O conhecido café "A Brazileira", foi fundado por Adriano Soares Telles do Vale, nascido em Alvarenga (Arouca), concelho de Arouca, da Área Metropolitana do Porto, na Casa de Cimo d'Aldeia, que, ainda jovem, emigrou para o Brasil. Era pai de Inocêncio Galvão Teles. No Brasil, dedicou-se ao negócio do café, com o que enriqueceu nos finais do século XIX.
De regresso ao Porto, Adriano montou uma torrefacção de café e fundou "A Brazileira", inaugurada em 4 de Maio de 1903, para servir café à chávena. Não havia na cidade, por essa altura, o hábito de tomar café em estabelecimentos públicos.
Adriano Telles
Fachada/entrada original, vendo-se Adriano Telles
In, revista "O Malho", 03 de Setembro de 1904
Adriano Teles, para promover o seu produto ofereceu, durante os primeiros treze anos de "A Brazileira", o café à chávena de graça no seu estabelecimento a quem comprasse um saquinho de grãos de café.
Publicidade de 1903
Café "A BRAZILEIRA". Interior
Adriano Telles, presente na imagem
In, revista "O Malho", 03 de Setembro de 1904
In, Ilustração Portuguesa, 2ª série, n.º 14, 28 de Maio de 1906
Numa visão, do que hoje poderíamos classificar por marketing, Adriano Teles mandou pintar em várias paredes da cidade o slogan que se tornaria famoso: "O melhor café é o d'A Brazileira".
O café, situado na rua Sá da Bandeira, n.º 71, no Porto, sofreria em 1916, umas obras de remodelação colossais, internas e externas.
O café, situado na rua Sá da Bandeira, n.º 71, no Porto, sofreria em 1916, umas obras de remodelação colossais, internas e externas.
A Brazileira em 1916
Café "A Brasileira" no Porto em 1916. No cliché identificamos cinco pessoas, uma das quais acreditavamos ser Adriano Telles, sentado junto ao seu sócio, Félix de Mello, que se enccontra de pé. No entanto um familiar teve a amabilidade de nos informar que Adriano Telles, não se encontra entre os presentes. A imagem terá sido obtida durante as obras do café.
O café encerrou no início de 2013, quando se encontrava arrendado ao "Caffé di Roma" e foi reclamado pelo BPI por causa de uma dívida do proprietário do edifício. Em Março de 2015, quando se encontrava encerrado, o café foi assaltado, tendo os ladrões levado os caixilhos e revestimentos em cobre, puxadores das portas, espelhos de alabastro, candeeiros originais e rodapés arrancados da sala principal.
No exacto momento em que escrevo, todo o edifício, onde se inseria o café está "oco". Só "sobrevivem" as paredes exteriores em granito. Está em obras e vai dar origem a (mais um) hotel de luxo. O grupo Pestana anunciou que as portas irão abrir no final de 2017, depois de concluídas as obras de recuperação que decorrem.
Uma iniciativa conjunta entre o empresário António Oliveira, antigo futebolista e treinador do F. C. Porto e da Selecção Nacional, proprietário do novo hotel, e o Pestana Hotel Group, que se juntaram numa “parceria de apoio à gestão” com vista à concretização deste projecto.
A cafetaria reabre para acolher os visitantes e fazer justiça ao velho slogan: “O melhor café é o da Brazileira”, expressou o grupo em comunicado.
O edifício será alvo de trabalhos de recuperação que “preservarão as características da fachada e a imagem das salas do rés-do-chão com a sua traça original”, que terão como base um projecto do arquitecto Ginestal Machado e da sua equipa.
“Terá 90 quartos, incluindo quatro suites, wine bar, health club, ginásio e um pátio interior com um jardim vertical. O restaurante, com capacidade para mais de uma centena de pessoas, mantém-se fiel ao desenho original do arquitecto Januário Godinho”, descreveu o grupo Pestana.
No exacto momento em que escrevo, todo o edifício, onde se inseria o café está "oco". Só "sobrevivem" as paredes exteriores em granito. Está em obras e vai dar origem a (mais um) hotel de luxo. O grupo Pestana anunciou que as portas irão abrir no final de 2017, depois de concluídas as obras de recuperação que decorrem.
Uma iniciativa conjunta entre o empresário António Oliveira, antigo futebolista e treinador do F. C. Porto e da Selecção Nacional, proprietário do novo hotel, e o Pestana Hotel Group, que se juntaram numa “parceria de apoio à gestão” com vista à concretização deste projecto.
A cafetaria reabre para acolher os visitantes e fazer justiça ao velho slogan: “O melhor café é o da Brazileira”, expressou o grupo em comunicado.
O edifício será alvo de trabalhos de recuperação que “preservarão as características da fachada e a imagem das salas do rés-do-chão com a sua traça original”, que terão como base um projecto do arquitecto Ginestal Machado e da sua equipa.
“Terá 90 quartos, incluindo quatro suites, wine bar, health club, ginásio e um pátio interior com um jardim vertical. O restaurante, com capacidade para mais de uma centena de pessoas, mantém-se fiel ao desenho original do arquitecto Januário Godinho”, descreveu o grupo Pestana.
Aditamento: No presente momento, o café encontra-se novamente em funcionamento, sendo o edifício que o envolve, o previsto Hotel, anteriormente mencionado.
Imagens:
- Arquivo Municipal do Porto
- Biblioteca Municipal
Fontes parciais:
- Jornal "O Público"
- Jornal de Negócios
Imagens:
- Arquivo Municipal do Porto
- Biblioteca Municipal
Fontes parciais:
- Jornal "O Público"
- Jornal de Negócios
6 comentários
Foi o meu café durante anos (desde 1967).
29 de dezembro de 2016 às 08:36Correcção: O desenho original pertence ao Arquitecto Francisco Oliveira Ferreira.
4 de fevereiro de 2017 às 23:20Arquivo Municipal do Porto
4 de fevereiro de 2017 às 23:28Licença de obra n.º: 124/1928
Unos lugares preciosos y con mucha historia.
8 de março de 2017 às 11:10Me encanta tu blog y las fotografías. GRACIAS POR COMPARTIR.
Un abrazo.
Desde muito pequena me lembro da Brasileira, na sua agradável esplanada viam-se figuras conhecidas como actores, homens das letras, jogadores de futebol etc.Congratulo-me com a reabertura deste tão emblemático estabelecimento da nossa cidade.
31 de março de 2018 às 10:05Deixou de ser um café dos portuenses.
31 de março de 2023 às 22:10Agora, é café dos estrangeiros.
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