Hospital de Rocamador ou de D. Lopo de Almeida

sábado, 23 de julho de 2022

Na época de D. Sancho I foi edificado no Porto, uma albergaria (designação da época para os hospitais), com o objectivo de prestar assistência humanitária a pessoas doentes e enfraquecidas. Quando em 1518 a Rua das Flores foi inaugurada, já esta albergaria (hospital), era extremamente importante, de tal forma que, em 1521, D. Manuel I anexou-o à Santa Casa da Misericórdia do Porto. A designação do hospital variou ao longo dos tempos. Começou por ser de Santa Maria do Rochedo, mais tarde de Rocamador. Em finais do séc. XVI, acabou por adoptar o nome de D. Lopo, pelos avultados bens que o clérigo Lopo de Almeida legou à instituição quando faleceu em 1584. Tais verbas permitiram a reconstrução e alargamento do antigo Rocamador, construindo-se uma nova ala com frente para a rua das Flores.
Claustro do antigo Hospital de D. Lopo, nas traseiras da casa com o n.º 171 da rua das Flores, c.1937 Cliché de Guilherme Bonfim Barreiros in AHMP

Esses melhoramentos todos originaram uma mudança no nome do hospital, passando a ser denominado por Hospital de D. Lopo em homenagem ao seu benfeitor. Apesar do seu sucesso, o crescimento da população iria torná-lo insuficiente. A primeira pedra do Hospital de Santo António (seu substituto), seria lançada em 1770, recebendo os primeiros doentes apenas 25 anos depois, muito antes de estar concluído. 

Edifício na Rua dos Caldeireiros com frente para o Largo dos Lóios, Porto, circa 1960.   A entrada principal em arco, permitia o acesso ao pátio do antigo Hospital D. Lopo de Almeida

Do antigo Hospital de D. Lopo, já só restam vestígios. Aparentemente só se identifica o velho claustro, as celas para os doentes mentais e a entrada da capela, próximo ao edifício (traseiras), com o nº 171 da Rua das Flores.

Fontes parciais:
- AHMP
- Porto XXI 

Restaurante "Le Chien Qui Fume", "O Cão Que Fuma".

domingo, 13 de fevereiro de 2022

"O Cão Que Fuma"
Imagem in caoquefuma.com
O restaurante "Le Chien Qui Fume", em português "O Cão Que Fuma", abriu as suas portas, em 1943, na rua do Almada, n° 405, no Porto. Na fachada do edifício, destacava-se a caricata figura de um cão a fumar cachimbo. O restaurante terá sido fundado por um casal francês e teria tido diversos proprietários até 1990, quando foi adquirido por António Teixeira, que além de proprietário era também chefe de cozinha.
"O Cão que Fuma". Imagem in lifecooler.com

Era um restaurante, alojado em um edifício secular, com decoração simples, a pender para o rústico e com uma ementa dedicada à cozinha internacional.
Interior do restaurante. Imagem in cms.infoportugal.info
Infelizmente o conhecido restaurante fechou definitivamente, durante a recente crise pandémica e segundo algumas informações fornecidas ao blogue MONUMENTOS DESAPARECIDOS, a mítica figura do "Cão Que Fuma", terá sido retirada da fachada e estaria à venda num antiquário. 

Segunda Fonte da Rua do Almada.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Manuel António de Araújo, comerciante de destaque na cidade, ofereceu-se para subsidiar a construção de uma nova fonte, em 1787, impondo a condição de que lhe fosse concedida metade da água do cano, proveniente de Paranhos, que passava junto à sua propriedade, em Santo Ovídio.

Segunda Fonte da Rua do Almada. J. Bahia Junior, 1909

A fonte foi assim por ele mandada construir, sob inspecção do Senado, seguindo um risco que lhe foi entregue, ficando também a ser o responsável, por mandar edificar o respectivo aqueduto e suportando essa despesa. 

Citando J. Bahia Junior:

“A segunda Fonte da Rua do Almada está situada defronte do prédio n.° 460, sendo mettida no meio de dois prédios que parecem terem sido construídos pela mesma occasião da fonte. E', como a anterior, marcada também pelo triangulo negro …A sua nascente é proximo da rua de Liceiras e o tanque, como o da anterior, vem até ao alinhamento das casas, mas é de menores dimensões.”

A fonte e o aqueduto foram concluídos em 1790. Posteriormente desmontada, a fonte encontra-se actualmente, na Rua do Heroísmo, no jardim do edifício que alberga o Museu Militar do Porto.


Primeira Fonte da Rua do Almada.

A Primeira Fonte da Rua do Almada, estaria localizada mesmo em frente do n.° 242 dessa rua e terá sido inaugurada no ano de 1795, debitando 3 anéis e 6 penas de água. Era abastecida pelo manancial existente sob o Campo da Regeneração (Praça da República), que servia também vários poços privados.

A Primeira Fonte da Rua do Almada
J. Bahia Júnior, 1909


Citando J. Bahia Junior:
“A primeira Fonte da Rua do Almada fica defronte do prédio n.° 242 e tem uma só bica a meio de um grande tanque que vem até ao alinhamento das casas.
Tem a sua nascente proximo do Largo da Picaria e no seu frontespicio está marcada com o respectivo triangulo negro, tendo superiormente as armas reaes.”