Ponte de Canaveses. (Marco de Canaveses)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Já aqui colocamos em Outubro de 2009 (cedemos esse texto a parceiros bloggers) um “post” sobre a PONTE DE CANAVESES. Por ser um item que tanto valor Histórico tem e por ter sido a todo o nível tão desprezada, resolvemos após pesquisa mais rigorosa fazer-lhe um tributo mais digno.
NOTA: Este texto requereu várias actualizações, ao longo dos anos, devido à escassa informação e contradições constantes de várias fontes, mais se faz saber que até à data em que o blogue MONUMENTOS DESAPARECIDOS abordou esta questão, não era possível, obter na web, uma única alusão a esta histórica construção, nem mesmo consultando os sites da C. M. do Marco de Canaveses e respectivas Juntas de Freguesia.

A Ponte de Canaveses, antiquíssima, teve como fundadora a Rainha D. Mafalda, sendo edificada por cima de outra ainda mais antiga de origem Romana,  foi construída de forma tão sólida que ao longo dos séculos sobreviveu com ligeiras reparações.
Compunha-se por cinco arcos, sendo o do centro mais largo e um pouco mais elevado com uma forma ogival, os outros de volta redonda e diminuíam de altura com tal moderação que mal se apercebia o declive que apresentava a ponte do meio para as extremidades. As guardas da ponte eram guarnecidas de ameias.
Na segunda Invasão Francesa Soult bem tentou atravessar o rio, mas encontrou a oposição de António da Serpa Pinto, capitão-mor do Concelho de Canaveses, Soalhães e Tuías, que deteve a armada Francesa não a deixando atravessar a ponte.
Diz-se ter ficado danificada na contenda, sendo reparada mais tarde, com os seus arcos e guardas ameadas.
Em baixo, imagem da Ponte De Canaveses publicada 
em 1864 no Volume VII do Archivo Pittoresco
Em baixo, a ponte de Canaveses ainda com o seu aspecto primitivo, em dois belíssimos BPI gentilmente cedidos e não datados. Estas imagens são anteriores as obras de alargamento iniciadas em 1941.
Ponte «Românica» e não «Romana»...
Ponte de Canaveses, vista de Jusante
Cliché com autoria atribuída a: Abreu, José Antunes Marques (1879-1958)

No início da década de 40 do Séc. XX constava-se que estava em mau estado, tendo também dimensões inadequadas por certo para o transito automóvel de ligeiros e pesados que se tornou uma constante, pelo que foi substituída por outra em 1944.

"A Ponte de Canaveses renascida em 1944"
A "nova" Ponte de Canaveses, em baixo, numa fotografia obtida de Montante e que se presume ser da autoria de Jorge Viana Basto. 
Clique na imagem para a ampliar.
A Ponte de Canaveses erguida em 1944 respeitou em tudo a memória da sua antecessora, apesar de algumas vozes que já ouvi em contestação.
Era uma ponte também em granito com o mesmo tipo de arcos, pilares e até manteve o pormenor das guardas ameadas, era obviamente de maiores dimensões, mas isso não diminuía em nada sua beleza além de ser extremamente sólida. Quando se concluiu e fechou a Barragem do Torrão em 1988 e as águas do rio Tâmega subiram grandemente, deixou de se ver a Ponte de Canaveses que atravessava o rio ligando as Freguesias de S. Nicolau e Sobretâmega, podendo só ser vistas as ainda existentes igrejas que nas duas margens quase tocavam as extremidades da ponte.

Ponte de Canaveses. Aguarela, 1966
A «nova» Ponte de Canaveses foi aberta ao trânsito em 12 de Junho de 1944. Posto que em arte fosse inferior à de Entre-os-Rios (Ponte Duarte Pacheco), era no entanto digna de admiração fazendo memória justa a ponte primitiva.
Em cima vemos a Ponte de Canaveses representada numa aguarela datada de 1966, em baixo temos uma digitalização de dois magníficos BPI sendo um deles das Edições Bazar do Marco e de um `calendário de bolso´ datado de 1987, um ano antes da sua infeliz submersão.
Ponte de Canaveses (Estado Novo: 1941-1944, submersa em 1988 e dinamitada em 1991)
Ponte de Canaveses. Duas versões de um mesmo cliché
Ponte de Canaveses - Vista de Montante. Cliché de Joaquim Carvalho
Ponte de Canaveses vista de Jusante (nos três BPI´s) e de Montante no `Calendário de bolso´
Ponte de Canaveses. 1941/44 - 1988/91
Ponte de Canaveses vista de Montante

Pesquisa sobre um passado recente:
Durante anos tentamos saber o que teria sucedido a tal construção, indagando a alguns poucos residentes do Marco foi grande a admiração quando não nos deram uma resposta coerente... Desde “não sei” a “parece que ficou submersa” até houve quem nos tenha dito sobre mesma "ter sido desmontada para ser reedificada noutro local". Não residindo no Marco de Canaveses consultou-se o site daquele Órgão Autárquico que, por absurdo que possa parecer não possui qualquer elemento referente à ponte, nem um pequeno texto nem uma única imagem! Contactou-se telefonicamente a C. M. que passou a chamada a um dos seus Gabinetes, senão nos enganamos ao “Posto de Turismo do Marco de Canaveses” (mas não podemos jurar ter sido esse), onde atendeu uma simpática doutora, apesar de ser extremamente amável também não soube dizer nada sobre o destino da ponteEra como se tivesse simplesmente “evaporado” em 1988, considerou no entanto realmente ser uma lacuna da C. M. não haver referências a mesma e até nos aconselhou um alerta para a C. M. do Marco sobre o assunto, coisa que já havia sido feito (sabemos de outras pessoas que já o fizeram também, mas continuou tudo igual, até recentemente).
Posteriormente, contactando uma das Juntas de Freguesia do Marco de Canaveses, encontrou-se uma pessoa que parecia ter afinal a solução do “mistério”:
-A Ponte de Canaveses que sobrevivia incólume desde 1944 fazendo, além do seu serviço, memória justa a anterior, teria sido parcialmente desmontada antes da subida das águas do Tâmega em 1988, tendo já, 3 anos depois, em 1991 sido convocado o exército a destruir com cargas explosivas!!!
Ponte de Canaveses e Vale do Tâmega, numa vista de Montante
A imagem de baixo foi publicada no livro de António Monteiro «As Pontes de Canaveses» e mostra o término do tabuleiro da Ponte "nova", junto a Igreja de S. Nicolau.
Nas três imagens, imediatamente em cima e em baixo, podemos observar "O Senhor da Boa Passagem" junto à igreja de S. Nicolau em Canaveses. Devido à subida das águas do Tâmega , em 1988, esta pequena ermida seria deslocada, para um local um pouco mais elevado.
Igreja de S. Nicolau e Senhor da Boa Passagem. Cliché de Joaquim Carvalho
Ponte de Canaveses, vendo-se S. Nicolau. 1946-09-26 PT-CPF-JGGJ-002-000575
Ponte de Canaveses vista de Montante.  1946-09-26 PT-CPF-JGGJ-002-000576
Vale do Tâmega e Ponte de Canaveses, estando a ponte nova em construção a Montante. Clichés de João Silva


 Ponte de Canaveses


1.º aditamento em Novembro de 2011:
A informação sobre a suposta destruição da ponte, foi-nos finalmente confirmada.
Pelo que nos foi dito, pelo facto da estrutura não ir ficar totalmente submersa, mesmo depois de lhe retirarem as ameias de pedra, guardas laterais e passeios, tiveram a ideia de destruir esta majestosa estrutura usando cargas de dinamite!!!
A ponte resistiu mais que o previsto, devido à solidez da sua construção em alvenaria de granito, pelo que as detonações não tiveram o resultado desejado. Mais que demolida a ponte foi semi-destruída e vandalizada.
A Câmara Municipal do Marco de Canaveses retirou da estrutura inúmeras pedras para fins básicos. Consta-se que algumas dessas pedras foram servir de "mesas de piquenique" no parque de merendas de Montedeiras em Penha Longa, mas estivemos no local e não vimos indícios de tal.
Sabemos no entanto que, muito granito de boa qualidade (ameias, guardas laterais e passeios) foram retirados da ponte e estiveram "empilhados" perto da igreja da Santa Maria de Sobretâmega, onde após, pelo menos uma tentativa frustrada de serem levadas desse local (segundo nos informaram, numa determinada noite, uns camiões desconhecidos e supostamente a mando da EDP, tentaram levar as pedras, mas foram impedidos pelo então Presidente da Junta de Freguesia local, que tocando o sino a rebate, chamou a população) acabaram mesmo por desaparecer, não se sabendo bem para onde ou por ordem de quem. Aparentemente o fim da ponte fomentou muitas negociatas...
O que resta da ponte de Canaveses  (bases dos pilares) encontram-se no fundo do lago artificial de água estagnada, formado pela barragem do Torrão...
NÃO PASSARAM!
Canaveses - Memorial. Cliché de Joaquim Carvalho
Este memorial aos combatentes contra as forças invasoras Francesas e a importância crucial que a Ponte de Canaveses desempenhou nesse bloqueio, é muito correcto eticamente  mas de certo modo incorrecto Historicamente  A placa encontra-se junto aquela que é actualmente chamada de «Ponte de Canaveses», construção moderna (finais da década de 80) em betão, que rigorosamente nada tem com as suas antecessoras, inclusive a destruída em 1988, como nem sequer se encontra no mesmo sitio das mesmas, mas sim a umas boas centenas de metros do local. Paradoxalmente, no local exacto (margens) das antigas pontes não existe qualquer referência às mesmas ou ao sucedido.
Nota: O memorial em pedra foi finalmente deslocado para o local onde existiu a ponte destruída, entre finais da década de 80 e inícios dos anos 90. Está próximo da capela de S. Nicolau.
Ponte de Canaveses

2.º aditamento em Junho de 2013:
EDP - Crime 11.10.1991
Graças a um leitor, ao qual desde já apresentamos o nosso agradecimento, obtivemos um recorte de uma publicação do jornal "A Verdade" onde podemos testemunhar mais um crime contra o património, com a implosão da, já então descaracterizada (haviam lhe retirado as ameias e guardas laterais) Ponte de Canaveses. Não podemos absolver a EDP da autoria deste crime, tendo em conta que, segundo fonte fidedigna, soubemos que havia grande interesse da EDP em destruir a ponte, o que aconteceria com recurso à Eng. do Exército de Espinho.
O processo envolveria a Comissão de Coordenação da Região Norte, que teve que se pronunciar entregando o assunto a um Engenheiro, que apesar de compreender as supostas "razões", deixou indicações do interesse em preservar a ponte. Apesar de reforçar os seus argumentos com o facto anteriormente referido, que esta já tinha sido amputada dos muros de protecção e ameias, os interesses da EDP prevaleceram e esta construção ímpar foi implodida, como se fosse um simples casebre velho.
 Implosão, com cargas de dinamite, da Ponte de Canaveses
 Ponte de Canaveses vista de Jusante. (1987?)
Vemos a Igreja de S. Nicolau e o Senhor da Boa Passagem, na margem oposta
Ponte de Canaveses já semi-submersa, vista de Jusante, em 1988 
(altura do encerramento das comportas da barragem do Torrão)
Vemos a Igreja de S. Nicolau e o Senhor da Boa Passagem, na margem oposta
 Ponte de Canaveses de Jusante. Submersa e sendo desmontada (leia-se, destruída) em Outubro de 1991 
Vemos a Igreja de S. Nicolau e o Senhor da Boa Passagem, na margem oposta
 EDP - Crime 11.10.1991
O rebentamento da estrutura principal (tabuleiro) da Ponte de Canaveses, com explosivos 
A História é apagada e convenientemente "esquecida" por todos...
Obs. Em dado momento, conseguimos obter esta magnífica montagem fotográfica, que podemos observar em baixo. A fotografia a preto e branco (que acredito ser dos anos 60/70) mostra a Ponte de Canaveses de um ângulo singular, com o aspecto que manteve até ser destruída em 1988o mais interessante nesta imagem é a sobreposição com outra do mesmo exacto local, mas actual, com a albufeira do Torrão cheia.
Clique na imagem para a ampliar
Montagem fotográfica: tovasconcelos.com
Leia também neste blogue : Ponte Medieval de Canaveses (basta "clicar" no título atrás)

Imagens:
- BPI (digitalização)
- Jornal "A Verdade"
- José Manuel Almeida
- Joaquim Carvalho
- Fonte da montagem fotográfica: tovasconcelos.com
- Cedidas por; Diogo Castro, com autoria de Joaquim Carvalho
- Centro Português de Fotografia
- João Silva
- Cedidas por; Juliano Peixoto
- Autores desconhecidos

A Alameda Passos Manuel. (Cidade de Matosinhos)

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A imagem de cima difere muito do que pode ser visto hoje em dia no mesmo local. Toda a zona ficou diferente devido a construção do porto artificial de Leixões. Vemos (no término da ponte de pedra) a Alameda Passos Manuel. O Rio Leça ainda tinha o seu curso e largura natural.
A antiga ponte em granito que ligava Matosinhos e Leça, da qual já aqui falamos, que era uma ponte feita de pedra, extremamente robusta e com muitos arcos (19 na sua origem) foi também destruída devido ao aumento do porto artificial de Leixões.
Alameda Passos Manuel. Pormenor envolvente da estátua da personalidade que cedia nome ao local
Imagem:
-Photª Guedes

A Refinaria Angola, Lda. (Cidade de Matosinhos)

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A Refinaria Angola, Lda. foi inaugurada em Matosinhos, no dia 01-03-1924, eram umas instalações de grande porte,  modernas e funcionais para a data.
Nesta fotografia podemos ver a sua grandiosidade, bem como elementos históricos adjacentes, actualmente também já desaparecidos ou adulterados.
A escola régia, a saída do lado de Leça da ponte de pedra ainda não tinha sido demolida, nem existiam os lavadouros, inaugurados em 1937.
A linha deste troço do caminho-de-ferro, tinha o seu início na Senhora da Hora e terminava na praia de Matosinhos, junto ao Senhor do Padrão e da desaparecida refinaria de açúcar "Angola" .

Sucedendo à linha que ligava as pedreiras de São Gens ao porto de Leixões, este ramal havia sido aberto à exploração em 1893 e seria encerrado em 1965, com o argumento de que o seu traçado urbano (agravado pelo crescimento das localidades), era causador de muitos acidentes.
Apeadeiro do comboio nas traseiras da Refinaria de Açúcar próximo ao Senhor do Padrão, nos anos 60
Estação Ferroviária de Matosinhos - Refinaria Angola

Imagens:
- Autores desconhecidos

A Praça de Gonçalves Zarco. (Nevogilde, Porto)

sábado, 12 de dezembro de 2009

"Clique na imagem para a ampliar"
A Praça de Gonçalves Zarco ainda existe... Embora com grandes alterações, mas aqui nestes dois velhos postaís a chamada de atenção centra-se no plano de fundo que é a Cidade de Matosinhos.
O postal de cima é da década de 60 e o de baixo da década de 80, as diferenças são evidentes, ainda para mais quando comparadas com o Matosinhos actual, quem o conhece, é claro!!!
Na fotografia de baixo podemos observar nas rochas da orla costeira, a proa do "Jackob Maersk", petroleiro que se incendiou ali perto e afundou na década de 70.

O "Prado" de Matosinhos. (Matosinhos)

Clique na imagem para a ampliar
Nos fins do séc. XIX e princípios do do séc. XX ainda a vila de Matosinhos terminava na Rua do Godinho, após a qual existia um enorme descampado a que se chamava o prado.
Nesta imagem podemos ver parte do prado, o ribeiro que o atravessava, onde as mulheres iam lavar a roupa e o senhor do Padrão, ainda isolado. A rua Heróis de França e a Av. Serpa Pinto ainda não existiam.
Mathosinhos - Prado
Ed. Emilio Biel & C. N.º 84
Citamos:
"Neste prado era vulgar verem-se ovelhas pastando.
O Ribeiro do prado tinha peixes e outra vida aquática.
Este era um dos locais favoritos para a rapaziada brincar".

O terreno visível na primeira imagem, (obtida provavelmente por volta de 1910), era propriedade do Conde de Leça, José Leite Nogueira Pinto e de seu irmão Ernesto. Seria por esta altura que começaria a ser vendido em talhões.
Também neste terreno, mesmo em frente ao Senhor do Padrão esteve instalada a 1.ª praça de Touros de Matosinhos.
Ermida do Senhor do Padrão

Fontes:
- CMM
- Biblioteca Municipal 
- Informação recebida 
Imagens:
- BPI, digitalização
- Autores desconhecidos

Visivelmente desaparecida no coração da Invicta!!! (Cidade do Porto)

Ainda pode contemplar este edifício... - Mas por quanto tempo?
No meio de frondoso verde, constituído tanto por mato, como algumas árvores de porte considerável e mesmo vestígios de antigos jardins há muito descuidados, insinua-se a figura imponente, ainda que já algo decadente, de um velho palacete que há muito se encontra em total abandono.
Esta "Mansão" foi habitada e quem andar actualmente na "carreira" dos trinta e picos anos (não é preciso mais) também se lembrará, desde que obviamente conheça o local e o edifício...
Fica ao cimo da Rua do Bonjardim, entre a Rua de Oliveira Ramos e a Praça do Marquês de Pombal, no n.º 1276, quase no coração da cidade do Porto.

A planta da moradia 
Um magnifico projecto do Arquitecto António Rigaud Nogueira 
(in, Construção Moderna, n.º 188)

É a meu entender uma "pedra preciosa" como muitas outras na Invicta, desprezadas pelos proprietários (muitas das vezes estes não possuem meios para as manter, é uma verdade) mas também e principalmente pela C.M. do Porto e mesmo o próprio Estado Português.
Desprezadas da mesma forma que um porco despreza pérolas... Pois gastam-se milhões em edifícios novos, (as vezes verdadeiras aberrações de cimento) quando edifícios como este poderiam facilmente e com simples remodelações tornarem-se em centros de lazer, centros culturais, postos clínicos ou uma infinidade de alternativas mantendo o seu aspecto secular e envolvidos num pequeno nicho verdejante e melancólico, no centro de selvas de betão armado.
Deixamos aqui um alerta as autoridades competentes.

Imagens: 
- Alexandre Silva

«A Máquina». O Comboio da Rua de Gondarém. (Cidade do Porto)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Máquina a vapor n.º 5
Na Rua de Gondarém circulava o comboio conhecido como "a Máquina", pertencente à Companhia Carris de Ferro do Porto, popularmente chamada de Companhia de Cima, com trajecto com início na Avenida da Boavista, seguindo para a Foz do Douro, Nevogilde e Matosinhos.
Entre 1878 e 1914, a ligação entre a rotunda da Boavista e Matosinhos era feita pela "Máquina", uma pequena locomotiva a vapor que atrelava várias carruagens com passageiros. 
A "Máquina" descia a Avenida da Boavista até à Fonte da Moura, onde inflectia à esquerda, seguindo para a Foz pela actual Rua de Correia de Sá.
A "Máquina" junto à Estação da Boavista
Local de cruzamento da linha do eléctrico, com a linha da "Máquina" circa 1895-1909
A “Máquina” terá chegado a Matosinhos, em meados de 1882. O eléctrico apareceria um pouco mais tarde, em 29 de Outubro de 1897, tirando lugar ao carro “Americano” puxado por cavalos, que fazia esse percurso desde 1873.
A "Máquina" circulava na Rua de Gondarém e a partir daí seguia até ao Forte de S. Francisco Xavier (Castelo do Queijo), inflectia na direcção do oceano Atlântico, cruzando-se com a linha do eléctrico um pouco depois de passar junto do chalet de José Augusto Dias, junto da actual Av. Montevideu.
Máquina a vapor n.º 2 passando na Villa Delphina na Boavista, Porto. No entanto poderá ser na Rua de Gondarém, junto ao Palacete do Engenheiro António da Silva
A "Máquina" junto ao edifício, oficialmente identificado como sendo a Vila Delfina (Villa Delphina) da familia Abecassis, datado de 1914, no entanto, de forma legítima, alguns identificam o mesmo como sendo um desaparecido Palacete que existia na Rua de Gondarém, onde residiu o Engenheiro / Arquitecto António da Silva. Esta segunda hipótese, é a mais verossímil
A "Máquina" chegando à Estação de Cadouços
Máquina em Cadouços, c.1907.
Antiga Estação de Cadouços
Depois de deixar a Avenida da Boavista, o comboio seguia pela Ervilha, Rua das Sete Casas, Cadouços, onde existia uma toma-de-água para abastecer a caldeira da locomotiva, entrava no túnel (hoje transitável de automóvel) e continuava pela Rua de Gondarém.
A "Máquina" na Rua do Túnel
Na imagem de baixo, vemos a Rua do Túnel actualmente. 
Por onde hoje passam os automóveis já circulou o comboio...
Imagens:
- Aurélio da Paz dos Reis
- Colecção Centro Português de Fotografia
- Autor desconhecido
- AHMP