nos quais as padeiras de Avintes atravessavam o rio Douro, quando vinham ao Porto vender a broa original da sua terra.
Escadas das Padeiras. BPI - Editor - Arnaldo Soares
Ribeira vista do tabuleiro superior da Ponte Luís I. Início do séc. XX. Vemos as escadas das Padeiras
Vista da Ponte Luís I e do Cais da Ribeira, a partir da Praça com o mesmo nome
Ribeira - "Caes da Estiva". BPI - Vista obtida a partir de Vila Nova de Gaia
Padeiras de Avintes, com a sua famosa broa. Emílio Biel c. 1900
As padeiras de Avintes vendiam o seu pão (broa) na Praça de Santa Teresa e se fossem feitas vendas fora desta praça, as padeiras podiam ser multadas.
Praça de St.ª Teresa, actual Praça Guilherme Gomes Fernandes
Praça de St.ª Teresa (Largo da Feira do Pão)

Imagens:
- AMP
BPI - Editor - Arnaldo Soares
BPI - Papelaria Borges
- Emílio Biel

Rua do Laranjal / Bairro do Laranjal. (Porto)

segunda-feira, 9 de março de 2015

Rua do Laranjal, vendo-se a igreja da Trindade, c. 1900. Cliché Alvão
Já anteriormente e mais exactamente, em 10 de Julho de 2012, se falou aqui, do Largo do Laranjal. Abordemos agora, a rua que neste local existiu e que ostentava o mesmo nome. O Bairro do Laranjal durou até 1916, ano em que começou a ser demolido para a abertura da futura Avenida. Com o bairro do Laranjal, e pelo mesmo motivo, também desapareceram os típicos lavadouros, um local muito abundante em água e onde existiam vários tanques que possibilitavam lavar as roupas. Existia até uma rua denominada Rua dos Lavadouros que também se chamou Rua de Santo António dos Lavadouros antes da abertura daquela que veio a ostentar o nome do santo taumaturgo e que é hoje a Rua de 31 de Janeiro.
Largo do Laranjal (Trindade). Cliché Alvão
O «tesouro escondido»
Segundo o doutor Pedro Vitorino, durante as suas crónicas no jornal portuense "A Voz Pública", na década de 20 do séc. XX, existiu um "tesouro escondido" no bairro de Laranjal.
Citamos:
«Procedia-se, então, à demolição do bairro do Laranjal e o assunto tinha plena actualidade - apesar de ter ocorrido oitenta anos antes. Foi o seguinte aí por 1840, sete anos depois do Cerco do Porto, numa casa da Rua do Laranjal, que tinha ligação para a Rua de D. Pedro, que lhe corria paralela, apareceu inesperadamente e de uma forma inusitada um autêntico tesouro. A casa não era um edifício qualquer. Habitava-a o cidadão João da Costa Lima, um ferrenho liberal, que, após o malogro da revolta de 1828 (a Belfastada), emigrou para Inglaterra com muitos outros patriotas. Voltaria anos mais tarde ao torrão natal como um dos cinco mil bravos do Mindelo e integrando o batalhão dos Voluntários da Rainha, para se bater ao lado de D. Pedro IV contra as tropas absolutistas de D. Miguel. E no desempenho dessa e de outras missões mostrou-se de tal modo destemido e valente que foi condecorado com a Ordem da Torre-e- Espada e a medalha de D. Pedro e D. Maria.
A ocupação da referida casa só aconteceu depois de terminado o Cerco. Um tio deste Costa Lima, rico negociante de cabedais, pressentindo o aproximar-se do fim da vida, chamou o sobrinho a quem confiou as rédeas do negócio. Não viveu muito tempo mais o velho negociante que habilitou como seu único herdeiro o sobrinho. Não sentindo grande vocação para a vida comercial, João da Costa Lima tratou de passar o negócio dos cabedais e decidiu-se a viver dos rendimentos na casa que fora do tio e que interiormente apresentava uma invulgar decoração com excelentes pinturas murais da autoria dos mais consagrados pintores da época, nomeadamente dos dois Vieiras, o Portuense e o pai, então conhecidos pelos "artistas da Porta do Olival".
Ora foi na casa de Costa Lima que se deu o estranho mas rendoso acontecimento. Num certo dia, ao romper da manhã, ao fugir de um criado que o perseguia, um gato subiu aos móveis, entrou numa espécie de postigo que dava para o forro e aí esbarrou com um objecto que se quebrou e provocou o estranho ruído da queda no soalho de dezenas e dezenas de moedas em ouro. Um verdadeiro tesouro. Pedro Vitorino escreveu que "a colheita foi farta e rendosa".
Naturalmente que o dono da casa acordou com o barulho que as moedas causavam ao cair sobre as tábuas do soalho. Acordou e não voltou para a cama. Foi pesquisar e o que encontrou deixou-o pasmado mas rico. Devidamente acamadas em panelas de ferro escondidas no forro da casa estavam centenas de peças de ouro. Pelo que se veio a saber, na altura, de antigos ocupantes da casa, chegou-se à conclusão de que o tesouro poderia ter sido escondido durante as invasões francesas e, por morte dos inquilinos, ou por qualquer outra razão, ficara para ali esquecido. O achado foi avaliado em dezoito contos em metal sonante. Uma fortuna, para aquele tempo, que João da Costa Lima utilizou para a construção de outros edifícios na Rua de D. Pedro e na Cancela Velha.»
Igreja da Trindade actualmente


Fontes parciais:
- CMP
- Jornal de Notícias
Imagens:
- Alvão
- Alexandre Silva

Bebedouro ou Marco Fontanário da Praça de Carlos Alberto. (Porto)

sexta-feira, 6 de março de 2015

Praça de Carlos Alberto (BPI). O fontanário em primeiro plano
Localizava-se na Praça de Carlos Alberto, no Porto, conforme podemos observar nas imagens. É um marco fontanário (ou fontenário), com duas conchas onde cai a água que saia de uma torneira. É feito em ferro fundido, sendo um dos mais bonitos exemplares da FUNDIÇÃO DO BOM SUCESSO
Tem duas taças, uma superior para os cavalos beberem e outra inferior para os cães e gatos. No alçado oposto, existe uma torneira para as pessoas poderem beber.
Devido à sua dupla função de fornecer água e iluminação, encontra-se no seu topo um magnifico lampião que remata e embeleza o marco. Foi doado por Júlio D`Andrade.
Praça de Carlos Alberto. O fontanário em destaque. Cliché Alvão
Fontanário da Praça de Carlos Alberto
 Praça de Carlos Alberto (BPI)  sendo visível o fontanário
Praça de Carlos Alberto. Edição dos Grandes Armazéns Hermínios.
Porto - Praça Carlos Alberto - BPI - Estrela Vermelha n. 12
Praça de Carlos Alberto. BPI - Editor Alberto Ferreira
"Não nos cancemos de 
fazer o bem.
O homem é o rei dos 
animaes mas não de-
ve ser o seu tyranno
SOCIEDADE 
PROTECTORA DOS ANIMAES
FUNDADA NO PORTO EM 1878
Doado a sociedade por 
JULIO D`ANDRADE"
Como já em cima referimos, encontrava-se instalado na Praça de Carlos Alberto por influência da Sociedade Protectora dos Animais, conforme se verifica pela tabuleta colocada no seu corpo principal. 
Actualmente, encontra-se recolhido nos jardins do SMAS, na rua Barão de Nova Sintra, no Porto.
Fontanário/bebedouro
Fontanário da Praça de Carlos Alberto, actualmente no Jardim do SMAS, c.2020

Fontes:
- SMAS
Imagens:
- BPI (digitalização)
- BPI - Edição dos Armazéns Hermínios
- Alvão
- BPI - Estrela Vermelha n. 12
- BPI - Editor Alberto Ferreira
- Alexandre Silva

Remise da Boavista. (Porto)

quarta-feira, 4 de março de 2015

Primitiva remise da Boavista. Entre 1874 e 1946
Remise da Boavista in Ilustração Portuguesa N. 180. 02 de Agosto de 1909
A remise da Boavista era a sede da Companhia Carris de Ferro do Porto desde 1874. 
Em 1924 a remise ardeu, tendo-se perdido 23 eléctricos, 4 atrelados e 2 zorras, ficando também outros 6 muito danificados.
Foi construído um novo edifício para servir como remise e oficina, com um total de 20 linhas de entrada. 
As 20 portas eram uma característica marcante do edifício. 
A capacidade de recuperação da Companhia Carris de Ferro do Porto foi notória, conseguindo ter uma receita positiva no fim do ano de 1928.
 A remise da Boavista num cliché de 1950, com autoria atribuída a Teófilo Rego in Museu do Carro Eléctrico
Remise da Boavista
Eléctrico junto à remise. In Museu do Carro Eléctrico (STCP)
Praça de Mouzinho de Albuquerque (vulgo Rotunda da Boavista) em 1964, vendo-se a demolida Remise dos STCP (que deu lugar à Casa da Música) no canto superior direito da imagem e o Palacete que foi demolido para a construção do shopping Brasília no centro da mesma, logo abaixo da "rotunda"
 Praça de Mouzinho de Albuquerque (vulgo Rotunda da Boavista) em 1964
A remise da Boavista foi usada como remise principal até 1988. Com a redução do serviço de carros eléctricos, Massarelos passou a ser a remise de serviço, ficando a da Boavista como um armazém de carros eléctricos não utilizados e preparada para serviços eventuais.
Em Agosto de 1999 a remise da Boavista foi abandonada e demolida, para dar lugar à Casa da Musica.
A remise da Boavista.  Cliché de autor desconhecido
Fontes:
- Museu do Carro Eléctrico
- AMP
- STCP