Forte da Junqueira. Cliché - Filmarte in A.M.L.
Forte da Junqueira. Cliché de José Artur Leitão Bárcia in a.f. C.M.L.
O Forte de São João da Junqueira, ou apenas Forte da Junqueira, localizava-se no areal da Junqueira, com a fachada frontal voltada para o rio Tejo, onde actualmente existe a Avenida da Índia, a leste do edifício da Cordoaria Nacional, em terreno onde hoje se situam a Rua Mécia Mouzinho de Albuquerque e a Feira Internacional de Lisboa.
Presume-se que terá sido edificado por altura da Guerra da Restauração da Independência Portuguesa (1640-1668) terá sido erguido por determinação do Conselho de Guerra de João IV de Portugal (1640-1656), possivelmente após 1649, com a função de reforço da defesa marítima da capital.
Forte da Junqueira em 1939. Cliché de Eduardo Portugal in a.f. C.M.L
Sendo inicialmente uma fortificação de reduzidas dimensões, a sua construção estava praticamente concluída em 1666, quando contava com uma bateria voltada ao Tejo e a edificação de serviço pelo lado de terra.
Seria posteriormente ampliado e terá sido no reinado de José I de Portugal (1750-1777) que atingiu as suas maiores dimensões. D. José, talvez o rei mais inútil da História de Portugal (excluímos D. Afonso VI, pois era deficiente mental) delegava no primeiro-ministro, o célebre marquês de Pombal, todas as decisões. Assim, por decisão do marquês, as dependências do Forte, foram convertidas em prisão do Estado, adquirindo uma sinistra reputação.
Neste local estiveram detidos numerosos elementos do povo e nobres, nomeadamente quando do processo dos marqueses de Távora, com destaque para D. João de Almeida Portugal, 4.º conde de Assumar e 2.º marquês de Alorna (1726-1802) e D. Martinho Mascarenhas, 6.º e último marquês de Gouveia. O primeiro aqui esteve detido por 18 anos, tendo nos legado uma breve relação intitulada “As prisões da Junqueira, durante o ministério do marquês de Pombal”, publicada conforme o original por José de Sousa Amado, presbítero secular (Lisboa, 1857). Inédita durante 70 anos, dela surgiram várias cópias com títulos como “Relação dos presos do forte da Junqueira” e outros.
Na época Pombalina o forte-prisão contava com três pavimentos abaixo do solo, afirmando-se que o mais profundo era utilizado como cemitério, ali sendo sepultados os que não resistiam ao cativeiro. Os pavimentos superiores funcionavam como cárceres.
Os presos de Estado detidos na Junqueira apenas foram libertados com a morte de D. José I (24 de Fevereiro de 1777) e a ascensão ao trono de Maria I de Portugal (1777-1816).
Interiores - "O pateo das prisões e a capella" in Ilustração Portuguesa
Interiores - "O carecer (cárcere) dos Tavoras" in Ilustração Portuguesa
Interiores - "O pateo e o poço" in Ilustração Portuguesa
Com muitas modificações efectuadas ao longo dos anos, o forte chegou ao século XX, tendo sido demolido em 20 de Março de 1940, quando da abertura da "Avenida da Índia", nos trabalhos preparatórios dos acessos à "Exposição do Mundo Português".
A sua demolição chegou a ser anunciada pelo jornal lisboeta "Diário de Notícias" de 23 de Novembro de 1939, em matéria de Nogueira de Brito, sob o título “A Junqueira de outros tempos e o Forte de São João que vai a demolir”.
Fontes parciais:
- SIPA / DGPC
- Fortalezas.org
- CML
- ANTT
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