Quem passa pela Rua Adolfo Casais Monteiro, antiga Rua de Pombal, não repara no grande portão de ferro do muro que rodeia o Museu Soares dos Reis. Se voltássemos atrás cerca de 110 anos, seria por lá que entraríamos no Velódromo Maria Amélia, inaugurado em 1894.
As duas rampas encurvadas de acesso ao Velódromo permanecem intactas. Quem subia a calçada inclinada deparava-se com uma pista de 333,33 metros de perímetro, sendo que as duas rectas paralelas se uniam no topo, através de curtas com a respectiva sob relevação. No seu interior encontravam-se também dois campos de ténis. Do Velódromo apenas restam duas inclinações, que se situavam nos topos da pista.
Velódromo Maria Amélia
O Velódromo fora construído no local onde era o palácio dos Carrancos. Um espaço que pretencia à família real e que o el-rei D.Carlos, presidente honorário, cedeu à associação do Velo Club do Porto, fundado a 1983. O segundo do país, antecedido pela Secção Velocipedista do Clube de Caçadores do Porto, na Quinta de Salgueiros. (1983).
Corrida de Profissionais, Porto, Junho de 1900
O Velódromo Maria Amélia acolheu muitas corridas e outros eventos desportivos. Nele até foi realizada a primeira corrida motorizada em Portugal. O espaço circundante do velódromo servia, também, como local de recreio e convívio para aqueles que queriam desenvolver a prática desportiva e para os seus sócios. Para além disso, funcionava como espaço para outros desportos: ciclismo, motociclismo, ténis, golfe.
Nos primeiros dez anos do século XX o ciclismo em pista perdeu alguns apoiantes. Com a implantação da República, o Velódromo encerrou. O espaço ficou encerrado até 1932, ano em que passou para a Santa Misericórdia do Porto.
Hoje, para aceder ao espaço, é preciso entrar pelo Museu Nacional Soares dos Reis. Ainda assim, o espaço não se encontra completamente livre ao público. José Maria Ferreira visitava o Velódromo enquanto criança, para acompanhar os pais ou os irmãos.
Fonte:
- JPN
Imagem:
- Publicação “Humberto Fonseca”, Arquivo Municipal de Fotografia, Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, 1998.
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